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Ineditismo, gente de todo o país na cidade e Claudinho e Buchecha no som: por trás da final da Libertadores

Mesmo sem ingresso, torcedores foram aos arredores do Maracanã para apoiar os times em mais um dia primeiro no futebol. Trabalho do sonoplasta também chamou atenção

31 jan 2021 - 08h33
(atualizado às 08h33)
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Passaram-se 71 anos desde que um Maracanã abarrotado com 150 mil pessoas - cerca de 6% da população do Rio à época - foi palco da felicidade visitante. Neste último sábado de janeiro de 2021, não uruguaios, mas vizinhos paulistas protagonizaram uma festa que tinha tudo para não existir tamanho vazio que se esperava. Mesmo em tempos de pandemia, houve, sim, celebração.

Partida começou com o sol escaldante da tarde, mas terminou de noite (Foto: Felippe Rocha/Lance!)
Partida começou com o sol escaldante da tarde, mas terminou de noite (Foto: Felippe Rocha/Lance!)
Foto: Lance!

Muito do contraindicado pelas autoridades preocupadas com a propagação do vírus causador da Covid-19 foi feito no Estádio Mário Filho. Sobre isso você pode ler nesta reportagem. Mas este dia tão singular na história do futebol não ficará marcado só por isso - que não é pouco, obviamente.

Para começo de prosa, estamos falando da terceira final seguida de contexto inédito na Libertadores. Em 2018, assistimos à contradição institucionalizada quando o torneio, com o nome que tem, foi finalizado em país colonizador, a Espanha. Em 2019, Flamengo e River Plate (ARG) disputaram a primeira final única da competição. Neste 2021, a temporada 2020 continental foi encerrada com um clássico paulista sendo disputado pela primeira vez em solo carioca.

Com as pouco mais de duas milhares de pessoas esperadas, mas numa condição de credencial muito mais rígida do que ingressos, só faria sentido ir ao Maracanã se houvesse a garantia da entrada. Certo? Errado. Ao redor do estádio, a reportagem do LANCE! encontrou torcedores que moram no Rio, que moram em São Paulo e que moram até em Roraima. Nenhum deles com a garantia de que assistiriam à final do estádio.

O que não necessariamente significa que os efeitos para a população em geral foram diferentes. Houve centenas de guardas municipais e policiais militares na região do Maracanã, como se o público máximo do estádio estivesse liberado. Vias no entorno do palco da partida foram parcial ou integralmente bloqueadas. Até cerca de 14h30, era possível, com alguma ressalva, circular e consumir em determinados locais.

O poder público, todavia, logo tratou de evitar grandes aglomerações fora do estádio e interveio. Não se sabe se o objetivo era trabalhar contra a pandemia do novo coronavírus ou pela segurança do evento. Fato é que o dono de um bar famoso nos arredores do estádio lamentou, já na sexta-feira, que o sábado não minimizaria o vermelho no saldo, realidade desde o ano passado.

Do lado de dentro, três setores (norte, sul e leste, inferiores e superiores) estavam fechados. Deste modo, a imprensa esteve acima de onde a torcida se concentrava. Por esta mesma razão, diferentemente de partidas sem público algum, não foi possível ouvir o que se fala no campo. Por mais que tenha sido só num trecho do Maracanã, foi um trecho de normalidade. Absoluta normalidade. Foi um setor onde o futebol viveu tempos pré-pandemia.

Torcida, aglomeração, cantos, provocação... até o dj/sonoplasta fez parte da festa. Numa partida de campo neutro, o responsável pelo som ambiente fez ouvir até quem estava fora do estádio com músicas de toda sorte, nacionais ou internacionais, de diferentes décadas: de Skank a Earth, wind and fire. Mas caprichou nas referências ao Rio. Especialmente em Claudinho e Buchecha (na verdade, gonçaleneses) e Fernanda Abreu.

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