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Tales of Xillia Remastered é um clássico do PS3 que envelheceu com elegância

A remasterização é sólida e respeitosa, mas a ausência de Tales of Xillia 2 tira parte do encanto

4 nov 2025 - 10h38
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Tales of Xillia Remastered é um clássico do PS3 que envelheceu com elegância
Tales of Xillia Remastered é um clássico do PS3 que envelheceu com elegância
Foto: Reprodução/Bandai Namco

Quase 15 anos após seu lançamento original restrito ao PlayStation 3, Tales of Xillia retorna em versão remasterizada, convidando veteranos e novatos a revisitarem o mundo de Rieze Maxia. O jogo chega às plataformas atuais não apenas como um resgate nostálgico, mas como um lembrete do porquê a série Tales ocupa um espaço tão particular entre os JRPGs. Embora não seja uma transformação completa, o retorno é um tributo sólido a um título que já parecia à frente de seu tempo.

A versão remasterizada refina visuais, melhora desempenho e ajusta a fluidez do combate — mas o maior mérito continua sendo da base original. Em vez de reinventar o jogo, Tales of Xillia Remastered aposta em preservar o que funcionava: sua narrativa de dois protagonistas, um sistema de combate dinâmico e personagens que parecem vivos em cada diálogo.

Duas jornadas, uma história épica

Um dos maiores trunfos de Tales of Xillia continua sendo sua estrutura narrativa de dupla perspectiva. O jogador escolhe entre acompanhar Jude Mathis, o estudante de medicina que se vê arrastado para um conflito muito maior do que imaginava, ou Milla Maxwell, a Senhora dos Espíritos, uma figura quase divina que desce ao mundo humano em uma missão para restaurar o equilíbrio.

Essa dualidade não é um mero artifício — ela molda o tom da aventura. O ponto de vista de Jude oferece uma experiência mais humana e de descoberta, enquanto Milla representa o olhar divino e racional sobre o mesmo caos. 

Cada rota revela nuances que a outra omite, incentivando múltiplas jogadas para compreender por completo a conspiração entre os reinos de Rashugal e Auj Oule. É uma ideia ousada que poucos JRPGs exploraram com tamanha eficiência desde então, e que ainda hoje soa refrescante.

Um mundo que ainda encanta

Tales of Xillia Remastered mantém uma estética vibrante e expressiva
Tales of Xillia Remastered mantém uma estética vibrante e expressiva
Foto: Reprodução

Mesmo com origens no PS3, Tales of Xillia Remastered mantém uma estética vibrante e expressiva. O toque artístico do estúdio de animação Ufotable — responsável por sequências animadas de animes como Demon Slayer e Fate/Zero — permanece impressionante, e a nova camada de resolução e contraste apenas realça a força visual de cenários como Fennmont e Nia Khera.

Não se trata de uma revolução técnica, mas de um polimento cuidadoso. A remasterização reforça o charme já existente, elevando o colorido e a nitidez sem descaracterizar o estilo anime característico da franquia. 

O resultado é um jogo que, apesar de suas origens de 2011, ainda parece visualmente coerente com produções mais recentes como Tales of Arise.

Combate cooperativo e estratégia refinada

O sistema Dual Raid se destaca por sua fluidez e enfoque no trabalho em equipe
O sistema Dual Raid se destaca por sua fluidez e enfoque no trabalho em equipe
Foto: Reprodução

O sistema de batalha continua sendo um dos grandes diferenciais da série Tales, e em Xillia, o Dual Raid Linear Motion Battle System se destaca por sua fluidez e enfoque no trabalho em equipe. A possibilidade de vincular dois personagens e realizar ataques combinados não apenas aumenta o dinamismo, mas cria espaço para experimentação e estratégias criativas.

Cada personagem oferece um estilo próprio, mas é Jude quem personifica o equilíbrio entre ofensiva e suporte — um reflexo direto de sua formação médica. O sistema de trocas rápidas e a mecânica de Artes Conectadas fazem com que as batalhas mantenham ritmo intenso e envolvente, mesmo após dezenas de horas.

Embora o jogo limite a extensão dos combos contra chefes — uma decisão polêmica entre fãs veteranos — a mudança acrescenta um grau de desafio mais tático, valorizando o domínio da mecânica em vez da simples repetição de golpes.

