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Ford Índia se desculpa por anúncio de Berlusconi com mulheres atadas

25 mar 2013 - 13h58
(atualizado às 16h44)
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O anúncio seria utilizado para promover o Figo - novo veículo da Ford no país
O anúncio seria utilizado para promover o Figo - novo veículo da Ford no país
Foto: EFE

A filial indiana da Ford emitiu um pedido de desculpas nesta segunda-feira por causa de um modelo de anúncio exibido no país asiático, o qual apresentava uma caricatura de Berlusconi no comando de um carro com três chamativas mulheres presas no porta-malas. 

"Lamentamos profundamente este incidente. Isso nunca deveria ter ocorrido", alegou a subsidiária da companhia automotiva americana em um comunicado reproduzido pelo jornal local The Hindu.

O anúncio, que tinha sido idealizado para promover o Figo - o novo carro da companhia -, não chegou a ser distribuído oficialmente e nem impresso em jornais, mas foi publicado durante horas no site da agência de publicidade JWT Índia junto a outras opções.

A imagem usada na campanha mostra a caricatura do ex-primeiro-ministro italiano fazendo um sinal de vitória e no comando de um carro vermelho, que, por sinal, também está ocupado por três voluptuosas mulheres atadas e vestidas com trajes sugestivos no porta-malas. Uma delas, inclusive, aparece usando um uniforme policial.

As outras caricaturas usadas em outros modelos da campanha exibem alguns pilotos de Fórmula 1 atados no porta-malas do mesmo veículo, que, desta vez, é conduzido pelo heptacampeão Michael Schumacher. Além do piloto alemão, a modelo Paris Hilton também foi usada em outro modelo do anuncio.

"Os desenhos são contrários aos padrões de profissionalismo e decência da Ford e de nossos sócios. Estamos revisando os processos de aprovação e supervisão para garantir que algo assim não volte a ocorrer", afirmou a Ford Índia em comunicado.

O grupo de publicidade WPP - ao que pertence a JWT Índia - argumentou que o vazamento dos anúncios "foi resultado de um ato individual sem a supervisão adequada" e que "tomará ações apropriadas" para evitar a repetição deste fato.

Apesar de os anúncios já terem sido retirados do site, a imprensa indiana repercutiu amplamente a campanha e criticou com bastante ênfase a utilização de mulheres como objetos sexuais.

Desde o estupro de uma jovem de 23 anos em Nova Délhi no último mês de dezembro - fato que resultou na morte da vítima -, a imprensa indiana passou a denunciar quase que diariamente novos casos de agressões sexuais, sendo que os direitos e as condições das mulheres ganharam espaço em um amplo debate político. 

Na última semana, por exemplo, o Parlamento nacional aprovou uma lei que reforça os mecanismos de proteção às mulheres e endurece as penas contra os agressores e estupradores.  

EFE   
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