Dudu Bertholini sobre ser apresentador não-binário na TV aberta: 'Luta vai além de mim'
Estilista está no Drag Race Brasil, franquia brasileira de reality internacional, e no Esquadrão da Moda, do SBT
Sem se identificar como homem ou mulher, Dudu Bertholini usa pronomes masculinos, femininos e neutros para se referir a si mesmo e se reconhece como uma pessoa não-binária que transita entre o feminino e o masculino. Atualmente, ele está no júri da versão brasileira de Drag Race, reality show internacional de competição de drag queens, e acaba de apresentar a temporada mais recente de Esquadrão da Moda, do SBT, que terminou no começo do mês.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Para Dudu, é uma conquista e um compromisso representar a comunidade LGBTQIA+ na televisão aberta. "Sempre renovo meu compromisso de também pavimentar o caminho para aquelas que vierem e de entregar o meu melhor em uma luta que vai para muito além de mim e que fala sobre todos nós", declarou em entrevista ao Terra.
O apresentador também reconhece que não ocuparia o lugar que tem hoje se não fosse por outros artistas e comunicadores queers. "Fico muito feliz em ocupar esse espaço e em saber que a gente teve pessoas muito pioneiras que devem ser reverenciadas e aclamadas. Eu não estaria aqui se não fossem Ney Matogrosso, Jorge LaFond [conhecido pela personagem Vera Verão], Rogéria, Roberta Close, Milton Cunha e milhares de pessoas fantásticas que a gente tem no País."
Dudu Bertholini ganhou fama no meio da moda por trabalhar há mais de 20 anos como stylist, estilista e consultor de imagem, atividades que ainda exerce em paralelo com a TV. A fama em escala nacional chegou em 2016, quando fez parte da bancada do Amor & Sexo, apresentado por Fernanda Lima na Globo.
"Sempre fui uma pessoa muito multidisciplinar. Nesses meus mais de 20 anos de trajetória na moda, já trabalhei nos mais diferentes campos de atuação e, o que percebi através disso, é que é mais sobre a mensagem do que sobre o meio. Qualquer plataforma onde eu conseguir ser uma pessoa autêntica e dizer aquilo que eu quero, me interessa."
Autenticidade, aliás, é uma das características que Dudu mais preza. É isso que analisa ao julgar as competidoras do Drag Race Brasil e também o que procura manter nas participantes do Esquadrão da Moda.
Com 1,90 m de altura e um visual extravagante, geralmente com muitas estampas, cores, texturas e acessórios, ele não quer ditar regras e considera que o mais cafona não está nos looks, mas em outros comportamentos. "Arrogância e classismo são muito cafonas. Afinal de contas, nada é mais elegante e chique do que empatia, humildade e autenticidade, que é a coisa mais linda", conclui.