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Messi? Caballero? Por que Sampaoli é o vilão do momento na Argentina

Escolhas do técnico irritam jornalistas e torcedores e geram críticas após a derrota para a Croácia. Para piorar, declaração de Aguero pode gerar mal-estar

22 jun 2018 - 07h01
(atualizado às 07h55)
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Jorge Sampaoli já foi tratado como o técnico dos sonhos para a seleção argentina, mas agora é candidato a ser a maior vítima da inevitável caça às bruxas que será feita no país se a equipe não conseguir reagir e for eliminada ainda na primeira fase da Copa do Mundo (veja todos os cenários possíveis para a última rodada do Grupo D).

Sampaoli não deve seguir na seleção argentina após a Copa do Mundo (Foto: AFP/JUAN MABROMATA)
Sampaoli não deve seguir na seleção argentina após a Copa do Mundo (Foto: AFP/JUAN MABROMATA)
Foto: Lance!

A derrota por 3 a 0 para a Croácia, quinta-feira, escancarou a insatisfação de torcedores, jornalistas e até do elenco com o treinador, cuja permanência no cargo após o Mundial já era considerada improvável antes mesmo da viagem à Rússia.

Algumas preferências de Sampaoli são muito criticadas. Franco Armani, que vive ótimo momento no River Plate (ARG), era o preferido da torcida para substituir Romero, goleiro titular cortado por lesão, mas o técnico optou por Wilfredo Caballero, reserva de Courtois no Chelsea (ARG).

Caballero falhou feio no primeiro gol da Croácia e foi tema da primeira pergunta da coletiva pós-jogo: "Na Argentina há 40 milhões de pessoas que estão esperando que você explique por que joga o Caballero, por que não esperar por Romero e por que Armani nunca teve possibilidade de jogar?", questionou o jornalista Juan Pablo Ferrari. Sampaoli respondeu a esta e a todas as outras perguntas de forma parecida, assumindo totalmente a culpa pelo resultado.

Também há uma comoção popular por Cristian Pavón, do Boca Juniors (ARG), e Paulo Dybala, da Juventus (ITA), mas Sampaoli só os acionou quando a Croácia já estava ganhando. O caso de Dybala é ainda mais intrigante, já que ele foi praticamente esquecido após dizer que achava um pouco difícil jogar com Messi pelo fato de os dois atuarem na mesma faixa do campo. Isso sem falar em Lautaro Martínez, jovem craque do Racing (ARG), que nem foi convocado.

Não ter um time titular definido também pesa contra o treinador, que assumiu em junho de 2017. Ele montou 13 times em 13 partidas à frente da seleção. Na Copa do Mundo, usou o 4-2-3-1 contra a Islândia e mudou para o 3-4-3 contra a Croácia, usando 18 dos 23 convocados.

- Não conseguimos, em nenhum momento do processo, consolidar-nos. Mas temos que lutar, trabalhar para alcançar um lugar na fase seguinte - admitiu o comandante, sem dar pistas da formação que mandará a campo contra a Nigéria, na próxima terça, às 15h, no jogo que definirá o futuro dos hermanos.

O técnico não esconde a intenção de armar um time que jogue em função do talento de Messi, mas admite que não está conseguindo. A atuação do camisa 10 diante da Croácia foi muito fraca.

- A situação que a Argentina está vivendo prejudica a realidade de Leo. Não estamos encontrando uma equipe que se acomode da melhor forma ao jogo dele. Nosso fio condutor está em Leo, mas não pudemos encontrá-lo para que fizesse as jogadas que geralmente faz. Nós trabalhamos todo o tempo para a bola chegar nele, mas o rival trabalha para que não chegue - avaliou o técnico.

Sampaoli diz que aposta na força do grupo para obter a já improvável classificação às oitavas de final, mas talvez precise administrar uma crise até lá. Sergio Aguero não conseguiu esconder a irritação ao ser questionado na zona mista sobre uma declaração do técnico.

- Sampaoli disse que os jogadores não se adaptaram ao projeto, que o projeto fracassou. Aconteceu isso? - questionou o jornalista.

- Que ele diga o que quiser - respondeu Aguero, após alguns segundos de silêncio, provavelmente sem ter ouvido a entrevista do técnico e sem saber que ele insistiu muito em assumir a responsabilidade.

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