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Como Beyond Good & Evil moldou os jogos narrativos da Ubisoft

Enquanto todos jogavam Prince of Persia, poucos descobriram essa joia escondida em 2003

12 nov 2025 - 15h21
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Como Beyond Good & Evil moldou os jogos narrativos da Ubisoft
Como Beyond Good & Evil moldou os jogos narrativos da Ubisoft
Foto: Reprodução/Ubisoft

Em 2003, a Ubisoft vivia um dos momentos mais criativos da sua história. Enquanto o mundo aplaudia o sucesso de Prince of Persia: The Sands of Time, outro título do estúdio francês passava quase despercebido — um jogo ousado, poético e anos à frente de seu tempo: Beyond Good & Evil

Criado por Michel Ancel, o mesmo visionário por trás de Rayman, o game apresentou uma aventura de ficção científica e crítica social, estrelada por uma heroína improvável, Jade, que usava uma câmera fotográfica como arma e o jornalismo como instrumento de resistência.

Quando uma câmera era mais poderosa que qualquer espada

Lançado para PlayStation 2, Xbox, GameCube e PC, Beyond Good & Evil se destacava por algo raro na época: uma narrativa adulta, sensível e politizada, que discutia manipulação midiática, conspirações alienígenas e liberdade de imprensa — tudo isso dentro de um universo vibrante e cheio de personalidade.

Enquanto muitos títulos apostavam em combates e gráficos espetaculares, Beyond Good & Evil preferia contar uma história humana, com personagens profundos e um mundo que parecia verdadeiramente vivo.

A jogabilidade mesclava exploração, fotografia investigativa, quebra-cabeças e furtividade, criando um ritmo dinâmico e envolvente. Jade não era uma guerreira tradicional: ela lutava com inteligência e empatia, fotografando provas de corrupção e desafiando um governo autoritário. Foi um dos primeiros jogos a tratar o ato de observar e registrar como uma forma de poder — um tema que continua relevante até hoje.

Foto: Reprodução

Mas apesar dos elogios da crítica, o jogo não teve sucesso comercial. Lançado em um ano repleto de gigantes — como Prince of Persia: The Sands of Time, Star Wars: Knights of the Old Republic e Call of Duty -, ele acabou ofuscado. No entanto, com o tempo, Beyond Good & Evil conquistou o status de cult game da Ubisoft, amado por fãs que reconheceram seu valor artístico e emocional.

A força do jogo não estava apenas em sua jogabilidade, mas em sua mensagem. Jade representava uma heroína diferente: determinada, empática e humana. Em uma época em que protagonistas femininas eram raras ou sexualizadas, ela simbolizava coragem e autenticidade, inspirando uma geração silenciosamente.

O jogo mostrou que contar boas histórias nos videogames é tão importante quanto mecânicas inovadoras — uma lição que ecoou em produções posteriores da própria Ubisoft, como Assassin’s Creed, Far Cry e Watch Dogs, todas influenciadas por sua estrutura narrativa e foco em protagonistas complexos.

O legado e o futuro da franquia

Hoje, Beyond Good & Evil é visto como um clássico subestimado do PS2, símbolo de uma época em que a Ubisoft ainda ousava experimentar. O tão aguardado Beyond Good & Evil 2, anunciado em 2008, permanece envolto em mistério e desenvolvimento conturbado - incluindo o falecimento do seu diretor criativo -, mas o interesse dos fãs prova que o legado de Jade continua vivo.

Enquanto a indústria busca equilíbrio entre espetáculo e significado, Beyond Good & Evil segue como exemplo de que coragem criativa e empatia podem ser tão poderosas quanto uma espada ou um feitiço. É um lembrete de que os melhores jogos são aqueles que têm algo a dizer — e fazem isso com coração.

Poucos jogos da geração PS2 conseguiram unir estilo, emoção e propósito como Beyond Good & Evil. Mesmo esquecido em seu lançamento, o título de Michel Ancel acabou se tornando um farol para o futuro da Ubisoft — uma prova de que, às vezes, as joias mais preciosas ficam escondidas entre as sombras.

Fonte: Game On
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