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Máfia internacional pode ter manipulado jogos no Rio, diz MP

Alvos são dirigentes ligados ao Barra Mansa Futebol Clube por suspeita de manipulação de resultados na série B do campeonato estadual do Rio

27 set 2018 - 15h47
(atualizado às 17h55)
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Policiais em frente ao Maracanã 20/06/2013 REUTERS/Pilar Olivares
Policiais em frente ao Maracanã 20/06/2013 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

A Polícia Civil e o Ministério do Público do Rio de Janeiro deflagraram operação nesta quinta-feira tendo como alvo dirigentes ligados ao Barra Mansa Futebol Clube por suspeita de manipulação de resultados de jogos da série B do campeonato estadual do Rio em combinação com um máfia internacional de apostadores, informou o MPRJ.

Agentes da polícia cumpriram diversos mandados de busca e apreensão contra o grupo criminoso, que teria atuado em ligação com uma máfia internacional para manipular jogos em troca de vantagem financeira.

Ouça o podcast Terra Futebol:

Os dirigentes suspeitos recebiam de 35 mil a 150 mil reais por cada jogo em que o Barra Mansa fosse derrotado em linha com os interesses da máfia internacional de manipulação de jogos.

"Eles eram responsáveis por oferecer aos jogadores do Barra Mansa Futebol Clube vantagem financeira ilícita para aceitarem 'entregar' (perder) jogos disputados pela equipe de futebol" informou o MPRJ em comunicado.

Segundo a denúncia feita pelo MPRJ à Justiça, os dirigentes suspeitos prometeram pagamentos para alguns jogadores do Barra Mansa para que perdessem por 4 x 0 para o Audax em partida válida pela série B do campeonato estadual em junho de 2017, de forma a concretizar acerto celebrado com a máfia internacional de apostas e manipulação de resultados.

Os jogadores, no entanto, refutaram a proposta ilícita, de acordo com o MPRJ.

Em outra situação, dias antes de uma partida entre Barra Mansa e Carapebus em julho de 2017, os dirigentes ofereceram pagamento de 3 mil reais para aqueles que aceitassem entregar o jogo para atender aos interesses da máfia de apostas esportivas, mas os atletas refutaram novamente a proposta, de acordo com a denúncia.

Diante da negativa dos atletas, o presidente do Barra Mansa, Anderson Martins, deixou de providenciar a presença de uma ambulância no estádio, o que resultou na perda da partida por W.O., alcançando-se assim o objetivo de derrota do clube conforme combinado com a máfia, disse o MPRJ.

Além da manipulação de resultados, Martins ainda foi denunciado por se apropriar de 342,75 mil reais pertencentes ao Barra Mansa oriundos de parcela da venda de um jogador formado nas divisões de base do clube para o time italiano Inter de Milão, informou o Ministério Público.

Procurado, o Barra Mansa FC não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) informou, em nota, que prestou os esclarecimentos que foram solicitados pelas autoridades que investigam o Barra Mansa, e que repudia e combate todo e qualquer meio que possa interferir fraudulentamente.

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