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Usar GNV no carro é menos seguro? Especialista diz como prevenir acidentes

Instalação, abastecimento e uso do sistema exigem rigorosos padrões de segurança e rotina de cuidados

22 jun 2025 - 17h01
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A recente explosão de um carro movido a gás natural veicular (GNV) em um posto de combustíveis no Rio de Janeiro, que vitimou duas pessoas, reacendeu o debate sobre a segurança desse tipo de sistema. Apesar de ser uma alternativa mais econômica ao combustível tradicional, o GNV exige cuidados rigorosos de instalação, manutenção e abastecimento para garantir que os benefícios não se transformem em tragédia.

Para entender os riscos e as boas práticas de uso do GNV, conversamos com Breno Henrique, engenheiro mecânico, técnico em mecânica e CEO da Strong Car Services, empresa especializada em serviços automotivos.

Segundo ele, o sistema opera com pressões extremamente elevadas — acima de 200 bar e, por isso, "entre os principais perigos estão os vazamentos de gás, que podem resultar em incêndios ou explosões, além da corrosão de componentes e a fadiga dos materiais".

Henrique explica que esses riscos são amplamente evitáveis com uma rotina adequada de manutenção preventiva. "O motorista deve realizar inspeções frequentes, verificar possíveis vazamentos, garantir a integridade das conexões e respeitar os prazos de validade dos componentes, incluindo a obrigatória requalificação periódica dos cilindros", afirma.

A recomendação é que sejam feitas vistorias a cada 6 meses ou 10 mil quilômetros rodados, além da Inspeção de Segurança Veicular (ISV) anual exigida pelo Inmetro, sem a qual o selo de GNV não é renovado.

O engenheiro destaca que os principais componentes que requerem atenção são o cilindro de armazenamento, válvulas, mangueiras, tubulações, redutor de pressão e conexões. "Uma rotina de manutenção bem feita é a principal barreira entre um sistema seguro e um acidente", diz.

Atualmente, o GNV é o segundo combustível mais barato na cidade de São Paulo, atrás apenas do etanol. O preço médio na capital na última semana foi de R$ 4,56 por m³, enquanto o etanol vem custando R$ 4,06 o litro, segundo dados da ANP, a Agência Nacional do Petróleo. A gasolina continua bem mais cara, R$ 6,15 o litro. No entanto, o GNV, que já foi muito mais barato também que o etanol, vem deixando de valer a pena.

O custo da conversão, que pode chegar a R$ 9 mil dependendo do tipo de kit, demora mais a ser amortizado por conta do custo maior do m³ do gás, principalmente para quem roda muito, caso de taxistas e motoristas de aplicativo. Acaba compensando mais rodar com etanol. Em estados como o Rio de Janeiro, ainda há vantagem por conta do desconto no IPVA, que cai de 4% para 1,5%, o que ainda mantém a procura alta pela instalação.

As altas no preço da gasolina entre 2020 e 2022 fizeram a procura pelo GNV dispararem novamente, período onde o litro chegou a custar R$ 8, enquanto o GNV se manteve nos patamares habituais. Quem já tinha o kit instalado pode aproveitar a economia, e quem quis instalar precisou correr para as convertedoras.

O episódio no Rio de Janeiro serve como alerta para motoristas e autoridades. Embora o GNV possa oferecer economia e redução de emissões, a negligência com as normas de segurança pode transformar uma alternativa vantajosa em algo arriscado.

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Estadão
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