Estudo indica aumento da preferência por veículos eletrificados
Maioria dos motoristas de dez mercados ao redor do mundo deseja que seu próximo carro seja elétrico ou híbrido, revela estudo
A Allianz Partners, uma das maiores empresas de seguros e serviços de assistência do mundo, apresentou o seu mais recente relatório da série States of Mind, estudo feito a partir de dados da pesquisa Customer Lab, realizado pela empresa em dez mercados (Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos).
O estudo mostra que três em cada cinco usuários (60%) têm intenção de compra de um veículo elétrico ou híbrido como sua próxima aquisição. A tendência se torna ainda mais acentuada entre as famílias mais jovens: 75% das pessoas na faixa etária de 26 a 40 anos com filhos tendem a querer um veículo elétrico ou híbrido na sua próxima compra.
Embora as formas de transporte mais ecológicas se tornem a opção preferida de um maior número de pessoas, o relatório também salienta a necessidade de uma política arrojada, de um maior investimento em infraestruturas e de inovações revolucionárias para conseguir uma adoção em grande escala.
E embora existam mais veículos elétricos no mercado do que nunca – havia 450 modelos disponíveis em 2021, o dobro do número disponível em 2018 – o relatório destaca as barreiras que contribuem para a lenta adoção destes veículos, apesar da elevada procura.
A falta de infraestrutura para pontos de recarga é um problema significativo, mesmo que o relatório também assinale o potencial de uma revolução liderada pela Inteligência Artificial na tecnologia das baterias que transformaria a autonomia e a velocidade de carregamento.
As ofertas de mobilidade como serviço (mobility as a service – MaaS, do inglês) estão crescendo em vários meios de transporte. Com os automóveis particulares estacionados 92% do tempo, o crescimento da mobilidade compartilhada oferece uma utilização muito mais eficiente dos recursos.
Olhando para o futuro, o desenvolvimento de veículos autónomos (ou sem condutor), como os robô-táxis, revolucionaria as ofertas de mobilidade como serviço e aumentaria ainda mais os níveis de adoção.
O relatório explora igualmente o impacto da generalização da micromobilidade. Embora a utilização de e-scooters, ciclomotores elétricos e de e-bikes tenha aumentado significativamente, o seu crescimento tem sido complexo e, por vezes, controverso.
A regulamentação tem se esforçado para acompanhar os avanços tecnológicos e, cidades como Paris, têm sido objeto de medidas para restringir a sua utilização. O relatório mostra que a conscientização do público também precisa ser acompanhada: os dados da Allianz Partners mostram que 32% das pessoas não sabem se são obrigadas a fazer um seguro quando utilizam uma e-scooter. Do mesmo modo, 31% das pessoas não têm certeza se é necessário um seguro para utilizar uma e-bike.
"A última década foi transformadora para os veículos elétricos, tanto em termos de avanços tecnológicos como em aceitação do público”, afirmou Alejandro Agag, presidente e fundador da Fórmula E e da Extreme E. “Mas, para as pessoas, não se trata de apenas de melhorar o ambiente, mas também, custo menor, uma melhor experiência de uso e automóveis mais atraentes no mercado são igualmente importantes”, completou.
Michael Maicher, diretor global de vendas da Allianz Partners, acrescentou: “Estamos em um ponto crucial na história da mobilidade. Os motoristas já estão fazendo mudanças comportamentais significantes – seja na compra de veículos elétricos, na adoção de e-scooters, ciclomotores elétricos, e-bikes, ou na mudança da forma de adquirir e utilizar veículos. Mas ainda é preciso mais para libertar este potencial.
"Nunca é demais destacar o papel de infraestruturas eficazes na revolução ‘verde’. A falta de pontos de recarga, em particular, impede muitas pessoas de adotarem opções mais ecológicas. Mais investimento público e privado na mobilidade criará um círculo virtuoso, aumentando o ritmo da mudança tecnológica e tornando as soluções sustentáveis mais baratas e ainda mais atrativas", finalizou.