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Conheça Frimes, que estreia nos cinemas em "De Repente Drag"

Artista maranhense fala sobre os desafios da arte no país, inspirações e processos criativos e conta detalhes de filme com Silvero Pereira

4 ago 2022 - 16h32
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Rafael Paz estreia nos cinemas como Lohanny em "De Repente Drag"
Rafael Paz estreia nos cinemas como Lohanny em "De Repente Drag"
Foto: Divulgação

Foi na adolescência em que Rafael Perez, assistiu em São Luís, no Maranhão, cidade onde nasceu e vive até hoje, o espetáculo "Uma Linda Quase Mulher", protagonizado pela icônica drag Mia Cara de Gato, que ficou em cartaz por mais de uma década. E naquele momento nasceu uma paixão. 

Um tempo depois, foi ao ar o reality show "RuPaul's Drag Race", sucesso nos Estados Unidos e em diversos países. A competição de drags é também um hit no Brasil e encorajou Rafael a dar vida à sua própria drag, Frimes. "RuPaul é lendária, continua coroando rainhas mundo afora. Sem ela nós, de fato, não teríamos tanta visibilidade como temos", explica Rafael em entrevista ao Nós. 

Aos 29 anos, Rafael se prepara para estrear em cinemas de todo o país com "De Repente Drag", produção que conta ainda com outras grandes estrelas drags como Márcia Pantera, Kaya Conky, Potyguara Bardo, Rochelle Santrelly, Sangalo Schneider, Silvetty Montilla e Tchaka, além da diva pop Pepita e do ator Silvero Pereira. 

Quem também divide a cena com Frimes é Mia Cara de Gato. "Tive a oportunidade de trabalhar com ela no longa como uma real inspiração. O encontro da nova geração com a velha guarda foi sensacional para mim", revela, empolgado. 

Seu primeiro contato com o longa se deu através da diretora do filme, Rafaela Gonçalves, como consultor de roteiro. "Ela queria vivências de uma drag queen para examinar o roteiro e entender se tinha algo fora da realidade. Na primeira leitura já me apaixonei pela personagem que, tempos depois, soube que foi inspirada na Frimes e na dualidade que tenho naturalmente na estética da minha drag" conta ele. 

FRIMES em cena de "De Repente Drag".
FRIMES em cena de "De Repente Drag".
Foto: Divulgação

Foi então que fez o teste para o papel de Lohanny e passou. "Esse foi um dos meus maiores desafios, como dar vida a uma outra drag queen que não é a minha, essa drag que já habita meu corpo sempre que uma maquiagem é aplicada ao meu rosto", conta, explicando que contou com o auxílio do preparador de elenco Hilther Frazão. "Ele me ajudou a limpar os trejeitos da Frimes e dar espaço a Lohanny que veio, inclusive, como uma personagem dupla, montada e desmontada, até porque as pessoas se transformam quando estão montadas. Eu, por exemplo, sou muito tímido e a Frimes é o oposto disso tudo", confessa.

Em meio ao desmonte da cultura no país, com ataques em especial ao cinema, e com nomes globais como Wagner Moura e Lázaro Ramos tendo dificuldades em lançar suas produções, a estreia de "De Repente Drag" é celebrada de forma contundente por Rafael. "É resistência! Apesar do 'boom' drag no Brasil, nós ainda enfrentamos muita dificuldade no mercado de trabalho e na sociedade em geral. É uma arte muito desvalorizada", aponta o artista. 

"As pessoas não têm real noção do quão caro e demorado é realizar esse trabalho. É muita dedicação e investimento para pouco retorno. O filme possibilitou uma visibilidade e uma movimentação para o mercado para artistas menores, como eu", finaliza, comemorando após o desabafo. 

"De Repente Drag" narra a história de Julião (Ruan do Vale), um repórter cansado de ser a piada no jornal onde trabalha e que se depara com uma investigação de tráfico de pessoas após participar do maior concurso de drags do Nordeste, onde precisa mergulhar nesse universo criando sua própria personagem. O longa-metragem abriu o Rio LGBTQIA+ Festival de Cinema 2022 e fez parte do Selo ELAS 2020, iniciativa da Elo Company que visa fomentar o cinema feito por mulheres, na intenção de impulsionar a equidade de gênero no audiovisual.

Fonte: Redação Nós
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