‘Rugby para Todos’ promove inclusão por meio do esporte
França, Irlanda, Argentina, Austrália e Inglaterra são alguns dos países que amam o rúgbi – esporte coletivo de intenso contato físico, cujo principal objetivo é levar a bola (oval) para além da linha do gol adversário e apoiá-la contra o solo. No Brasil, o rúgbi ainda engatinha. Nem por isso, seus praticantes deixam de cumprir uma importante missão social: desenvolver a cidadania de jovens adeptos, por meio do esporte.
Criado a partir de uma ação social na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, em 2004, o Instituto Rugby para Todos, dirigido por Maurício Draghi, 37 anos, e Fabrício Kobashi, 33 anos, ex-atletas da Seleção Brasileira de Rúgbi, desembarcou em 2013 nas praias de Copacabana, Leblon e Ipanema, além da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro. Atualmente, 200 crianças são atendidas gratuitamente em São Paulo e outras 150, no Rio. Desde o início do projeto, cerca de 3.000 jovens foram assistidos pelo Instituto. A garotada é recebida por uma equipe multidisciplinar composta por 32 profissionais nas duas capitais.
“A escolha do bairro de Paraisópolis, na capital paulista, foi proposital. Nosso objetivo era apresentar o rúgbi aos moradores, haja vista que nem o termo ‘rúgbi’, que simboliza o esporte, muitas vezes, eles conseguem falar. A ideia é justamente disseminar esse conceito para que o maior número de crianças tenham conhecimento do esporte que trouxe tantos benefícios para a gente”, acredita Draghi.
Para participar do projeto, garotos e garotas de 7 anos a 17 anos precisam ter boa frequência na escola. “O projeto se chama ‘Rugby para Todos’, pois aceitamos todos os tipos de crianças, desde aquele talento nato para qualquer tipo de modalidade esportiva até os que têm mais dificuldades, com um déficit motor ou neurológico. Não temos o objetivo de formar apenas atletas de alto rendimento”, afirma Draghi.
“As crianças absorvem o conhecimento, que é muito direcionado em termos de convivência e isso é o principal. O trabalho multidisciplinar favorece esse aprendizado.”
O projeto, que hoje conta com apoio de leis de incentivo, ainda trabalha com colaboradores voluntários nas áreas de comunicação, design e fisioterapia, além de promover a inclusão da modalidade em escolas particulares e clubes privados. Em breve, o instituto deve contratar uma fisioterapeuta.