Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais abre os trabalhos do Mês do Orgulho em SP
Evento aconteceu neste sábado, 1º, na região central de São Paulo
A 22ª Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais ocorreu em São Paulo. A pauta foi o fim do lesbocídio e bifobia, bem como homenagear a memória de Ana Caroline Campêlo e Luana Barbosa.
O mês de junho, em que é celebrado o Orgulho LGBTQIA+, começou com o cortejo da 22º Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais em São Paulo. O evento aconteceu neste sábado, 1º, na região central da capital paulista.
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A organização do evento escolheu advogar pelo fim do lesbocídio e bifobia, inspirados pelas mortes de Ana Caroline Campêlo e Luana Barbosa, ambas mulheres lésbicas que foram mortas de maneira brutal. Seus nomes eram gritados a plenos pulmões pelo público e em cima do trio durante todo o cortejo.
Boa parte do público estava usando bandeiras LGBTQIA+, mas as que exibiam as cores do orgulho bissexual e lésbico também eram vistas entre a multidão. Casais e grupos de amigas se aglomeraram para acompanhar o carro e a maioria do público era formado por mulheres. A organização estima que 10 mil pessoas estiveram na Caminhada.
Natalia Daumas e Lorena Coutinho, casal de jornalistas que também prestigiaram o evento, escolheram as cores do arco-íris como manto para a caminhada. "Estamos aqui para garantir direitos básicos. Não estamos pedindo muita coisa: proteção, saúde e segurança e que a gente possa amar. Qual o problema da gente amar outra mulher, outras pessoas?", disse Natália em conversa com o Terra. Enquanto estavam no meio do povo, elas tiraram fotos e conversaram com fãs.
Uma das presenças que mais movimentou o público foi a de Erika Hilton. A deputada federal pelo PSOL chegou por volta das 15h45 na Praça da República, e foi parada por quem estava por ali para tirar fotos. Quando subiu no trio, seu discurso foi chamando as pessoas para uma visão mais unificada da comunidade LGBTQIA+. “Ninguém pode ficar para trás e esquecida. Nenhuma pauta pode ser elencada como mais ou menos importante. Nós marchamos contra o ódio que persegue as nossas vidas”.
Débora Lima, presidente do PSOL, também esteve no evento. Enquanto mulher bissexual, ela disse que estava ali para “lutar pelas suas” e estava acompanhada da filha: “Quero gritar o nome de Carol e Luana. Viva a nossa luta, a diversidade, toda forma de amar é política."
A vereadora Luana Alves, do PSOL, também compartilhou seus desejos em relação a pauta lésbica e bissexual durante a caminhada, além de relembrar as homenageadas do dia. “É importante a gente não arredar o pé da rua. Estamos aqui lutando por justiça para Luana e Carol. Essa política de ódio tira as nossas vidas”, disse.
O evento foi pacífico e, além das manifestações políticas, teve a presença de blocos LGBTQIA+, como o Siriricando, Maria Sapatão e Siga Bem Caminhoneira. Eles seguiram o cortejo até o destino final, que foi o Largo do Arouche.