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Microsoft queria tirar a Sony do mercado de consoles com compra de estúdios

Emails obtivos por órgão regulador americano trazem executivo do Xbox justificando compra de estúdios para minar avanço da Sony

27 jun 2023 - 14h07
(atualizado às 17h49)
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A Microsoft teria tentado tirar a rival Sony do mercado de games com a estratégia agressiva de comprar grandes estúdios, como Bethesda e Ninja Theory. A informação surgiu a partir de um suposto email enviado pelo chefe da Xbox Game Studios, Matt Booty, em 2019 e que veio à tona agora durante o processo que pode aprovar ou não a aquisição da Activision Blizzard.

Na mensagem obtida pela Federal Trade Commission (FTC), o órgão regulador dos Estados Unidos que avalia e investiga a prática de truste na compra da empresa, o executivo fala abertamente sobre os impactos que essas aquisições teriam na rival japonesa. "A Sony é a única jogadora que poderia competir com o Game Pass e nós temos dois anos e 10 milhões de assinantes de vantagem", escreve. "Nós estamos em uma posição única para conseguir tirar a Sony do mercado".

Foto: Reprodução/Montagem/Canaltech / Canaltech

A intenção de Booty, como suas mensagens apontam, seria investir algo próximo de US$ 3 bilhões apenas em 2020 na compra de produtoras com o simples propósito de segurar a Sony e conter o crescimento do PlayStation. No email, ele ainda aponta que a Microsoft precisaria agir rápido nessas aquisições para não deixar que a concorrência se tornasse a "Disney dos jogos" em termos de conteúdos de peso.

Sega e Bungie na mira da Microsoft

Outros emails obtidos pela FTC apontam alguns desses estúdios que estavam na mira da Microsoft dentro desse plano de aquisição para barrar os rivais e minar a concorrência. E, entre os nomes que mais chamam a atenção nas trocas de mensagem analisadas pelo órgão regulador, estão a Bungie e a SEGA.

O interesse na Bungie é mais do que óbvio. O estúdio foi responsável pela criação da franquia Halo, uma das marcas mais poderosas do Xbox até hoje e também deu vida à série Destiny, apontada nas conversas como um grande atrativo de assinantes do Xbox Game Pass. Já a criadora do Sonic seria interessante pela sua vasta galeria de títulos e pela força de suas franquias tradicionais, incluindo o próprio ouriço e as sagas Yakuza e Persona.

Só que a Microsoft não conseguiu comprar essas empresas. No caso da Bungie, o estúdio foi adquirido pela Sony no início 2022 — algo que foi visto, inclusive, como resposta à tentativa do Xbox de tomar a Activision para si. Já a SEGA estreitou seus laços com a fabricante, com vários de seus anúncios sendo feitos em suas apresentações, como os recentes Persona 3 REload, Metaphor: ReFantazio e Like a Dragon: Infinite Wealth.

Além das duas, marcas como IO Interactive, NetEase e Zynga também tiveram sua compra sugerida nas conversas.

Coisa do passado

Apesar de os emails virem à tona em meio ao processo que pode validar ou não a compra da Activision Blizzard, a Microsoft diz que o plano de tirar a Sony do mercado é algo que nunca foi colocado em prática e nem deveria ser considerado pela FTC.

De acordo com o gerente de assuntos públicos da empresa, David Cuddy, a postura nunca foi adotada pela fabricante e que o simples fato de o suposto email ter mais de três anos já mostra o quanto nada do seu conteúdo se concretizou. Em nota enviada ao site The Verge, ele fala que a mensagem é anterior à política atual de aquisições da marca e que se refere a tendências que eles nunca buscaram alcançar. Para ele, são assuntos passados que nada tem a ver com a compra da Activision em questão.

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