Nadadora trans é punida por se recusar a fazer exame de verificação de gênero; entenda
Hannah Caldas não competirá nas raias até 2030 por determinação da Federação Internacional de Natação
A Federação Internacional de Natação (World Aquatics) aplicou uma suspensão de cinco anos à nadadora portuguesa Hannah Caldas, de 47 anos, após ela se recusar a realizar um teste de verificação de gênero. Residente na Califórnia, nos Estados Unidos, a atleta está impedida de disputar competições femininas até 2030.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O exame foi solicitado antes do Masters World Championships, torneio em que Hannah competiria na categoria sênior. Segundo a Federação de Natação de Nova York, o teste visava confirmar se a atleta atendia às regras de elegibilidade de gênero estabelecidas pela entidade internacional, por meio de um exame de cromossomos.
De acordo com o jornal português A Bola, Hannah justificou a recusa afirmando que o procedimento não faz parte das exigências esportivas nos Estados Unidos. A nadadora afirmou que seu plano de saúde não cobre esse tipo de exame por não ser considerado clinicamente necessário e acrescentou que “nenhum estado norte-americano exige testes genéticos para eventos esportivos”.
A atleta, que também compete em modalidades como remo indoor e crossfit - e já detém recordes mundiais -, declarou compreender a penalidade, mas disse considerar a punição uma forma de preservar sua privacidade médica. “Uma suspensão de cinco anos é o preço que tenho de pagar para proteger as minhas informações mais íntimas. Fico em paz com essa decisão”, afirmou.
Com a sanção, todos os resultados obtidos por Hannah entre junho de 2022 e outubro de 2024 serão anulados. A nadadora afirmou que está preparada para seguir em frente após décadas de carreira. “Compito há 30 anos em eventos oficiais. A minha vida e privacidade já foram invadidas o suficiente”, disse.