Fiat Toro 2.2 Turbodiesel é bem melhor: já dirigimos no asfalto e na terra
Agora equipada com um motor a diesel mais potente, picape ficou bem mais rápida e também ganhou ajuste na suspensão, que arrasou no conforto
O Fiat Toro teve melhoras sensíveis no asfalto e na terra nas duas versões 4x4 a diesel: Volcano (R$ 206.990) e Ranch (R$ 224.990). Isso porque o modelo ganhou um novo motor, o Multijet 2.2 Turbodiesel de 200 cavalos, substituindo o antigo TD380 2.0 de 170 cv.
Como o novo motor trouxe mais potência e também mais torque (agora tem 450 Nm), a Fiat fez modificações no Toro a diesel. A suspensão traseira ganhou molas com nova pré-carga, a fim de reduzir o impacto sonoro do motor com maior cilindrada, e isso trouxe também mais conforto na rodagem.
Já dirigimos o Fiat Toro 2.2 Turbodiesel no Circuito Pan-americano (campo de provas da Pirelli). Com a versão Ranch rodamos na pista de asfalto e pudemos sentir a melhoria na aceleração de 0 a 100 km/h, que não foi pouca: 2 segundos. Essa prova agora é feita em 9,6 segundos (antes era 11,6).
O Toro 2.2 também melhorou nas retomadas de velocidade, devido à melhor relação peso/potência, que passou de 11,3 para 9,7 kg/cv. O câmbio continua sendo o automático de 9 marchas e teve a relação das primeiras marchas alongada em 14%. A velocidade máxima subiu de 193 para 201 km/h.
Para dar uma ideia, num tira-teima entre o Fiat Toro e o Ram Rampage, ambos com o mesmo motor 2.2 Turbodiesel, a picape da Fiat venceria por 0,3 segundo na aceleração de 0 a 100 e também ganharia na velocidade máxima por uma margem de 4 km/h.
Para ir de 60 a 100, o Toro 2.2 Turbodiesel agora leva 6,1 segundos (antes era 7,7). Para ir de 80 a 120 – outra reaceleração padrão da indústria automotiva –, o tempo gasto passou a ser de 7,9 segundos (antes era 9,4). A melhoria em todas as faixas de desempenho deixa a picape mais segura na hora de uma ultrapassagem.
Fizemos uma prova de frenagem em pânico, pisando forte no pedal a 100 km/h, e o comportamento do Fiat Toro 2.2 foi impecável, sem o mínimo desvio de trajetória. Os freios dianteiros foram redimensionados e os discos passaram de 305 para 330 mm. Veja aqui todas as mudanças técnicas com o novo motor.
Nas curvas, os controles de tração e estabilidade entram em ação se o motorista exagera. Por se tratar de uma picape, o comportamento direcional do Toro é admirável.
Nunca é demais lembrar que a picape “C” da Fiat (média-compacta) não utiliza chassi, e sim uma carroceria monobloco – daí sua semelhança a um SUV moderno na dirigibilidade. Também é mérito da carroceria monobloco – e do ótimo conjunto de suspensão – o comportamento do Toro na estrada de terra. Arrasou no conforto.
Fizemos a avaliação em piso de terra com a versão Volcano e mais uma vez a caminhonete apresentou pouco balanço (situação que se tornou popular na Fórmula 1 em 2022, pois é a oscilação da carroceria na vertical). Este é um ponto de segurança que o Fiat Toro dá de lavada nas picapes tradicionais, devido ao formato construtivo.
Algumas provas foram muito fáceis para o Toro 4x4, que segue sendo uma opção interessante para quem deseja uma picape cabine dupla a diesel com tração nas quatro rodas. O custo-benefício ainda vale muito a pena, comparando com modelos tradicionais.
A picape produzida em Goiana (PE) tem um comportamento exemplar na terra, com ótima filtragem das irregularidades do piso. Às vezes, você nem sente que está dirigindo na terra.
Quanto ao consumo, melhorou só na estrada. Segundo o PBEV do Inmetro, o Toro 2.2 faz 10,5 km/l na cidade (mesmo valor que fazia com o motor 2.0) e 13,6 km/l na estrada (contra 13,0 do antigo motor). Não são números que mereçam abrir um champanhe para comemorar, mas considere que agora o carro ficou bem mais rápido.
A Fiat destacou que o Toro a diesel agora é nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular por causa do motor 2.2, mas na verdade isso já ocorria com o motor 2.0 nas versões Volcano e Ranch. Ambas eram nota A e continuam sendo. Quem tinha nota B eram as versões Freedom e Ultra a diesel, que agora são fabricadas apenas com motor flex.
Na emissão de CO2 a melhoria foi de 4 g/km, passando de 173 g/km para 169 g/km. Quase nada. Como comparação, o Toro T270 Flex emite 136 g/km. E o Ford Maverick Hybrid, da mesma categoria do Fiat Toro, emite apenas 89 g/km de CO2.
Sendo assim, vale a pena investir num novo motor a diesel para o Fiat Toro? Sim, pois o desempenho melhorou. E comercialmente as versões a diesel respondem por 33% das vendas do modelo. O mix das versões a diesel é de 60% para a Volcano e 40% para a Ranch.
De maneira geral, as mudanças foram muito positivas e vão manter o Fiat Toro folgadamente na liderança. Apesar do pouco ganho no consumo, sem dúvida a picape ficou mais eficiente, pois a vantagem na aceleração é grande.
Também é digno de nota lembrar que o novo motor Multijet 2.2 Turbodiesel é produzido na Itália para aplicação global e já era usado no Brasil pelo Ram Rampage, que tem a mesma plataforma do Fiat Toro. Numa picape mais leve, a condução nos pareceu mais prazerosa. Esse motor também passa a equipar o Jeep Commander Overland 2025.
Quanto ao design, não houve nenhuma modificação. Nem precisava. O Fiat Toro tem um visual impactante e icônico, que faz muito sucesso desde o seu lançamento, e ainda é um dos modelos mais bonitos de seu segmento, além de bastante desejado, com meio milhão de unidades vendidas no Brasil.
