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Jean Paulo Campos protagoniza novas reflexões ao público em 'Vai na Fé'

"A bissexualidade é uma orientação com pouca visibilidade", afirma psicólogo sobre processos do personagem na trama

21 jun 2023 - 10h59
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Conhecido na TV brasileira desde os 08 anos, o ator começou a carreira como João, na novela Amor e Revolução, mas foi em Carrossel nos anos 2000, que com o personagem Cirilo, que sua marca foi registrada. Na memória e assunto possível para diferentes diálogos sobre raça na história do Brasil, estão personagens interpretados por Jean Paulo. 

No contexto de Carrossel, a relação entre Cirilo e Maria Joaquina era pautada pelo desprezo vindo da personagem, interpretada por Larissa Manoela. Hoje, dez anos depois, Yuri vive através de relações de afeto, exibidas na novela do horário das 19h na Rede Globo, "Vai na Fé".

Na faculdade onde Yuri, o personagem de Jean Paulo, as reflexões passam por raça, orientação sexual e até o uso das redes sociais
Na faculdade onde Yuri, o personagem de Jean Paulo, as reflexões passam por raça, orientação sexual e até o uso das redes sociais
Foto: Reprodução/ GShow 

A história de Yuri, jovem estudante de direito, se desenha ao lado da interpretação de Vini, o ator Guthierry Sotero e Mel Maia, que interpreta Guiga, uma influencer que compartilha diversos momentos de sua vida nas redes sociais e também estuda direito. O interesse e sentimento acontece entre Vini e Yuri, mas também de Guiga e Yuri. Vista a história, está posta a reflexão sobre a bissexualidade de mais um personagem memorável. 

Com números expressivos de audiência para o horário, chegando aos 26 pontos em maio, a história contada na TV aberta gera discussões nas redes sociais, que vão de memes até a celebração por cenas que abordam a diversidade religiosa, passando pela celebração e nostalgia gerada pelo funk melody, febre nos anos 90. 

E assim como quem escreve a história, os atores também estão atentos às respostas e interações feitas pelo público on e offline. “Estou sempre ligado no que a galera anda comentando e vejo que a trama do personagem está tendo um feedback muito positivo, tanto na representatividade negra ou com a descoberta da bissexualidade”, conta Jean Paulo Campos, em entrevista exclusiva ao Terra Nós. 

Um jovem gigante comum

Jean reconhece e celebra o personagem, que já no primeiro capítulo é atravessado por questões de violência policial e racismo. “Você é gigante Yuri”, diz na legenda de uma das primeiras e já muito marcantes cenas da novela. 

“Foi um processo muito trabalhoso e que ainda continua acontecendo”, declara o ator ao Terra Nós. A conversa sobre a relação entre os personagens Vini e Yuri também foi pauta. “Fico muito feliz que o público está se interessando cada vez mais pelo personagem e que muitas pessoas se sintam representadas por ele”, explica.

Yuri e Vini se conheceram na faculdade, espaço que dividem como estudantes de direito
Yuri e Vini se conheceram na faculdade, espaço que dividem como estudantes de direito
Foto: Reprodução/GShow

Para o psicólogo e sexólogo, Caio Graneiro, a conversa sobre bissexualidade chega num momento de mais visibilidade a partir da reflexão proposta na novela. “Mesmo que aquela pessoa que não vá fazer a reflexão a partir da própria sexualidade, talvez isso abra campo para um processo de empatia e de sensibilização a respeito de outras pessoas que não fazem parte do universo dela, mas estão representadas ali”, explica.

"A gente tem avançado bastante em relação a pauta da bissexualidade, porque outras questões, como a da homossexualidade, abriram espaço para que outras conversas", contextualiza o psicólogo. Se reconhece como bissexual o indíviduo que é emocional, sexual ou romanticamente atraído por pessoas de gêneros diferentes e iguais ao seu. 

Vivências que geram identificação

A identificação, que se concretiza a partir da visibilidade, é uma ferramenta que transforma os processos de aprendizado e até autoconhecimento, explica o psicólogo Caio Graneiro. “A cultura é um caminho muito rico neste sentido”, complementa. De forma individual, os pensamentos que ajudam na compreensão da própria sexualidade e dos desejos que nos formam, podem ser elucidados a partir do processo terapêutico, elucida Caio. 

A história de que "é só uma fase" reforça preconceitos sobre o assunto e é contestada na novela. Por ser um tema que ganha mais força a partir de exemplos como os contados na trama, também se trata de um exercício de autoconhecimento, empatia e descobertas. Regiane Alves interpreta Clara, uma mulher que compreende a bissexualidade depois de anos vivendo um casamento heteroafetivo. O namoro com Helena, a atriz Priscila Sztejnman, marca uma transformação na história da mãe e dona de casa que decide se divorciar do atual marido.

“O público do sofá consome novelas e se identifica com os personagens justamente por acreditar que sua realidade está sendo retratada, ver personagens como a Clara e Yuri tendo esse destaque é expandir o público além do tradicional”, relata a comunicadora que fã da novela das 19h, Beatriz Santos. “Tenho tantos amigos, conhecidos, colegas de trabalho LGBTQIAP+ com quem convivo em minha rotina e sempre me questionei com o fato de ver diversas representações nas novelas e mesmo assim não conseguir me identificar 100%, sempre faltou algo e Vai Na Fé furou essa bolha”, complementa. 

Jean conta que compreendeu a missão que interpretar Yuri significa e revela que a construção e preparação para o personagem é um processo contínuo. “É uma baita responsabilidade trazer assuntos tão relevantes e importantes de serem discutidos, mas graças a ajuda da nossa preparadora inicial Cris Moura e a Isabella Secchin que deu continuidade nos trabalhos conosco e todos meus parceiros de equipe e elenco, sinto que estou conseguindo passar a mensagem que gostaríamos com o personagem Yuri, que tanto me ensina a cada cena que gravamos.”

Se o aprendizado acontece em cena, os reflexos disso também são percebidos para quem está em frente às telinhas. "Existe uma construção bem sutil e natural, me fez recordar o meu próprio processo de descoberta e também aceitação”, conta a telespectadora, que  destaca a intersseção entre temas, por se tratar também de um jovem negro, já esteriotipado. 

Se para quem assiste e quem faz, 'Vai na Fé’ tem cumprido o papel de entreter enquanto transforma e ensina, a expectativa pelos beijos na telinha é alta. “Que os autores possam seguir com o desenvolvimento dos personagens e não censurem as cenas de afeto entre eles”, deseja a telespectadora.

Gerando expectativa no público, o beijo entre Yuri e Vini finalmente veio aí
Gerando expectativa no público, o beijo entre Yuri e Vini finalmente veio aí
Foto: Reprodução/GShow

Encerrando uma semana de muitas movimentações na história, no sábado (17), foi ao ar uma cena curta, mas delicada e afetuosa do beijo entre Yuri e Vini. O namoro que agora é oficial, é também ponto de partida para uma nova fase vivida pelo personagem de Jean, que está fazendo história. 

Com discussões atuais e pertinentes sobre os diferentes ambientes que hoje a população negra ocupa, Yuri também mostra a educação como ferramenta de transformação e o afeto como um combustível para o autoconhecimento. “É um prazer imenso para nós atores fazermos um trabalho e sermos reconhecidos por tal, então ser lembrado pelo Cirilo e agora pelo Yuri também é de extrema gratidão pra mim”, conclui o ator.

NÓS Explicamos: mitos e verdades sobre bissexualidade :
Fonte: Casa Lab
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