O que a remasterização entrega

O jogo roda de forma impecável: estável, fluido e sem quedas perceptíveis de desempenho
O jogo roda de forma impecável: estável, fluido e sem quedas perceptíveis de desempenho
Foto: Reprodução

No PlayStation 5, o jogo roda de forma impecável: estável, fluido e sem quedas perceptíveis de desempenho. A resolução em 4K, o novo equilíbrio de cores e o salvamento automático tornam a experiência mais confortável, ainda que as melhorias visuais não sejam tão marcantes quanto em outros remasters recentes.

A inclusão da Loja de Pontos — que permite ativar bônus como XP dobrada, aumento de drop ou mais dinheiro — adiciona conveniência, mas também reduz o desafio caso usada sem moderação. Para quem busca reviver a experiência autêntica, vale deixar o recurso de lado na primeira jogada.

Além disso, todos os principais DLCs do lançamento original estão disponíveis sem custo extra, incluindo trajes e acessórios, embora alguns conteúdos licenciados tenham ficado de fora por questões contratuais.

Problemas de dublagem e imersão

A ausência da localização em português e de Tales of Xillia 2 no pacote são oportunidades perdidas dessa remasterização
A ausência da localização em português e de Tales of Xillia 2 no pacote são oportunidades perdidas dessa remasterização
Foto: Reprodução

Um dos pontos que destoam da qualidade geral de Tales of Xillia Remastered é a dublagem em inglês, que envelheceu visivelmente mal. Embora o elenco original tenha se esforçado para dar vida aos personagens, muitas interpretações soam artificiais ou fora de tom, especialmente nas cenas mais dramáticas. 

As pausas estranhas e a falta de emoção em alguns diálogos reduzem o impacto de momentos importantes, tornando a experiência narrativa menos envolvente. A ausência de uma nova mixagem ou regravação de vozes na remasterização reforça a sensação de que o áudio ficou preso no tempo — algo que contrasta com o cuidado visual atualizado. Escolha a dublagem em japonês, caso queira algo com mais emoção.

Outro ponto negativo é a ausência de localização em português brasileiro, tanto em menus quanto em legendas. Para um lançamento moderno, especialmente de uma franquia com público fiel no Brasil, essa falta é difícil de justificar. 

O inglês usado no jogo não é dos mais simples, com diálogos repletos de termos técnicos e expressões arcaicas, o que pode afastar parte do público que gostaria de aproveitar plenamente a história. Uma simples tradução de legendas já tornaria o jogo muito mais acessível e coerente com o padrão atual de lançamentos globais. É um detalhe que pesa mais em um relançamento, cuja proposta é justamente atrair novos jogadores.

Além disso, a ausência de Tales of Xillia 2 no pacote é uma das maiores oportunidades perdidas dessa remasterização. Como sequência direta, o segundo jogo complementa e conclui arcos narrativos fundamentais iniciados aqui, e lançá-los juntos teria oferecido uma experiência coesa e completa — especialmente para novos jogadores que chegarão ao final de Xillia com várias perguntas sem resposta. Separar os títulos enfraquece o impacto emocional da história e transmite a sensação de um relançamento fragmentado, que prioriza o relançamento rápido em vez da preservação total da duologia.

Considerações

Tales of Xillia Remastered - Nota 8
Tales of Xillia Remastered - Nota 8
Foto: Divulgação / Game On

Tales of Xillia Remastered cumpre seu papel como reintrodução de um dos capítulos mais importantes da série. Ele continua sendo um excelente ponto de partida para quem nunca jogou a série Tales, combinando uma história envolvente, personagens carismáticos e um sistema de combate acessível, mas profundo.

No entanto, o relançamento também deixa um gosto agridoce: a ausência da localização em português e de Tales of Xillia 2 no pacote são sentidas - lançá-las juntas teria oferecido a experiência completa que a remasterização promete resgatar.

Ainda assim, é notável como Xillia envelheceu com elegância. Sua narrativa madura, sua estrutura de protagonistas duplos e seu equilíbrio entre ação e emoção continuam relevantes, mostrando que bons JRPGs não perdem brilho com o tempo — apenas ganham novas camadas de nostalgia.

Tales of Xillia Remastered está disponível para PC, PlayStation 5, Switch e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Bandai Namco.

Fonte: Game On
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