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O Botafogo além de Paquetá: pressão, erros gerais e falta de convicção

Trabalho do treinador estava sendo questionado também pelos jogadores, mas erros técnicos e a pressão na diretoria do Glorioso derrubaram mais um. Quem assume?

2 ago 2018 - 06h04
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Sabe aqueles ditados: "Tem dia que é noite" ou "Tem dia que de noite é a mesma coisa"? Pois é. Especificamente na noite desta quarta-feira, a culpa de Marcos Paquetá é bastante ponderável: no primeiro gol, Valencia apenas olhou o cabeceio anterior à bicicleta. Neste mesmo lance, Luís Ricardo demorou a sair da defesa e deu condição de jogo. No segundo gol, Saulo poderia ter pego a bola. No penúltimo lance, Brenner perdeu gol que centroavante não poder perder. Não havia mais goleiro.

Gol de bicicleta de Santacruz deu início à última noite de Marcos Paquetá pelo Botafogo (AFP)
Gol de bicicleta de Santacruz deu início à última noite de Marcos Paquetá pelo Botafogo (AFP)
Foto: Lance!

Mas o time piorou com as substituições. Tomou calor quando precisava empatar a partida. Foi, a cada minuto, menos organizado. E olha que a qualidade do rival é para lá de questionável. A questão é que os números gritam. Por mais difíceis que sejam os rivais, quatro derrotas e uma vitória, dois gols marcados e nove sofridos foram muito para quem não tem crédito com a torcida. E ainda mais com a diretoria tão pressionada.

Rival por rival, três das quatro últimas derrotas alvinegras foram para times favoritos. Com Marcos Paquetá, o Botafogo pressionou, mas perdeu para o Corinthians. Tomou novamente gol cedo e caiu diante do Flamengo. Ganhou sofrendo da Chapecoense. Com time-misto, diante da prioridade que é a Copa Sul-Americana, teve partida terrível na derrota para o Internacional.

Em termos de apuração, a verdade é que as informações são de que os treinos não agradavam aos jogadores - o que não significa, deixo claro, que houve algum tipo de complô para derrubar o, agora, ex-comandante. Mesmo assim, é fato que viver de expectativa no futebol brasileiro é quase utópico.

Ainda mais num cenário em que a diretoria do Botafogo está tão pressionada. É nítido que, caso fosse um treinador mais conhecido na primeira divisão brasileira, muito provavelmente nem Paquetá e talvez nem Felipe Conceição tivessem sido demitidos. O segundo sucumbiu à Aparecidense e ao Flamengo. Nos dois casos, a pressão da torcida foi determinante.

E aí é que entra o principal questionamento que deve ser feito. A escolha, primeiro por um treinador da casa, depois por um profissional que estava há 14 anos sem trabalhar no Brasil, pode ser justificada. O que exige reflexão é o pouco tempo que faz tal diretoria mudar de ideia.

A cúpula de futebol tem, além do presidente do clube, Nelson Mufarrej, e do vice, Carlos Eduardo Pereira, o vice-presidente de futebol, Gustavo Noronha, e o gerente de futebol, Anderson Barros. Estes são os homens que têm a missão de convencer um novo treinador a assumir um cargo num momento em que há pouco tempo para treinos e após treinadores anteriores terem sido demitidos com pouco mais de 30 dias de trabalho. Isso em oito meses.

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