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Boxe

De volta aos treinos, Esquiva promete igualar boxe ao MMA

Esquiva começou a se preparar, nesta semana, para seu segundo desafio no boxe profissional. Ele chama para si a responsabilidade de resgatar o boxe brasileiro e ainda comenta sobre possível encontro com o ídolo Manny Pacquiao

11 mar 2014 - 08h47
(atualizado às 08h49)
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Esquiva castigou seu adversário desde o começo da luta
Esquiva castigou seu adversário desde o começo da luta
Foto: Chris Farina / Top Rank / Divulgação

Em termos de popularidade, o MMA superou o boxe no Brasil recentemente. Foi uma transformação que aconteceu principalmente porque o País tem ídolos vencedores no Ultimate Fighting Championship (UFC), como Anderson Silva, Rodrigo Minotauro, Junior Cigano, José Aldo, Renan Barão e outros. Quando o boxe viveu seu melhor momento no Brasil, existia um ídolo máximo, Acelino Popó Freitas. Portanto, para que o esporte retome esse auge é fundamental a existência de mais um protagonista. Atualmente, Esquiva Falcão aparece como candidado a esse posto e não foge da responsabilidade. Após vencer em sua estreia, ele voltou aos treinos nesta segunda-feira e acredita que, em um ano e meio, já vai igualar o boxe ao MMA novamente.

O primeiro passo para Esquiva alcançar esse objetivo foi dado no boxe amador. Após conquistar a medalha de prata na Olimpíada de 2012, em Londres, ele passou a ser conhecido e admirado no Brasil. Porém, faltava migrar para o boxe profissional, algo que aconteceu em 2013. Ele assinou com uma das maiores empresas do esporte, a Top Rank, conquistou patrocínios importantes, como da Netshoes, e se preparou para a estreia, que teve uma vitória tranquila por nocaute.

Ainda é pouco para dizer que Esquiva realmente vingou no boxe profissional. Inclusive existem outros atletas brasileiros que estão com uma carreira mais consistente, como Patrick Teixeira, campeão latino-americano. Mas a popularidade de Esquiva e a coragem dele parecem ser determinantes para apontá-lo como futuro ídolo do esporte no Brasil: "me sinto responsável por levantar o boxe no Brasil. Antes da luta (de estreia), eu estava até conversando com meu treinador e meu empresário que, se eu ganhar bem, o boxe deve dar uma levantada", afirmou, em entrevista ao Terra.

A declaração pode até soar arrogante e gananciosa. Mas é fácil encontrar traços de humildade em Esquiva. É só falar com ele sobre seu próximo combate, contra Bruce Rundle, que acontecerá na mesma noite em que seu ídolo, o filipino Manny Pacquiao, vai lutar também: "com certeza vou pedir muitas fotos com ele. Acredito que ele vai ganhar, então vou dizer que, depois da mãe dele e dos filhos, eu sou o maior fã", afirmou Esquiva, entre gargalhadas.

A luta de Pacquiao será contra Timothy Bradley e valerá a recuperação da sua carreira. Já Esquiva lutará pelo resgate do boxe brasileiro, em evento preliminar contra Rundle, na mesma noite do dia 12 de abril.

Esquiva quer transformar seu uniforme brasileiro em uma marca pessoal
Esquiva quer transformar seu uniforme brasileiro em uma marca pessoal
Foto: Facebook/ Esquiva Falcão / Reprodução

Veja a entrevista completa com Esquiva Falcão:

Terra - Desde que você entrou no boxe profissional, o que mudou em comparação com o boxe amador?

Esquiva Falcão -

Mudou bastante. No amador a gente se preocupa em atirar muitos golpes para marcar pontos. Mas no profissional a gente tem preocupação maior em ter resistência e buscar o nocaute. Também não pode dar muitos golpes pra você não cansar, porque agora são seis assaltos. No amador eram três. E nos treinos eu tive dificuldade para fazer a movimentação de tronco. Na verdade ainda tenho, preciso melhorar.

Terra - Então nem todas essas mudanças te ajudaram?

Esquiva -

Esse problema de movimentação não chegou a atrapalhar na primeira luta, mas estamos treinando bastante nessa parte. Meu técnico disse que eu melhorei bastante e acredita que com o tempo eu vou pegar o jeito certo de fazer as combinações. Na próxima luta já vai estar tudo adequado.

Terra - Dá para dizer qual luta é mais difícil: no profissional ou no amador?

Esquiva -

Não sei, mas não acho o profissional nem fácil nem difícil. Essa minha primeira luta foi um teste para saber como estava meu preparo físico e minha resistência de aguentar soco. Foi excelente. Só no primeiro round eu estava nervoso. Não de querer ir lá e nocautear, mas de cometer erro bobo e receber golpe bobo. E no profissional, se der esse vacilo e o adversário pegar certo, é nocaute.

Terra - Como é a relação com um técnico argentino, o experiente Miguel Diaz?

Esquiva -

Ele é argentino, mas fala um pouco português, e a gente se entende. No treinamento ele é um técnico muito tranquilo e sabe entender o que um atleta precisa. Tem até uma história: eu estava com uns 15 dias de treinamento e estava cansando muito rápido, com uns três assaltos. Ele me chama de "menino" e falou: 'menino, você está tomando vitamina?' Eu disse que não. Então eu tomei, comprei uma que era boa e, depois de uns dez dias tomando essa vitamina, eu já fazia seis assaltos sem cansar. Ele só disse: 'não falei?'.

