Chevrolet Monza volta ou não volta? Agora, não. Mas no futuro...
Lançamento de um Buick (marca da GM) como SUV elétrico na China por apenas US$ 23 mil mostra que futuro da Chevrolet virá mesmo da China
O Chevrolet Monza tem muitos fãs no Brasil e tem uma nova chance de ser relançado no país, dessa vez como carro elétrico, mas não já. A possibilidade renasce devido a um surpreendente movimento da GM chinesa na semana passada, quando lançou o Buick E5 por apenas US$ 23.000 (preço de entrada).
Esse movimento abre muitas variáveis para o futuro da Chevrolet no mercado chinês e até no brasileiro. Para entender essa possibilidade é preciso conectar algumas informações, que pontuamos abaixo.
1 - Chevrolet e Buick são marcas da GM em todo o mundo e estão presentes há muitos anos no mercado chinês por meio da joint-venture SAIC-GM.
2 - A GM decidiu que todas as suas fábricas, de todas as marcas, produzirão apenas veículos 100% elétricos a partir de 2035. Isso vale também para o Brasil, que será um polo exportador para mercados sul-americanos como Argentina, Chile, Peru e Colômbia.
3 - Atualmente, os carros mais populares da Chevrolet no Brasil (Onix, Onix Plus, Tracker e Montana) são frutos de um projeto que foi desenvolvido em parceria com a China para mercados emergentes. A China é conhecida por criar carros com baixo custo de produção.
4 - O novo Chevrolet Monza chinês não veio para o Brasil porque seu porte é muito parecido com o do Chevrolet Onix Plus brasileiro. Na China, o Monza é o substituto do Chevrolet Cruze, que está saindo de linha no Brasil.
5 - O Buick E5 EV é um enorme SUV do porte do Chevrolet Trailblazer, mas mesmo assim a SAIC-GM conseguiu lançá-los com preços a partir de US$ 23.000, o que dá cerca de R$ 116.000 (valor que seria muito baixo para o mercado brasileiro atual).
6 - A parceria da GM na China atinge também a montadora Dongfeng e suas submarcas. Uma delas é a Baojun. Segundo o site Mobiauto, a GM pretende importar o Baojun Cloud em 2025 para concorrer diretamente com o BYD Dolphin na faixa de R$ 150.000. Trata-se de um monovolume elétrico que teria o nome de Chevrolet Cloud. Na China ele também é chamado de Yunduo ou EQ100.
7 - As principais marcas do mundo estão dispostas a “ressuscitar” o nome de veículos icônicos do passado para popularizar os carros elétricos a partir da segunda metade desta década. A Volkswagen lançou o ID. Buzz como “Kombi elétrica”, a Ford lançou o Mustang Mach-E e a Fiat deve usar os nomes Panda e Uno em seu carro elétrico de volume.
8 - A marca Monza ainda é forte no Brasil e muito mais icônica do que a marca Onix Plus. Ao contrário da marca Gol, que a Volkswagen deixou envelhecer, a marca Monza saiu de cena quando era muito admirada, portanto sua lembrança é positiva num momento de combinar novas tecnologias com algumas tradições.
9 - Muito antes do que parecia, os últimos movimentos do mercado apontam para um cenário mais promissor para os carros elétricos em 2035, quando a Chevrolet terá apenas BEVs no Brasil. Além da chegada da produção de três carros elétricos da BYD (Dolphin, Yuan e Song), a GWM acena com a possibilidade de fabricar o Ora 03 e a Stellantis lançará seu primeiro carro elétrico nacional por volta de 2027.
10 - Não há nenhum plano anunciado sobre isso, mas a tendência, agora que Buick entrou no mercado de carros elétricos chineses, é que a Chevrolet também siga este caminho. Uma vez consolidada a operação de EVs da SAIC-GM na China, é natural que na onda seguinte o Brasil seja contemplado.
11 - Apesar de todos esses pontos favoráveis à volta do Monza, há um que é bastante desfavorável: o mercado de sedãs está cada vez menor e só se sustenta com carros compactos. Mas, na guerra por vendas, um sedã compacto elétrico estará longe de ser prioridade da Chevrolet, que pode preferir apostar em SUVs ou hatches, que vendem mais.
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