Metroid completa 39 anos: a franquia que moldou o scifi nos games
Lançado em 1986, o game inspirou um gênero inteiro e continua influente até hoje
No dia 6 de agosto de 1986, a Nintendo lançava no Japão um jogo que mudaria para sempre a história dos videogames: Metroid. Combinando ação, exploração e uma atmosfera de ficção científica sombria e solitária, o título estrelado pela caçadora de recompensas Samus Aran rapidamente se destacou entre os clássicos do Nintendinho — não apenas por sua jogabilidade inovadora, mas também por sua ousadia narrativa e estética.
Em um tempo em que a maioria dos jogos apostava em progressão linear, desafios curtos e mundos encantados, Metroid oferecia um enorme labirinto interconectado, onde o jogador precisava explorar, adquirir habilidades e retornar a áreas previamente inacessíveis.
Essa estrutura não apenas estabeleceu as bases do que viria a ser chamado de metroidvania, como também influenciou diretamente o design de inúmeros títulos posteriores, incluindo séries como Castlevania, Hollow Knight, Ori e Axiom Verge.
A origem de uma experiência única
O desenvolvimento de Metroid partiu de um desejo da Nintendo de explorar novas fronteiras após os sucessos de Super Mario Bros. e The Legend of Zelda. A empresa queria criar um título com atmosfera mais densa, adulta, e sem pressa.
Para isso, reuniu uma equipe talentosa liderada por Yoshio Sakamoto (que mais tarde se tornaria o principal responsável criativo da franquia), Gunpei Yokoi (criador do Game Boy) e Hiroji Kiyotake, o artista por trás do visual icônico de Samus Aran.
Inspirado diretamente pelo clima claustrofóbico do clássico filme Alien, o 8º Passageiro (1979), Metroid bebeu da ficção científica cinematográfica para criar seu universo opressor e misterioso. A grande sacada, no entanto, veio de uma conversa casual entre os desenvolvedores: “E se o herói, no final, fosse revelado como uma mulher?”
A ideia parecia arriscada para os padrões da época, mas foi imediatamente abraçada pela equipe. Assim nasceu Samus Aran, uma das primeiras protagonistas femininas dos games, cuja identidade só era revelada ao final do jogo, caso o jogador fosse habilidoso o suficiente para terminar a aventura rapidamente.
O impacto dessa revelação foi histórica e abriu caminho para uma maior representação de personagens femininos nos videogames.
Legado que reverbera por décadas
Desde então, Metroid passou por diversas transformações. Super Metroid (1994), no Super Nintendo, é considerado por muitos como um dos melhores jogos de todos os tempos, elevando todos os elementos da fórmula original. Anos depois, Metroid Prime (2002) surpreendeu ao levar a série para a primeira pessoa, sem perder sua essência de exploração, em um dos melhores jogos do GameCube.
Mesmo com longos períodos de ausência no mercado, a franquia sempre retorna com força. Metroid Dread (2021) resgatou a linha 2D com sucesso, unindo o clássico e o moderno. E com Metroid Prime 4 em desenvolvimento, o futuro da caçadora de recompensas ainda guarda mistérios e tem muito a oferecer.
Ao completar 39 anos, Metroid não é apenas uma franquia clássica: é um pilar da história dos videogames e uma das maiores influências na criação do gênero metroidvania. Seu legado permanece vivo, inspirando desenvolvedores, desafiando jogadores e mantendo acesa a chama da ficção científica nos jogos eletrônicos.