87% dos medalhistas nos Jogos Militares estarão no Rio 2016
A parceria entre o esporte olímpico brasileiro e as Forças Armadas deu frutos no Pan de Toronto, em julho deste ano, e também nos Jogos Mundiais Militares, encerrados no último domingo em Mungyeong, na Coreia do Sul.
Ao término do Pan canadense, o Ministério da Defesa divulgou que 67 das 141 medalhas obtidas pelo Brasil (48%) tiveram participação de competidores das fileiras do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Nos Jogos Mundiais Militares, a proporção inversa foi bem maior. Nos 84 pódios obtidos pelo Brasil, 73 deles (87%) contaram com atletas que já fizeram parte no passado ou estão atualmente na Seleção Brasileira em suas modalidades, e deverão competir também na Olimpíada Rio-2016.
Tal estratégia impulsionou o desempenho tupiniquim na competição. O time brasileiro terminou na segunda posição no quadro de medalhas no critério de total de ouros.
A Rússia, país que também tem diversos atletas militares, venceu a competição com 135 medalhas, sendo 59 douradas. A China ficou em terceiro com 98 láureas no total (14 a mais do que o time brasileiro), mas com menos ouros (34 a 32).
Os Estados Unidos, maior potência olímpica do planeta e que não vincula suas modalidades às forças armadas com tanta ênfase, ficou apenas em 23º lugar na classificação geral, com seis medalhas.
O destaque brasileiro na Coreia do Sul foi a nadadora Etiene Medeiros. A pernambucana, campeã pan-americana e vice-campeã mundial no estilo costas em 2015, foi a melhor atleta entre todas as modalidades nos Jogos Mundiais Militares, com seis medalhas (quatro de ouro e duas de prata). Ela é sargento da Marinha.
Outros grandes nomes do esporte olímpico brasileiro e nomes quase certos na Rio-2016 ajudaram o Brasil a ser vice-campeão no evento, como a campeã olímpica no judô Sarah Menezes, a pentatleta Yane Marques, a velocista Rosângela Santos, o esgrimista Renzo Agresta, a ciclista Clemilda Fernandes, a lutadora de taekwondo Iris Tang Sing, entre outros.
- Ficamos no segundo lugar no quadro geral de medalhas, com duas de ouro a mais que a China. Acho que o resultado foi um sucesso - disse o brigadeiro Carlos Augusto Amaral, chefe de delegação do Brasil em Mungyeong e diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa.
De acordo com o brigadeiro, em entrevista ao site do Ministério da Defesa, a meta das Forças Armadas é colocar cem atletas na delegação que disputará a Olimpíada Rio-2016 e conquistar dez medalhas.
Além disso, o esporte militar passará a contar em breve com atletas do nado sincronizado e dos saltos ornamentais, após a realização de editais para abertura de vagas.
A parceria entre o esporte olímpico e as Forças Armadas começou em 2008, com o Programa de Atletas de Alto Rendimento. Neste projeto, atletas olímpicos passaram a militarizar-se em troca de soldos (salários) e outros benefícios, como locais de treinamento.
O projeto ganhou mais evidência durante o Pan de Toronto, em que atletas militares prestaram continência à bandeira do Brasil no pódio, quando ganhavam medalhas. O gesto gerou polêmica.
Veja abaixo alguns atletas que medalharam nos Jogos Mundiais Militares e que já brilharam no mundo olímpico:
Judô
Sarah Menezes, Luciano Corrêa, Felipe Kitadai e Rafaela Silva (medalhistas em Olimpíada ou em Mundiais)
Natação
Etiene Medeiros, Leonardo de Deus, Henrique Rodrigues e Poliana Okimoto (medalhistas em Mundiais ou em Jogos Pan-Americanos)
Atletismo
Rosângela Santos (campeã no Pan de Guadalajara nos 100m rasos e no revezamento 4x100m)
Futebol
Tânia Maranhão (duas vezes vice-campeã olímpica com a Seleção feminina)
Vôlei
Renatinha (vice-campeã mundial com a Seleção Brasileira em 2006)
Esgrima
Renzo Agresta (dono de quatro medalhas em Jogos Pan-Americanos)
Pentatlo moderno
Yane Marques (medalhista de bronze na Olimpíada de Londres-2012)
Golfe
Lucas Lee (melhor brasileiro no ranking olímpico para a Rio-2016)
Taekwondo
Iris Tang Sing e Venilton Teixeira (medalhistas no Campeonato Mundial de 2015)