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Livro que conta a história de Vladimir Herzog é lançado com diversos formatos acessíveis

ONG Mais Diferenças produziu 'Um menino chamado Vlado', de Marcia Camargos, com linguagem simples, narração em português, audiodescrição das imagens, tradução e interpretação em Libras, texto em português e glossário; Jornalista foi assassinado pela ditadura militar há 50 anos; episódio 196 da coluna Vencer Limites no Jornal Eldorado.

24 jun 2025 - 07h31
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Em março deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu Vladimir Herzog como anistiado político.
Em março deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu Vladimir Herzog como anistiado político.
Foto: Larissa Queiroz / ONG Mais Diferenças / Divulgação. / Estadão

A história de Vladimir Herzog é uma das mais emblemáticas sobre a violência que a ditadura militar impôs ao Brasil. O jornalista foi torturado e assassinado em 25 de outubro de 1975, dentro do antigo prédio do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), no bairro do Paraíso, em São Paulo.

Em março deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu Vladimir Herzog como anistiado político.
Em março deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu Vladimir Herzog como anistiado político.
Foto: Larissa Queiroz / ONG Mais Diferenças / Divulgação. / Estadão

Dez anos atrás, em 3 de maio de 2015, o Instituto Vladimir Herzog e a editora Autêntica lançaram 'Um menino chamado Vlado', da escritora, jornalista e historiadora Marcia Camargos, livro que mescla ficção e realidade, reúne depoimentos feitos por familiares, colegas de escola, de militância e de profissão para resgatar a vida do jornalista desde a infância na Itália, abordando também formação e atividades além do jornalismo.

A obra é publicada agora com versões acessíveis em diversos formatos, produzida pela ONG Mais Diferenças em PDF e audiovisual, com linguagem simples/leitura fácil, narração em português, audiodescrição das imagens, tradução e interpretação em Libras, texto em português e glossário.

Apresentada oficialmente na Feira do Livro do Pacaembu, em São Paulo, a obra acessível teve participação de equipe interdisciplinar, formada por profissionais com e sem deficiência.

"Temos um grupo de leitores com diferentes deficiências e fizemos uma pré-curadoria com quatro títulos de gêneros diversos. São jovens e adultos com deficiência intelectual, autistas, surdos, que disseram terem escolhido esse livro porque a democracia é muito importante, mas eles têm pouco conhecimento a respeito da história da ditadura e o que aconteceu no País. Acreditamos na capacidade de todas as pessoas como leitoras, numa perspectiva de direitos. Estamos muito felizes com o trabalho. O Instituto Vladimir Herzog é um grande parceiro", diz Carla Mauch, coordenadora geral da Mais Diferenças.

Feita com apoio da Lei Estadual Paulo Gustavo, por meio do projeto 'Páginas Abertas: livros para diferentes formas de ler', a publicação é protegida por direitos autorais e foi incluída no acervo da Biblioteca Virtual MD, plataforma voltada à democratização do acesso à leitura para pessoas com deficiência ( para fazer cadastro e baixar o livro).

Reparação - Em março deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu Vladimir Herzog como anistiado político. A viúva do jornalista, Clarice Herzog, recebe R$ 34.577,89 mensais, em reparação econômica concedida por decisão judicial da 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal.

Além disso, a Advocacia Geral da União (AGU) vai pagar R$ 3 milhões para a família de Herzog, em um acordo judicial que envolve indenização por danos morais e reparação econômica mensal, resultado de processo movido neste ano pela família contra a União.

O compromisso do Estado foi divulgado na última quarta-feira, 18, e, de acordo com a AGU, o documento será assinado em cerimônia pública na sede do Instituto Vladimir Herzog nesta quinta-feira, 26, véspera do aniversário de 88 do jornalista.

Vladimir Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura. Antes, teve passagem pelo Estadão. Ele foi convocado pelo Exército para prestar depoimento sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), compareceu de maneira voluntária ao DOI-CODI em 25 de outubro de 1975 e nunca mais voltou para casa. Uma falsa cena de suicídio foi montada pelos envolvidos, que amarraram o pescoço do jornalista em um pano, mas investigações posteriores confirmaram tortura e assassinato.

Em 31 de outubro de 1975, o ato ecumênico que marcou seu sétimo dia de falecimento reuniu uma multidão em frente a Catedral da Sé. O jornalista foi enterrado no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Apesar do sepultamento de suicidas não ser permitido entre membros da comunidade em cemitérios judeus, Herzog foi aceito, o que indicou desconfiança sobre o laudo emitido pelos militares.

Publicação com recursos de acessibilidade foi incluída na Biblioteca Virtual MD.
Publicação com recursos de acessibilidade foi incluída na Biblioteca Virtual MD.
Foto: Divulgação. / Estadão
Estadão
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