Tesla tem maior queda de vendas da história
Vendas no segundo trimestre ficaram abaixo das projeções que já eram pessimistas; queda de 13,5% supera 2024
A Tesla continua acelerando na direção contrária ao sucesso que a consagrou na última década. A marca de Elon Musk divulgou os números de produção e entregas do segundo trimestre de 2025 — e o resultado confirma o pior cenário projetado por analistas de mercado: mais uma queda expressiva, marcando um novo recorde negativo.
De abril a junho, a Tesla entregou 384.122 veículos elétricos em todo o mundo, ligeiramente abaixo do intervalo previsto por Wall Street, que apontava entre 385 mil e 389 mil unidades. Apesar de representar uma melhora aparente em relação ao primeiro trimestre deste ano (336.681 unidades), o balanço é, na verdade, ainda mais preocupante: a queda anual foi de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024, superando o recuo de 13% registrado no trimestre anterior.
Em números absolutos, foram cerca de 60 mil carros a menos do que os 444 mil vendidos no segundo trimestre de 2024, algo impensável para uma montadora que, até pouco tempo, colecionava crescimentos trimestrais de 50% como marca registrada.
A derrocada começou no ano passado, quando a Tesla registrou sua primeira retração de vendas na história recente, em meio a uma desaceleração global na adoção de carros elétricos. Para este ano, o problema ganhou contornos ainda maiores.
No primeiro trimestre de 2025, a Tesla culpou a paralisação temporária de fábricas para a produção da nova geração do Model Y. Mas, agora, o argumento não cola: a produção do SUV renovado está em plena capacidade desde abril, mas as vendas seguem abaixo do esperado — especialmente na Europa.
Na região, o baque foi pesado: de janeiro a maio, as vendas da Tesla caíram 45% em comparação ao mesmo período de 2024. Analistas apontam dois fatores principais: a perda de prestígio de Elon Musk, que tem manifestado apoio a políticos e movimentos de extrema-direita, algo que vem incomodando fortemente o público europeu; e o avanço das montadoras chinesas, que oferecem modelos elétricos mais baratos — e, em muitos casos, tecnologicamente mais avançados.
Os números da categoria "Outros modelos" — que inclui o polêmico Cybertruck, além dos Model S e X — também ligam o sinal de alerta: apenas 10.394 unidades foram entregues no trimestre, reflexo de um mercado pouco receptivo. O Cybertruck, apontado como uma das grandes apostas da Tesla, já é tratado como um fiasco comercial.
Outro ponto que preocupa investidores é o desequilíbrio entre produção e vendas. No segundo trimestre, a Tesla fabricou 410.244 veículos — quase 26 mil a mais do que entregou aos clientes. Só em 2025, a montadora acumula um estoque excedente de mais de 50 mil carros, sinal claro de que a demanda não acompanha o ritmo das linhas de montagem.
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