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São Paulo não mantém técnico por 50 jogos desde 2015

Aguirre entra para lista ingrata que tem Bauza como o mais 'longevo' no período, com 48 partidas no cargo

13 nov 2018 - 05h11
(atualizado às 08h13)
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A demissão do técnico Diego Aguirre, no último domingo, está longe de ser uma surpresa no São Paulo. Desde a saída de Muricy Ramalho, em abril de 2015, ninguém conseguiu durar 50 jogos no comando da equipe do Morumbi. Aguirre poderia ter chegado a 48, se o trabalho não tivesse sido encerrado a cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro.

O técnico Diego Aguirre, do São Paulo
O técnico Diego Aguirre, do São Paulo
Foto: MAURO HORITA / Estadão Conteúdo

Mudanças de planos, de filosofia e, principalmente, ausência de títulos explicam por que o clube se tornou uma verdadeira máquina de triturar "professores". Em pouco mais de três anos, foram sete efetivos (sem contar interinos, como Milton Cruz, Pintado e o próprio André Jardine, que assumirá o posto até o fim do ano). Foram eles: Juan Osorio, Doriva, Edgardo Bauza, Ricardo Gomes, Rogério Ceni, Dorival Júnior e Aguirre.

Confira quanto tempo durou cada um no cargo:

Osorio: 26 jogos

Doriva: 7

Bauza: 48

Ricardo Gomes: 18

Rogério Ceni: 37

Dorival Júnior: 40

Diego Aguirre: 43

"Você busca o ideal, que é um trabalho com continuidade", disse na última segunda Raí, diretor executivo de futebol, ao explicar que a ideia inicial em relação a Aguirre era de um casamento mais duradouro. "Pelo rendimento nas últimas dez rodadas, a gente sentiu que o trabalho não teve uma reação", emendou.

Depois de liderar o Brasileirão, o time caiu de rendimento, o que pesou para a mudança de planos da diretoria e a repetição da rotina de trocar de técnico.

O mais "longevo" pós-Muricy, o argentino Bauza, ficou 48 partidas no cargo. Deixou o Morumbi seduzido pelo convite para treinar a seleção argentina, em agosto de 2016. Foi pela proposta de uma seleção, mas a mexicana, que o colombiano Osorio também resolveu ir embora, em outubro de 2015, após 26 jogos como técnico são-paulino.

Nesses dois casos, principalmente no de Osorio, não foi somente uma ambição profissional individual que encurtou o relacionamento com o clube. Considerado um modelo de gestão extracampo até o período do tricampeonato brasileiro (2006 a 2008), o São Paulo passou a conviver com uma instabilidade política que afetou diretamente o futebol.

Pegando ainda o exemplo de Osorio, ele saiu depois de ver o então presidente da época, Carlos Miguel Aidar, brigar (literalmente) com seu vice, Ataíde Gil Guerreiro. Ainda conviveu com um problema comum aos outros que ocupariam o cargo: seguidos desmanches de elenco no meio da temporada, já que a venda de atletas se tornou uma das principais fontes de recursos do clube, estragando o planejamento prévio.

São Paulo mostra falta de foco na escolha do perfil de seus treinadores

Curioso é que, em meio a essa lista de treinadores de curta duração, há todo tipo de perfil: o clube já apostou nos estrangeiros (Osorio, Bauza e Aguirre), nos novatos (Doriva), nos medalhões (Ricardo Gomes), num ídolo indiscutível (Ceni). O que mostra também a falta de foco da gestão atual, do presidente Leco, responsável pela maioria das contratações.

No fim das contas, o jejum de títulos - a Copa Sul-Americana de 2012 foi o único nos últimos dez anos - é o que parece determinar os rumos do São Paulo.

"Qualquer pergunta sobre o comando em 2019 é algo que a gente vai discutir internamente e não vamos emitir opinião neste momento", diz Raí, que não descartou efetivar André Jardine, caso ele vá bem no cargo.

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Estadão
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