BYD Dolphin GS faz 400 km com uma carga na viagem ao Litoral Sul de SP

Depois de transformar o mercado e derrubar os preços, BYD Dolphin agora promete invadir as praias e fazer o verão do carro elétrico

Por: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

29 nov 2025 - 06h04

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BYD Dolphin GS: dois exemplares no mesmo carregador de Itanhaém
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

No dia 28 de junho de 2023 o mercado automotivo brasileiro sofreu um baque inesperado, que deu início a uma verdadeira revolução no setor. Foi o dia em que o Dolphin (Golfinho em inglês) foi lançado pela BYD com o atraente preço de R$ 149.800. Até então, um carro do porte do Dolphin custava pelo menos 100 mil reais a mais.

Em junho, o Peugeot e-2008 GT era vendido por R$ 259.990. Menos de um mês depois da chegada do BYD Dolphin abaixo de R$ 150.000, a Stellantis reduziu o preço do Peugeot 2008 elétrico para R$ 209.990 – 50 mil reais a menos! Assim como o Peugeot, outros carros elétricos tiveram queda vertiginosa de preço. O “efeito Dolphin” provocou uma redução geral nos preços dos EVs e sua crescente popularização.

BYD Dolphin GS em Itanhaém (SP)
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O mais incrível é que, passados exatos 29 meses da chegada do Golfinho, seu preço de entrada subiu apenas 190 reais; ele agora custa R$ 149.990, ainda abaixo da faixa “psicológica” dos 150 mil. Não por outro motivo, o BYD Dolphin deve ser o carro elétrico dominante do próximo versão. Já são 33.900 unidades circulando no país, um número muito superior ao de seu principal seguidor, o Ora 03, com 9.800.

Para quem duvida dessa mudança nas paisagens praianas, quando fui pesquisar a infraestrutura de recarga de EVs no Litoral Sul de São Paulo, deixei o Dolphin carregando num eletroposto do Posto Ipiranga de Intanhaem I(Avenida Rui Barbosa) e, quando voltei, havia dois Dolphin GS pretos iguaizinhos recebendo energia. Esse eletroposto é um dos poucos rápidos no Litoral Sul paulista (30 kW).

BYD Dolphin GS
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Para dar uma ideia, o BYD Dolphin saiu de São Paulo (Pinheiros) com 98% de carga na bateria, passou pelo Guarujá e depois foi até Itanhaém. Rodou 185 km e ainda tinha 63% de energia. Portanto, fez quase 12 km/kWh – número excelente que daria um alcance total de 529 km. Mas, lembre-se, na descida tem regeneração de energia. Se ele gastou menos de 17 kWh para descer a serra, no mesmo trajeto, subindo, vai ser mais.

Com um aumento de 10 kWh no consumo, mesmo gastando 27 kWh, o total seria de 44 kWh. Mas esse é o pior cenário.

Normalmente, a pessoa faz o roteiro ponto a ponto. Sendo assim, mesmo com o Dolphin GS – o de entrada – dá para ir e voltar de São Paulo ao Litoral Sul. Por outro lado, ainda que a opção seja ir até Peruíbe ou fazer o percurso via Jequitiba, pela BR-116, o Dolphin GS de R$ 150.000 vai e volta de São Paulo ao Litoral Sul com uma carga de bateria. Rodar 400 km é normal para esse carro.

Para quem viaja mais longe, dentro da BYD a versão ideal é Dolphin Plus, que tem bateria de 60,5 kWh e custa R$ 185.000. Isso vale, evidentemente, para qualquer carro que tenha opção de bateria maior ou menor. Mas atenção porque cada carro tem um consumo específico. No caso do Golfinho da BYD, o motor tem 204 cv de potência (150 kW). Se o carro for muito potente ou pesado, o consumo aumenta.

Aliás, vale a pena fazer alguns comentários sobre o Dolphin. A suspensão continua com ajuste de conforto, bem macia, a potência de carregamento é excelente (60 kW na carga rápida) e o espaço interno é surpreendente. Pelo que vi em Itanhaém, o Dolphin vai dominar a cena neste verão, no que diz respeito aos EVs. Isso porque as pessoas estão perdendo o medo de viajar com carros elétricos.

Quem usa com frequência “entende” o carro e perde totalmente a famosa ansiedade da autonomia. Sabendo quanto o veículo roda na prática e sabendo quais são os carregadores rápidos do caminho, a viagem é tranquila. Mas, claro, é preciso ter atenção em dias de chuva, pois nessas condições o consumo de qualquer EV aumenta bastante.

No final das contas, verificamos que a marcação do computador de bordo do BYD Dolphin é muito confiável. Portanto, basta ter o roteiro na memória que dá para viajar. De São Paulo a a Peruíbe, pela BR-116, há carregadores rápidos em Miracatu e Juquitiba. Na rota pelas vias Imigrantes e Anchieta, há opções em Praia Grande (duas), Itanhaém e Peruibe.

Recentemente, para celebrar os dois anos de história do Dolphin e o início das atividades na fábrica de Camaçari, na Bahia, a BYD apresentou novidades significativas na linha 2026 para quem quer entrar (ou continuar) no universo 100% elétrico:

Carregador de celular por indução de 50 W;
Ajustes elétricos no banco do motorista;
Rebatimento elétrico dos retrovisores;
Ajuste de profundidade e mais ajustes de altura do volante;
Partida inteligente;
Vidros com função um-toque para subir e descer.

Veja abaixo a lista dos eletropostos de carga rápida para quem deseja viajar ao Litoral Sul de São Paulo, tanto pelo sistema Anchieta-Imigrantes quanto pela BR-116 (Régis Bittencourt).