Jogamos: Rainbow Six Siege X estreia modo inédito e acerta na nova abordagem
Nova versão serve como porta de entrada para iniciantes, marca o retorno de veteranos e traz o inédito modo Dual Front
Rainbow Six Siege X marca uma nova fase para o competitivo da Ubisoft. Com uma proposta mais acessível, a reformulação chega com opção gratuita para atrair novos jogadores e facilitar o retorno de quem ficou longe por um tempo. A ideia não é só manter o que já funciona, mas também abrir espaço para quem sempre viu o jogo como complexo demais para começar agora.
A principal adição dessa versão é o modo Dual Front, que chega como uma variação dinâmica da fórmula original. Com setores interativos, possibilidade de trocar de operador durante a partida e objetivos alternativos que mudam o ritmo, o novo formato amplia as possibilidades táticas sem abandonar a essência do jogo.
Novo ano, nova cara
Fazia tempo que não jogava Rainbow Six e, ao ver tantos agentes bloqueados e perceber que o jogo já está na décima temporada, me dei conta de que perdi bastante coisa nesse tempo afastado. Mas bastou voltar com essa nova versão, que traz uma abordagem mais acessível com opção gratuita, para essa estranheza desaparecer. A Ubisoft acertou ao criar uma porta de entrada tanto para quem nunca jogou quanto para quem está retornando.
Entre as novidades mais fáceis de notar, o som agora está mais realista. Mesmo usando um headset básico, consegui identificar claramente passos de inimigos e aliados. A percepção sonora ficou precisa a ponto de ser possível saber quando alguém está em outro andar ou quebrando madeira. Além disso, ações como plantar dispositivos ou arrombar portas geram sons distintos. Esse cuidado com o áudio sempre foi um dos diferenciais do título e, agora, está ainda mais refinado.
Durante as partidas, reparei em algumas adições interessantes nos mapas. Cano de gás que explode e deixa chamas temporárias bloqueando caminhos, detectores de metal que alertam ao detectar presença e extintores que, ao serem acionados, criam nuvens densas de fumaça. São pequenas mudanças que trazem impacto real, especialmente para quem joga no ataque.
Na parte da jogabilidade com os agentes, as novidades foram mais sutis. Cada operador continua com seu estilo único. Os mais pesados miram de forma mais lenta, enquanto os mais ágeis têm menos resistência. Notei que o uso do rapel está mais fluido do que antes. Lembro de ser mais travado nas versões antigas, especialmente na hora de sair da corda. Agora, é possível até andar de lado quando preso a uma parede, o que funcionou muito bem e dá mais opções de movimentação.
A maior novidade fica por conta do modo Dual Front, exclusivo para PC e consoles da geração atual. Duas equipes com até seis jogadores se enfrentam, uma no ataque e outra na defesa. Os operadores continuam sendo os mesmos de sempre, como a Ash e a Caveira, com suas habilidades únicas. O diferencial aqui é que, durante a partida, é possível trocar o operador usado.
Esse modo pode lembrar o tradicional dominação, mas apresenta elementos que o tornam único. Em vez de apenas capturar áreas circulares, o mapa é dividido em setores. A equipe atacante precisa invadir o território inimigo e plantar um kit de sabotagem, enquanto os defensores tentam impedir ou destruir o equipamento. Ao dominar um setor, a partida entra numa fase de transição, onde os jogadores ficam posicionados diante de uma faixa vermelha enquanto o time adversário se prepara para defender o próximo setor. Além disso, durante a partida surgem tarefas alternativas como escoltar um refém até o helicóptero, o que muda o ritmo das rodadas.
As partidas foram dinâmicas, com mapas amplos e a adição de um jogador extra em cada equipe. A possibilidade de trocar de operador e personalizar as armas durante o combate foi um dos pedidos mais frequentes da comunidade. Mesmo que essa mecânica não tenha sido aplicada nos modos principais, já é um avanço importante que pode indicar mudanças futuras no restante do jogo.
O único ponto que incomodou foi o tempo de renascimento. Esperar cerca de vinte segundos para retornar à ação tira um pouco do ritmo. Durante esse intervalo, é possível escolher um aliado e enviar um drone para marcá-lo e detectar inimigos ao redor. Essa funcionalidade até ameniza o tempo de espera, mas ainda assim poderia ser mais curto para manter a intensidade das partidas.
Considerações
Rainbow Six Siege X entrega uma experiência que respeita a base original, mas sem medo de mudar. O modo Dual Front mostra como o jogo ainda pode evoluir com pequenas inovações que fazem diferença na prática, enquanto a opção gratuita cumpre bem o papel de reaproximar a comunidade e atrair novos públicos.
Com algumas arestas a serem polidas, como o tempo de renascimento, o projeto evidencia um esforço claro da Ubisoft em manter a relevância da franquia. O resultado é uma versão que acerta ao equilibrar o legado com a necessidade de renovação.
Tom Clancy’s Rainbow Six Siege X está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S, podendo ser jogado também via Game Pass.