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Apelidado de "carrossel", Audax joga bonito e sai exaltado do Pacaembu

22 jan 2014 - 08h00
(atualizado em 10/12/2014 às 14h45)
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O trocadilho está permitido: o Audax realmente montou uma equipe audaciosa para o Campeonato Paulista de 2014. O adjetivo também pode ser outro, como corajoso ou ousado. Já há quem chame o time de "carrossel". Mas o que importa é que o time tem chamado atenção por sua tática e estratégia de jogo bonito. Por enquanto deu pouco resultado - foram apenas dois empates. Mas é um futebol interessante para assistir e muito elogiado por todos, inclusive o adversário, que foi o Santos nesta terça-feira.

<p>Caion marcou "de peixinho" o gol contra o "peixe"</p>
Caion marcou "de peixinho" o gol contra o "peixe"
Foto: Ivan Storti / Agência Lance

O que chama atenção primeiramente é a saída de bola. No Brasil os times já estão acostumados a dar chutões e fazer ligação direta entre zagueiros e atacantes. Mas no Audax os jogadores se esforçam para sair tocando a bola com qualidade. Eles se movimentam e passam a bola no chão até encontrar espaços no meio-campo e avançar, mesmo nos momentos mais complicados.

Quando fica mais difícil, a bola vai parar nos pés do goleiro. Mas nem Felipe Alves distribui chutões. Por duas vezes ele fez isso no primeiro tempo e recebeu uma bronca de Fernando Diniz, que explicou a orientação dada ao seu goleiro: "ele pode quebrar a bola, mas só quando não tem opção. Se eu reclamei, é porque tinha opção".

A formação tática é outra virtude do Audax. Isso porque, na prática, ela é quase inexistente. Apenas o volante Francis e o centroavante Caion têm posições mais fixas. Rafinha e Tchê Tchê costumam se apresentar como atacante pelas pontas, mas invertem os lados com muita frequência e recuam para o meio-campo também. Vilica se reveza entre zagueiro e volante. Nadson e Nenê Bonilha são os mais versáteis, pois são vistos na zaga e, em pouco tempo, aparecem na área, como atacantes. 

Assista aos gols do empate entre Audax e Santos:

"Não tem muita ordem. O professor só pede para que a gente jogue como se fosse na rua", contou o principal destaque do Audax no jogo, Rafinha. Ele tem passagem pelas categorias de base do São Paulo e já foi observado pelo técnico do Santos, Oswaldo de Oliveira: "é um grande jogador. Eu já tinha conversado com o Fernando (Diniz, técnico do Audax) sobre ele. É promissor, porque é habilidoso, tem um futuro importante pela frente".

Oswaldo também disse que já conhecia o estilo de jogo perigoso do Audax. Mas, de acordo com ele, faltou tempo para preparar o Santos da melhor maneira antes do duelo. "Nós treinamos a marcação para esse jogo por dez minutos. Passando disso eu ia tirar energia deles para o jogo".

O que Oswaldo tentou treinar foi a marcação avançada, pressionando a boa saída de bola do Audax. "Sabíamos que, se aceitássemos o toque de bola deles, estaríamos longe do gol. Nossa possibilidade era pressionar o time deles", afirmou, contando que também tentou resolver a falta de tempo com projeções audiovisuais.

Nem essa parafernália deu certo: o Santos realmente tentou avançar a marcação, mas o time não ficou compacto. Ou seja, os atacantes faziam o combate na área, mas o meio-campo e a defesa ficavam mais recuados. Por isso os jogadores Audax recebiam a bola com espaço no meio-campo e podiam armar jogadas com facilidade. Isso criou seguidas chances de gol, tanto no primeiro quanto no segundo tempo. Apenas uma foi aproveitada, por Caion.

<p>Jubel encontrou um dos pontos fracos do Audax, o jogo aéreo</p>
Jubel encontrou um dos pontos fracos do Audax, o jogo aéreo
Foto: Marcello Zambrana/Inovafoto / Gazeta Press

O atacante Thiago Ribeiro, que foi improvisado como meia, enxergou perfeitamente o erro do Santos: "o Oswaldo deixou claro que, se fosse pressionar com três ou quatro, ficaria um buraco no meio-campo e eles sairiam jogando. Foi o que aconteceu. Ou pressiona compacto ou é melhor esperar o adversário", analisou ele, ainda na saída de campo.

O Santos só conseguiu empatar o jogo no final da partida, quando apareceram dois pontos fracos do Audax. Por causa do estilo de jogo intenso, o time mostrou estar cansado. E depois a proteção na bola aérea não foi bem feita. Jubal fez o gol, saiu como herói santista, mas também reconheceu o mérito do time adversário: "foi difícil, mas já sabíamos que o jogo deles era diferente, que eles se movimentam muito bem. O empate está de bom tamanho", afirmou, reconhecendo que empatar com este time audacioso será difícil no Campeonato Paulista.

Fonte: Terra
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