Two Point Museum no Switch 2 – o prazer de gerenciar um caos elegante, no bolso
Simulador da Two Point Studios chega ao Switch 2 com charme, humor e uma leve dose de paciência exigida nos loadings
Se tem uma coisa que o pessoal da Two Point Studios sabe fazer bem, é transformar o cotidiano em algo deliciosamente absurdo. Eles já provaram isso em Two Point Hospital e Two Point Campus, e voltaram com Two Point Museum, um simulador que mistura gestão, humor britânico e aquele caos calculado que a gente ama odiar.
Mas a pergunta é: será que o game continua brilhando na versão do Nintendo Switch 2? A resposta curta: sim, mas com uns “poréns” que só quem já gerenciou 200 visitantes famintos e uma múmia mal-humorada ao mesmo tempo vai entender.
Gerenciar museus nunca foi tão divertido (e estranho)
Em Two Point Museum, a missão é criar e administrar um museu de sucesso, e não qualquer museu. Aqui, você lida com artefatos de civilizações antigas, fósseis, tecnologia futurista e até exposições de objetos “levemente amaldiçoados” (porque é claro que teria isso).
O loop é simples e viciante: você constrói alas, contrata funcionários, organiza expedições pra buscar novos artefatos e tenta manter o público feliz enquanto o caixa não afunda. É aquele tipo de jogo que parece leve, mas te prende de um jeito quase hipnótico — “só mais um ajuste”, e quando vê, já passou três horas.
E sim, o humor da série continua lá. O narrador sarcástico, as vozes caricatas e os pequenos desastres diários são o tempero perfeito pra equilibrar o gerenciamento sério com a comédia de escritório em pixel art 3D.
Switch 2: portátil na medida (quase)
Agora, vamos ao que interessa: como ele roda no Switch 2? Olha, é bonito ver o quanto esse console novo da Nintendo entrega. Visualmente, o jogo tá quase pau a pau com o PS5 — os modelos, texturas e animações estão quase idênticos, e a taxa de quadros é estável na maior parte do tempo.
Mas nem tudo são flores no jardim da portabilidade. Os loadings... bom, os loadings... hehe... Prepare um café. Nas primeiras partidas, eles não incomodam tanto, mas conforme os museus crescem e o número de visitantes aumenta, o tempo de carregamento se torna aquele velho conhecido: um convite pra checar o celular enquanto espera.
Nada que estrague o jogo, claro, mas é perceptível quando você vem de uma experiência mais rápida em consoles de mesa.
Outro ponto: jogar no modo portátil não é tão confortável assim. A interface é pensada pra telas grandes, e os textos — especialmente descrições de artefatos e menus de gestão — são minúsculos. Não é ilegível, mas...
Se você é do tipo que joga mais no modo dock, com a TV ou monitor, o problema praticamente desaparece. No modo portátil, o charme está em poder gerenciar o caos da sua galeria no bolso… mas prepare a vista.
Jogabilidade: mais fluida que uma visita guiada
O controle no Switch 2 é outro ponto positivo. O feedback dos botões, a resposta dos analógicos e o novo d-pad deixam tudo mais intuitivo. Construir salas, mover móveis, girar câmeras — tudo responde bem, e o jogo parece ter sido afinado pra isso.
Só que, diferente de versões em PC, onde o mouse é rei, aqui o ritmo é mais cadenciado. Você precisa navegar por menus, confirmar opções, reposicionar elementos — é o tipo de jogo que se joga melhor de boa, no sofá, com calma.
O sistema de expedições é um destaque à parte. Enviar equipes pra buscar artefatos raros, negociar descobertas e decorar a exposição com seus achados cria uma progressão deliciosa. E quando os visitantes começam a reagir aos seus itens — com animações engraçadas ou comentários esnobes, o jogo ganha aquele toque de vida que só a Two Point sabe dar.
Comparando com o PS5
Rodando lado a lado, o Switch 2 segura bem o tranco contra o PS5. Claro, o console da Sony carrega mais rápido e entrega sombras e luzes mais refinadas, mas, honestamente, a diferença é mínima pra um jogo desse tipo. O que mais muda é o feeling de cada versão: no PS5, é uma experiência mais de “gestor profissional”; no Switch 2, é mais “curador zen que gerencia dinossauros tomando café”.
A bateria do console aguenta bem e o desempenho em geral é sólido: nada de travamentos ou quedas drásticas de performance. Uma quedinha de frames aqui e ali, sabe como é né? Normal.
Considerações
Two Point Museum no Switch 2 é aquele tipo de jogo que encaixa perfeitamente na filosofia da Nintendo: acessível, divertido e feito pra jogar de pouquinho em pouquinho. Ele não é o port perfeito, os textos na telinha podem atrapalhar um pouco, os loadings pedem paciência, mas a sensação de montar seu próprio império cultural na palma da mão compensa tudo isso.
No fim, é mais um acerto da Two Point Studios e uma excelente adição ao catálogo do Switch 2. Se você é fã de simulação, humor e aquela satisfação de ver tudo funcionando bonitinho depois de horas de caos, esse aqui merece um lugar na sua estante.
Um museu completo, divertido e portátil, só não espere que o público chegue rápido. Afinal, boas exposições levam tempo pra abrir as portas.
Esta análise foi feita com uma cópia do jogo que foi gentilmente cedida pela Sega.