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Ex-CEO do Cruzeiro fala que clube "é caso de polícia"

Ex-dirigente fala sobre o "cabidão de empregos" que o clube virou, noitadas de jogadores e outras posturas que contribuíram para crise

14 jan 2020 - 15h53
(atualizado às 16h42)
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O ex-CEO do Cruzeiro, empresário e prefeito de Betim, Vittorio Medioli, fez revelações duras dos motivos que o fizeram deixar o clube. Em uma live no Facebook, Medioli explicou como encontrou a situação e fez uma revelação grave: que a dívida real da Raposa já passa de R$ 1 bilhão.

- Numa situação catastrofista, como é no Cruzeiro, a cada dia aparecem mais dívidas. A última conta vai chegar a R$ 800 milhões. Toda hora aparece um contrato. A maioria é fiscal. Lá, foi feito um Refis (Programa de Recuperação Fiscal) que chama Profut e tem três anos que não paga para renovar, precisa gastar mais R$ 200 milhões. Dentro dos R$ 800 milhões que estão falando não tem esses R$ 200 milhões, então a dívida vai para R$ 1 bilhão.

Medioli comentou em uma live no Facebook os motivos que o fez deixar o Cruzeiro- (Reprodução/TV Globo)
Medioli comentou em uma live no Facebook os motivos que o fez deixar o Cruzeiro- (Reprodução/TV Globo)
Foto: LANCE!

Outras falas fortes de Medioli foram sobre o comportamento de jogadores, com noitadas e ingestão de bebidas alcoólicas.

- Os atletas não têm uma regra como nós temos no vôlei. Tem que se abster de bebida alcoólica, tem que fazer análise de sangue, tem que ter nutricionista -- não nutricionista de araque, nutricionista de verdade. Tem que ter todo um sistema para levar os atletas ao máximo desempenho. Eles tomam cachaça, ficam na gandaia e fica por isso mesmo, ninguém toma providência - disse, para em seguida criticar como o clube é conduzido, sem profissionalismo.

- Hoje as pessoas ficam tão distraídas em ganhar dinheiro com trambique lá dentro, que não cuida do atleta, não cuida do clube, no futebol tem dirigente que vai na gandaia junto com atleta. É um caso de polícia, tem que entrar lá dentro, despoluir e reconstruir, não é muito difícil.

Demissões para acabar com o "cabide de empregos"

O ex-CEO também falou como o Cruzeiro se transformou em um balcão de favores que só inchavam a estrutura do clube.

- Mandaram embora 100, eu 'canetei' 83 porque eram parentes de conselheiro, cabide de emprego, super-salário. Esse corte foi de R$ 2,3 milhões, metade da folha mensal foi reduzida com a demissão dessas 83 pessoas. A folha do Cruzeiro era de R$ 4,5 milhões, só esse corte foi quase metade. Tem muito mais a fazer. A folha dos atletas é R$ 16 milhões por mês. Com R$ 16 milhões por ano o Coritiba subiu da B para A. Nós, com R$ 16 milhões por mês, caímos da A para B.

- O torcedor tem que ser informado, tem que ter transparência. Uma gestão transparente ou uma gestão para parente? Lá é para parente! Cabidão de emprego, nepotismo para os amigos. Tem que moralizar.

Intervenção judicial

- Eu bato na necessidade de uma intervenção judicial porque recuperaria um prazo para renegociar essa situação. E como renegociar? Afinal, não é muito difícil. Nós já deixamos nesse relatório, daqui alguns dias vão publicar, estão apenas esperando o que o Conselho vai fazer, entretanto tem que dar as vias de saída. Tem que fazer o dever de casa, doa a quem doer (...) agora, o Cruzeiro tem jeito. Precisa passar pelas vias legais, você não vai lá na porrada para consertar o Cruzeiro. Você tem que ter amparo legal. Hoje a lei não ampara as associações fechadas, não tem como ter falência, nem recuperação judicial. O Cruzeiro, falido do jeito que está, como é que vai renegociar? A associação não tem essa possibilidade. Se o governo federal agora aprovar uma lei que permite a recuperação judicial das associações, porque até então é proibido, se abre uma luz.

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