SUVs da Scout usarão motores VW feitos no México
Extensor "Harvester" será arma da Scout para entregar até 800 km de autonomia
Apesar dos avanços tecnológicos, a autonomia ainda é uma preocupação na compra de picapes e SUVs grandes. O peso compromete a eficiência, limitando o alcance. Para contornar essa limitação até que as baterias evoluam, a Scout vai utilizar motores a gasolina como extensores de autonomia.
Os futuros modelos da marca serão majoritariamente elétricos, mas contarão com essa opção adicional. O extensor, chamado "Harvester", será fabricado no México e foi anunciado por Arno Antlitz, diretor financeiro da Volkswagen.
Trata-se de um motor quatro cilindros sem turbocompressor, produzido na fábrica de Silao. Segundo o CEO da Scout, Scott Keogh, é um propulsor compacto, potente e eficiente. Instalado atrás do eixo traseiro, ele atua apenas como gerador, sem tração direta nas rodas, e opera de forma quase imperceptível ao motorista.
Modelos com o extensor Harvester podem rodar até 800 km
A picape Terra e o SUV Traveler, ambos com estrutura sobre chassi, terão autonomia estimada de 560 km na configuração padrão. Com o Harvester, esse número pode chegar a 800 km, sendo 240 km totalmente elétricos. Os modelos convencionais usarão baterias de 120 kWh, enquanto as versões com extensor terão cerca da metade dessa capacidade.
No desempenho, a Scout prevê aceleração de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos, com acréscimo de um segundo nas versões com extensor. O motor a combustão não move diretamente as rodas — sua função é somente recarregar a bateria durante o trajeto.
A Scout não é pioneira nessa abordagem. Usando picapes como exemplo, a Ram 1500 Ramcharger seguirá o mesmo caminho. A Volkswagen, controladora da Scout, pretende lançar a tecnologia primeiro na China, com planos para a Europa em seguida.
Início da produção está previsto para final de 2027
Embora os novos modelos tenham sido revelados em outubro passado, a produção em série começará apenas no fim de 2027, em uma nova fábrica de US$ 2 bilhões na Carolina do Sul, que deverá gerar mais de 4 mil empregos. A capacidade anual projetada é de até 200 mil veículos, meta que Antlitz acredita ser viável com o reforço da versão equipada com o Harvester.
Esses veículos não competirão com nenhum modelo atual da Volkswagen nos EUA. A Amarok, por exemplo, não é vendida por lá, e o sucessor anunciado recentemente também não deve ser lançado no mercado americano, por exemplo.