Nova Fiat Toro 2026 muda onde era fundamental e mostra a sua melhor forma

Depois de lançar modelos como 147 Picape (1978), Fiorino Picape (1988) e Strada (1998), a Fiat queria uma opção intermediária entre as compactas e as médias e, em fevereiro de 2016, lançou a Toro. Desde então, a caminhonete se tornou sensação, afinal, de lá para cá, já vendeu mais de 600 mil unidades na América Latina.

Em nove anos de mercado, já passou por introdução de versões, mudanças na mecânica, inclusão de equipamentos e uma leve reestilização, em 2021. Agora, porém, era hora de uma atualização um tico mais profunda, apresentada na última semana.

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A Toro 2026 está R$ 2.000 mais cara em cada uma das seis versões do portfólio. No test drive de lançamento, em Atibaia, no interior paulista, dirigimos a opção Ultra, de R$ 196.490. Segundo a Fiat, o mix de vendas fica em 70% para as configurações flex e 30% para as opções a diesel.

Embora tenha chegado às lojas pouco depois da Renault Oroch, a Toro ainda é a estrela do segmento e continua ditando tendências visuais - pelo menos enquanto não chegam a Renault Niagara e a inédita Volkswagen Udara. Na estética, exibe mudanças pontuais, mas importantes, como linhas mais retas, grade frontal maior com filetes verticais, rodas com novo desenho, lanternas mais estreitas e luzes diurnas em formato que imita acabamento "pixelado".

Por fora, a Toro Ultra tem acabamentos e rodas de 18? escurecidos e logotipo cinza grafite. As maçanetas e a capota rígida seguem a cor da carroceria. Completam o visual um Santo Antônio integrado e novos estribos.

Por dentro

No interior, a Toro 2026 continua repleta de plásticos no painel, mas é bem acabada. Mudaram algumas texturas, cores e materiais, de acordo com cada versão, e houve inclusão de equipamentos.

A opção avaliada pelo Jornal do Carro, por exemplo, tem quadro de instrumentos digital de 7? com novos gráficos e formato de fontes, câmbio com nova alavanca e bancos cobertos com couro sintético preto e com costuras vermelhas. Porém, a principal novidade da linha 2026 é o freio de estacionamento eletrônico com a função Auto Hold. Além de mais moderno, a remoção da alavanca abriu espaço no console central.

A picape é funcional, tem diversos porta-objetos e bom espaço interno para quem senta nos bancos da frente. Para o motorista, inclusive, a ergonomia é ótima. Tem comandos ao alcance das mãos e ajustes elétricos para o assento. O volante regula em altura e profundidade. Atrás, apesar do espaço mais apertado, os ocupantes passam a contar com novas entradas USB dos tipos A e C. O banco mantém o descansa-braço central com porta-copos, mas faltam as saídas de ar-condicionado.

Na lista, a versão Ultra é a primeira opção da gama a contar com central multimídia com tela de 10,1? em formato vertical de série - nas configurações abaixo dela, as telas são de 7? ou 8,4?. A lista é bem completa, com ar-condicionado digital e automático de duas zonas, carregador de celular sem fio, retrovisores com rebatimento automático, faróis de neblina e soleira adesiva.

Comportamento agradável

A Toro 2026 tem boa dirigibilidade e, justamente por isso, a Fiat manteve a mecânica intacta. O motor 2.2 Multijet herdado da RAM Rampage no começo do ano equipa a parte de cima da gama, enquanto as versões de entrada trazem o 1.3 turboflex T270, que é esperto nas acelerações. A picape oferece modo normal de condução, voltado ao conforto, e o Sport (acionado por uma tecla no painel), que sobe os giros e dá mais disposição.

Seja como for, cabe lembrar que a fase L8 do Proconve, iniciada em janeiro, obrigou a engenharia da Fiat a mexer no motor da Toro, que perdeu um pouco de potência e, agora, conta com até 176 cv. Já o câmbio automático de seis marchas é o mesmo e poderia ter respostas mais rápidas. Nem sempre motor e câmbio se casam bem. Além do atraso nas trocas, o conjunto é ruidoso quando o motor gira alto. Em compensação, permite trocas por aletas atrás do volante e ela alavanca.

Apesar de ter caçamba, a picape tem comportamento de carro de passeio. Seus 27,5 mkgf de torque entregue a 2.000 giros fazem o veículo embalar com facilidade. Até os 100 km/h, gasta 10,1 segundos e vai aos 197 km/h de velocidade máxima.

Embora não seja tão silenciosa, a picape é robusta, com 25 graus de ângulo de ataque e 29º de saída. Ou seja, difícil raspar em buracos e valetas. Na estrada, o conjunto de suspensões fica na medida certa. Vale destacar ainda o volume útil da caçamba, de 937 litros, e as capacidades de carga e de reboque, que são de 670 kg e 450 kg, respectivamente.

Consumo

De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro, a Fiat Toro 2026 tem os seguintes consumos: 9,4 km/l com gasolina e 6,5 km/l com etanol na cidade; e médias de 10,8 km/l e 7,8 km/l na estrada. O tanque de combustível tem 55 litros.

A configuração de topo dos modelos flex também não deixa a segurança de lado. Tem pacote ADAS, com frenagem automática de emergência, alerta de saída de faixa e comutação do farol alto. Contudo, deve controle de cruzeiro adaptativo. Segundo a Fiat, não é uma demanda da clientela. São seis airbags de série.

PRÓS

Boa ergonomia e fôlego do motor causam boa impressão na hora de dirigir. Tecnologia é destaque, com tela central grande e, agora, freio de estacionamento por botão;

CONTRAS

Lista de sistemas de assistência ao motorista fica devendo piloto automático adaptativo; picape é ruidosa quando o motorista acelera forte e o motor gira alto.

FICHA TÉCNICA

Fiat Toro Ultra 2026

• Motor: 1.3, quatro cilindros em linha, turboflex
• Potência: 176 cv a 5750 rpm (G) / 176 cv a 5.250 rpm (E)
• Torque: 27,5 mkgf a 2.000 rpm (G/E)
• Câmbio: Automático, 6 marchas
• Tração: Dianteira com juntas homocinéticas
• Tanque de combustível: 55 litros
• Suspensões: Independente do tipo McPherson (dianteira) e multilink (traseira)
• Comprimento: 4,95 m
• Largura: 1,85 m
• Altura: 1,69 m
• Entre-eixos: 2,98 m
• Altura do solo: 19,8 cm
• Ângulo de entrada: 25 graus
• Ângulo de saída: 29 graus
• Caçamba: 937 litros
• Peso (ordem de marcha): 1.712 kg
• Preço sugerido: R$ 196.490

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