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Vôlei

Macris lamenta manutenção de ranking na Superliga feminina de vôlei

Levantadora do Itambé/Minas não vê justificativas para se tornar uma atleta de pontuação 7 na próxima temporada

2 abr 2019 - 04h46
(atualizado às 19h55)
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Os clubes da Superliga feminina de vôlei decidiram manter o critério de ranking para a próxima temporada, ao contrário das equipes masculinas, que aboliram o sistema. As jogadoras reclamaram nas redes sociais e a levantadora Macris, do Itambé/Minas, teve sua pontuação elevada. Agora ela se junta a outras grandes atletas que são nota 7: as levantadoras Dani Lins e Fabíola, as centrais Fabiana e Thaisa, as ponteiras Fernanda Garay, Gabriela Guimarães e Natália, e as opostas/ponteiras Tandara e Tifanny.

O maior problema de Macris é que cada clube só pode ter duas atletas de nível máximo, e o Minas conta com ela, Gabi e Natália. "Fiquei surpresa em virar 7. Sempre acreditei que houvessem critérios para tal pontuação, como ser campeã olímpica, ou, no mínimo, ter participado de Olimpíada, Mundial e ter sido titular da seleção principal em algum campeonato internacional, coisas que eu nunca fiz", explicou.

"Pelos bons resultados no ano, até agora, creio que me passaram para esta pontuação. Mas, por exemplo, não passei pela pontuação 6. Fui direto para 7, sem eu ter os pré-requisitos que todas as outras atletas possuem para estar lá. A impressão maior que fica é que existem outros objetivos por trás disso", analisou.

Ela diz que os direitos dos atletas parecem que ficam em segundo plano. "A impressão que dá é que é uma questão dos clubes, talvez de tentar manter um equilíbrio ou enfraquecer uns aos outros. Há anos temos o ranking e há anos as finalistas e campeãs eram sempre as mesmas. Então a gente percebe que tem esse interesse dos clubes e pouca atenção ao impacto individual que traz a cada atleta, como isso pode restringir mercado, fazendo às vezes até que alguém tenha que ir para o exterior, por falta de mercado."

A situação não é nova e todos os anos algumas atletas têm dificuldade de encontrar clube porque possuem pontuação muito alta e só restam vagas em clubes mais modestos, que não conseguiriam pagar o salário pretendido. Ou então as jogadoras precisam sair do Brasil e tentar a sorte em ligas de outros países. Mesmo com esse cenário, na votação entre os 10 clubes garantidos na próxima Superliga, só um foi contra a manutenção do ranking: o Dentil/Praia Clube, atual campeão.

Apesar de ser pega de surpresa, Macris está concentrada no duelo pela semifinal da Superliga contra o Osasco-Audax. E sabe que depois do torneio terá de conversar com o clube. "Sobre meu futuro, são coisas que não entraram ainda em pauta, até pelo momento decisivo da temporada em que estamos, com a disputa das semifinais. Mas acredito que o Minas vai avaliar da melhor maneira para poder manter o elenco e eu também vou fazer o mesmo, para manter minha evolução e crescimento", comentou.

Estadão
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