Avaliação: BYD King GS 2026 tem melhorias sutis para tentar bater Corolla
Sedã ganhou sistema ADAS de assistência ao motorista e ficou mais barato, agora custando R$ 175.990 na versão mais completa
Não dá para negar que a BYD foi corajosa em apostar em um concorrente para o Toyota Corolla, após praticamente todos os rivais terem deixado a arena com vendas lá embaixo (com menção honrosa ao Nissan Sentra, que resiste bravamente). E a aposta valeu à pena, com o King conseguindo um feito que apenas o Honda Civic conseguia em seus bons tempos, o de roubar clientes do líder absoluto. Se ainda está longe de batê-lo nos números, o King vem conquistando uma base sólida de clientes, sendo consistentemente o segundo colocado no segmento, com cerca de 1.000 carros mensais, ou um terço do Corolla.
E para a linha 2026, o sedã híbrido recebeu algumas melhorias tecnológicas e ainda ficou mais barato na versão topo de linha GS, a das fotos. A R$ 175.990, ela agora tem sistema ADAS, com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, monitor de faixa de rolamento e pontos cegos e assistente de manutenção de faixa. Sendo assim possível acionar o sistema e deixar que o King se encarregue de lidar com o anda e para do trânsito.
O motor 1.5 a gasolina teve a potência e torque reduzidos para 98 cv e 12,5 kgfm respectivamente, mas a potência combinada continua nos 235 cv para a versão GS, que é mais forte do que a de entrada GL. E os números ajudam a explicar um pouco do funcionamento do sistema híbrido do King. O sedã, na prática atua prioritariamente como um carro elétrico, e o 1.5 funcionando como um extensor de autonomia, entrando em ação quando a carga da bateria cai.
No entanto, quando é necessária força total, o motor a gasolina também pode tracionar as rodas junto com o elétrico. Há ainda um terceiro modo, para velocidades de cruzeiro em estrada, onde o motor a gasolina é usado para manter a velocidade e carregar a bateria.
Tudo isso é controlado pelo carro, com pouca ingerência do motorista sobre como se dará esta transferência de "responsabilidade" na tração do carro. O que se pode fazer é colocar o carro em modo EV, e priorizar o uso da bateria, ou HEV, para que ele use mais o motor a combustão. Mas mesmo assim, vai ser difícil ver o 1.5 entrando em funcionamento no dia a dia.
Para "forçar" o carro a carregar mais a própria bateria, é necessário entrar na central multimidia e acionar o modo "Save", para economia máxima de carga, e deixá-lo no modo HEV. Assim, o motor a combustão será solicitado para manter a carga no nível desejado.
Ou, se possível, usar a tomada de carga externa, e "esquecer" totalmente do 1.5 e usar o King praticamente como um carro elétrico. No que ele se sai muito bem. São 80 km de autonomia real, suficientes para ir e voltar do trabalho dentro de uma grande cidade sem precisar recarregar toda hora.
No painel, após uma semana de uso de mais de 300 km rodados, a autonomia geral ainda passava dos 1.000 km e a média no computador de bordo na casa dos 25 km/l. Isso com uma condução sem se preocupar com consumo e em regiões com ladeiras e trânsito intenso.
E ao acelerar, o King lembra mesmo um carro elétrico. As respostas são rápidas e o sedã é esperto no dia a dia. Afinal, com bons 235 cv, o King GS é mais potente do que muitos carros com apelo esportivo à venda no Brasil. Segundo a BYD, a aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em menos de 8 segundos.
Mas apesar do bom desempenho, o restante do comportamento do sedã é o de um modelo mais pacato. A suspensão é macia e a frente do King balança em curvas mais rápidas, desencorajando uma condução muito entusiasmada.
O King GS é bem equipado, com bancos com ajustes elétricos, e a enorme tela giratória no centro do painel chama atenção. Ela reproduz CarPlay ou Android Auto em toda a tela, facilitando muito o uso de quem preferir usar a plataforma do celular em vez do sistema operacional do carro. Este, no entanto, tem uso intuitivo a despeito das muitas funções.
Prós
King GS é potente, bem equipado e muito econômico. Desempenho também é ponto forte do modelo, que tem 235 cv e é mais forte do que muitos modelos esportivos.
Contras
Suspensão é bem macia e entrega conforto, mas não é nem um pouco afeita a uma condução mais esportiva. King balança em curvas feitas mais rapidamente e não gosta de ser provocado.
FICHA TÉCNICA
BYD King GS 2026
- Motor: 1.5, 4 cil., gasolina, dianteiro
- Potência: 98 cv a 5.750 rpm
- Torque: 12,5 mkgf a 1.700 rpm
- Potência elétrica: 197 cv
- Comprimento: 4,78 m
- Largura: 1,83 m
- Altura: 1,49 m
- Distância Entre-Eixos: 2,71 m
- Porta-malas: 450 litros
- Aceleração 0-100 km/h: 7,3 segundos
- Velocidade máxima: 185 km/h
- Preço sugerido: R$ 175.990
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