PUBLICIDADE

Boxe

Manny Pacquiao: em nome do boxe, da política e do Espírito Santo

30 abr 2015 - 15h37
(atualizado às 15h37)
Compartilhar
Exibir comentários

Boxe, política e fé cristã: o filipino Manny Pacquiao saiu da pobreza para se tornar um dos atletas mais bem pagos do mundo, e pôs seu destino nas mãos desta curiosa trindade.

No seu país, 'PacMan' é um herói nacional, quase um semi-deus. Ele deve sua fama ao boxe, mas é um ídolo multi-funções: deputado, pregador, jogador e técnico de basquete, cantor, e garoto propaganda de várias marcas.

Apesar de ter dinheiro suficiente para garantir um futuro confortável aos seus herdeiros por várias gerações, o 'baixinho' (1,69 m) filipino garante ter mantido o "instinto de matador" que fez dele um dos maiores pugilistas da história.

Aos 36 anos, já foi festeiro, mas deixou de lado as noitadas quando se converteu e conta com a ajuda divina para acabar com a invencibilidade do americano Floyd Mayweather, neste sábado, em Las Vegas, no mega-combate que o mundo do boxe espera há anos.

Nascido em uma família católica, como 90% dos filipinos, Pacquiao virou evangélico em 2012, e desde então diz por onde vai que foi escolhido por Deus para passar a mensagem de Cristo na terra.

Seu conselho espiritual, Jeric Soriano, revelou em entrevista à AFP que o boxeador abriu mão ao se converter a uma vida de "pecado", álcool, jogos, apostas ilegais e relações extra-conjugais com atrizes que quase acabaram com seu casamento.

Como os profetas do antigo testamento, Pacquiao teve um 'encontro com Deus' durante um sonho: "ele estava numa floresta, uma forte luz penetrou no seu corpo e ele ouviu uma voz: 'onde você está? por que você me abandonou?'", relata Soriano.

Desde então, o lutador sonha em virar pastor e já construiu um templo na sua cidade natal.

Pacquiao nasceu no dia 17 de dezembro de 1978, em uma família pobre com cinco irmãos. O caçula, Alberto, também chegou a fazer carreira e se sagrou campeão da Ásia e do Pacífico no peso ligeiro.

Com 14 anos, Manny deixou sua cidade natal de Genaral Santos, grande cidade portuária do sul das Filipinas, para tentar a sorte na capital Manila.

Começou vendendo biscoitos na rua, até conseguir uma bolsa do governo ao integrar a seleção nacional de boxe amador.

A estreia como profissional foi no dia 22 de janeiro de 1995, com vitória sobre o compatriota Edmund Enting Ignacio, quando tinha apenas 16 anos.

Em vinte anos de carreira, o filipino alcançou a glória com vitórias espetaculares, e foi subindo de categoria, passando dos meio mosca para os meio médios.

O grande marco da sua carreira em maio de 2004, quando enfrentou pela primeira vez o mexicano Juan Manuel Marquez, seu grande rival. Foram quatro duelos no total, com um empate, duas vitória e uma derrota para Pacquiao, e todas as lutas tiveram resultados controversos.

Lutador veloz e imprevisível, 'Pacman' é o único boxeador da história a ter conquistado o título mundial em oito categorias diferentes, graças ao seu impressionante jogo de pernas e ao seu "jab" devastador.

O filipino ostenta um cartel de 57 vitórias (38 por nocaute), dois empates e cinco derrotas, enquanto Mayweather ganhou todas as 47 lutas que disputou.

Sua fortuna não chega ao nível do rival americano, o atleta mais bem pago do mundo, mas chegou ao 11º lutar do ranking da revista Fortune em 2014, com 41,8 milhões de dólares, enquanto o quarto dos 100 milhões de filipinos vivem com menos de um dólar por dia.

Em 2013, foi o contribuinte que pagou mais impostos no seu país. Como acontece muitas vezes na Ásia, Pacquiao resolveu aproveitar a riqueza e a notoriedade para se lançar na política.

Se candidatou a deputado pela primeira vez em 2007, mas foi 'nocauteado' nas urnas. Três anos depois, trocou de berço eleitoral e de partido e foi eleito na província de Sarangani, da qual sua mulher Jinkee, mãe dos seus cinco filhos, é vice-governadora.

Em 2013, foi reeleito, depois de mais uma troca de partido. No mesmo ano, Pacquiao revelou em entrevista à AFP que tem a ambição de se candidatar para presidente, depois dos 40 anos: é a vontade de Deus", resumiu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade