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Alckmin minimiza defecção de presidente do PP e diz que decisão da ONU sobre Lula não tem efetividade

20 ago 2018 - 16h49
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O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira que não vê problema no fato de o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, partido que o apoia formalmente, ter declarado voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 Alckmin, em evento em São Paulo 20/8/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Alckmin, em evento em São Paulo 20/8/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Alckmin também se manifestou sobre a decisão da ONU em relação ao petista, da semana passada, e avaliou que não tem efetividade. O Comitê de Direitos Humanos da ONU definiu que Lula deve manter todos os direitos políticos, em um momento em que o petista está preso em Curitiba, cumprindo pena por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. Mesmo liderando as pesquisas de intenção de voto, Lula deve ser barrado da eleição pela Lei da Ficha Limpa.

"Essa é uma questão jurídica. O Poder Judiciário é que aplica a lei, é ele que decide. Com todo o respeito ao órgão da ONU, mas ele não é resolutivo, ele não tem nenhuma efetividade. Quem tem efetividade é o Poder Judiciário brasileiro", disse Alckmin a jornalistas após fazer palestra a empresários, organizada pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib).

O tucano, que assegurou a maior coligação na disputa pela Presidência da República deste ano, também minimizou o fato de Ciro Nogueira, que preside o partido da candidata a vice na chapa tucana, senadora Ana Amélia (RS), ter declarado na semana passado voto em Lula durante evento de campanha em Teresina, capital do Piauí, ao lado do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, vice na chapa de Lula.

"Olha, nós temos um quadro pluri, multipartidário totalmente artificial. E também têm partidos que têm candidatos e que também me apoiam", disse.

"Em muitos Estados brasileiros, nós temos pessoas de outros partidos que nos apoiam. Não vejo nenhum problema nisso", garantiu o tucano.

Alckmin também disse que a tentativa do MDB, do candidato à Presidência, Henrique Meirelles, de buscar impugnar na Justiça Eleitoral algumas das alianças do tucano por irregularidades na documentação não tem sentido.

"Não tem o menor sentido isso. Eu estive na convenção de todos os partidos que nos apoiam. Fui aclamado candidato, Ana Amélia a vice. Não tem nada, nada. Absolutamente nada", disse o tucano.

"E nem tem legitimidade. Não pode um partido que nem é da aliança questionar a aliança do outro. Não tem sentido isso", afirmou.

PESQUISA

O tucano também comentou a pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda, que mais uma vez mostrou dificuldade de sua candidatura deslanchar. Ele repetiu o discurso que vem adotando nos últimos meses de que as pesquisas neste momento mostram um retrato do passado.

"Já foi dito que pesquisa é como perfume. Não é para tomar a pesquisa, é para observá-la. A campanha só vai começar efetivamente a partir do dia 31, daqui a 11 dias, quando começa o horário do rádio e da televisão. Aí é que começa a campanha eleitoral", disse.

"Então as pesquisas vão mudar totalmente. Elas são fotografia meio do passado", avaliou.

Durante a palestra na Abdib, o tucano defendeu a adoção de uma boa política fiscal, pois isso permitiria a redução dos juros e a retomada dos investimentos. Ele voltou a prometer que, se eleito, vai zerar o déficit fiscal em até dois anos.

Alckmin também defendeu uma maior parceria com o setor privado para o investimento em infraestrutura e defendeu a recuperação da atividade industrial como "essencial" para a volta do crescimento econômico.

"Com uma boa política fiscal, você recupera a capacidade de investimento", disse durante a palestra, acrescentando, mais uma vez, que pretende realizar reformas como a política, a tributária e a da Previdência nos primeiros seis meses de mandato.

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