Em forma, Esquiva combinou o peso e não fará sacrifícios antes da luta
Em forma, Esquiva combinou o peso e não fará sacrifícios antes da luta
Foto: Esquiva Falcão/ Facebook / Reprodução

Terra - E como está a questão do peso ideal, já que nessa primeira luta você combinou o peso com o adversário?

Esquiva -

Foi combinado por causa da troca de adversário. O primeiro se machucou e estava em cima da hora para o outro. Ele não ia conseguir e pediu para ver se não tinha como fazer isso. Minha equipe disse ok, porque foi até bom para mim. Não tive que tirar muito peso na minha estreia. E acho que na próxima luta ainda vai ser peso combinado também, talvez com 73,5 kg, um quilo acima da categoria. Meu técnico disse que vai ser bom fazer assim pra eu chegar bem, sem ficar cansado, quando lutar no peso da categoria mesmo. No amador eu só tirava 3 kg. Não usava agasalho, nada, só treinava. Agora é diferente porque tenho que perder uns 8 kg.

Terra - Como você viu a repercussão dessa primeira vitória?

Esquiva -

Foi bastante comentada, mas tem uma coisa que achei engraçada: a luta do meu irmão, que foi polêmica (

Yamaguchi Falcão e seu adversário foram desclassificados

), foi bem mais comentada que a minha luta, que foi uma vitória excelente. Todo mundo viu que lutei com estilo de campeão e sempre muito consciente. O Brasil viu que eu fiz bonito e mostrei que o boxe brasileiro voltou.

Terra - Você já se sente como principal esperança do boxe nacional?

Esquiva -

Sim, me sinto responsável por levantar o boxe no Brasil. Antes da luta, eu estava até conversando com meu treinador e meu empresário que, eu ganhando bem, o boxe deve dar uma levantada. O boxe não acabou, só deu uma apagada no Brasil. Também teve o MMA, que deu um crescimento grande. Mas com essa primeira luta minha, eu me sinto a esperança de ser um novo campeão mundial. Quero treinar forte e honrar a camisa do Brasil.

Terra - Mas esse status de astro do boxe nacional traz alguma pressão para você?

Esquiva -

Com certeza. A cada luta vou sentir essa pressão. Agora não estou sentindo, porque já passou a primeira luta. Mas na hora que eu estiver no vestiario já vou começar a sentir de novo. É algo normal de quem quer mudar o boxe no Brasil.

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Terra - Você acredita que o boxe pode voltar a ser tão popular quanto era quando o Popó lutava?

Esquiva -

Tenho certeza. Nem falo que é só por causa de mim, mas falo dos irmãos Falcão. Vamos fazer, dentro de um ano e meio, o boxe estar com um nome grande e muito bem falado. Nem o MMA vai estar mais falado no Brasil, vai ser igual. Acredito que pode sim chegar nisso.

Terra - Como vai ser lutar no mesmo card que o Manny Pacquiao, que é seu ídolo?

Esquiva - Fico sem palavras para descrever. Na minha segunda luta já estar em um evento tão grande, com um ídolo meu. Até hoje acho que ele é um dos maiores do mundo, então eu nunca imaginaria que na minha segunda luta já estaria em um evento Pacquiao. Isso já é um aviso que fiz bonito, que a Top Rank gostou, então vou treinar mais bonito para deixar mais um adversário no chão

Terra - O que você pretende fazer se encontrar o Pacquiao no evento?

Esquiva -

Com certeza vou pedir muitas fotos com ele (risos). Acredito que ele vai ganhar, então vou dizer que, depois da mãe dele e dos filhos, eu sou o maior fã dele. E também vou aproveitar para perguntar como ele atira tantos golpes e não cansa durante 12 assaltos. Sempre é bom pegar umas dicas de um campeão como ele.

Terra - Encontrar com ele assim é melhor do que enfrentar ele?

Esquiva -

Sim, seria muito difícil, seria um fã enfrentando um ídolo. Seria uma honra, mas é uma luta difícil de acontecer, até pela idade dele e também pelo peso dele, que é mais baixo. Eu ficaria muito feliz, acho que nem ia querer bater nele. Só ia ter o prazer de apanhar do Pacquiao.

(risos)

Terra - E o uniforme verde e amarelo que você usou na estreia vai ser mantido para a próxima luta?

Esquiva -

Sim, vou manter, porque sou brasileiro. Meu sangue é verde e amarelo, então aquele vai ser meu estilo. É uma imagem minha, para mostrar que o Esquiva é o Brasil. E que o Brasil voltou com tudo no boxe profissional. Esse uniforme vai marcar, vai chamar atenção e, com a garra que eu tenho, com a força de vontade que tenho de ir lá e vencer, eu acredito que a torcida vai gostar bastante. Quero impressionar principalmente o Brasil.

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Terra - Como está seu irmão, o Yamaguchi, após a polêmica da estreia?

Esquiva - Ele já voltou aos treinos em Cachoeira do Itapemirim. Mesmo assim consegui ver ele nas férias. A gente brincou um com o outro, mas eu falei no que ele errou. E ele me deu parabéns também. Ele está preparado para a próxima e já falou que vai ser diferente, mais comportado, mais ciente do que está fazendo.

Terra - E o Touro Moreno, pai de vocês dois, deu uma bronca no Yamaguchi?

Esquiva -

Sim, meu pai ficou muito triste. Eu não estava com ele no momento da luta, mas só de imaginar... Ele viu a estreia do filho dele ser de um jeito que ninguém esperava, então ficou arrasado. Acredito que ele deu uma bronca grande, mas é normal. É bronca de pai, então tem que ouvir e pronto.

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Fonte: Terra
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