ABVE diz que regras para carros elétricos devem ser mantidas
Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, diz que no dia 1º os impostos “já vão praticamente dobrar”
O movimento da Anfavea de pedir aumento imediato de 35% da alíquota de importação de carros elétricos e híbridos está sendo acompanhado de perto pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Ricardo Bastos, presidente da ABVE, considera a medida desnecessária porque os impostos no dia 1º, próxima segunda-feira, “já vão praticamente dobrar”.
“O que é 10 vai virar 18% [carros elétricos], o que é 12 vai virar 24% [híbridos plug-in] e o que é 15 vai virar 25% [híbridos], então acho desnecessário mudar a regra, já tem aumento”, disse Bastos. “Eles [Anfavea] nem esperaram o cronograma definido pelo governo. Nossa ideia de previsibilidade é diferente da deles.” O principal alvo da Anfavea são marcas as chinesas BYD e GWM.
Na tarde desta quarta-feira, 26, Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, teria um encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin para pedir o aumento imediato para 35% (previsto para julho de 2026). Segundo Bastos, o Brasil não deveria criar mais dificuldades comerciais para a China depois da recepção “calorosa” que Alckmin teve em Perquim, recentemente, do governo chinês.
Bastos acredita que o Brasil não está na mesma posição dos Estados Unidos ou mesmo da União Europeia para “entrar numa guerra comercial com a China”. Ele também disse que o argumento da Anfavea, de que as montadoras vão desistir dos investimentos anunciados para o Brasil pode ser visto como “chantagem”.
Na opinião da ABVE, os aumentos previstos para o dia 1º de junho “já são apertados” (veja abaixo). “Com 10% dá para ajustar, mas 20% é um imposto alto”, disse Bastos. Por isso, na visão dele, as vendas de carros elétricos e híbridos acabarão caindo naturalmente quando houver o impacto das novas alíquotas.