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Jornalista David Coimbra morre aos 60 anos, vítima de câncer, em Porto Alegre

Profissional do Grupo RBS lutava há dez anos contra a doença e deixa mulher e filho; como repórter, cobriu Copas do Mundo e também atuou como autor, colaborando com os livros 'A História dos Gre-Nais' e 'Por trás do gol, os bastidores da Copa do Mundo da África do Sul'

27 mai 2022 - 12h23
(atualizado às 13h15)
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O jornalista David Coimbra morreu nesta sexta-feira, aos 60 anos, em Porto Alegre. Ele estava internado desde domingo, dia 22, no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha. O cronista lutava contra um câncer desde 2013. Dono de um texto leve, envolvente e bem-humorado, que misturava a vida cotidiana, o esporte e a cultura, David Coimbra assinava uma coluna diária no jornal Zero Hora e era participante ativo dos programas "Timeline" e "Sala de Redação", da Rádio Gaúcha, todos pertencentes ao Grupo RBS.

Ele assumiu a editoria de esportes do principal jornal gaúcho no início dos anos 1990. Foi a partir da cobertura da Copa do Mundo da França, em 1998, que ele passou a publicar os textos dos jogos da seleção brasileira com um estilo mais próprio, o que ajudou a mostrar seu talento como cronista.

David Coimbra gostava de brincar com as palavras, criar neologismos e aproximar o texto do leitor como se fosse uma conversa de bar - de alto nível. Publicou alguns livros solo e foi coautor de "A História dos Gre-Nais", que conta a história mais que centenária de um dos principais clássicos de futebol do País. Também foi colaborador do livro "Por trás do gol, os bastidores da Copa do Mundo da África do Sul".

O jornalista foi diagnosticado com um tumor em estágio avançado no rim esquerdo em 2013, e exames posteriores apontaram que a doença havia se espalhado através de metástases ósseas. Ele, então, passou a viver entre Porto Alegre e Boston, nos Estados Unidos, onde participou de um estudo clínico inovador para combater a doença. O tratamento deu resultados satisfatórios, e motivou o escritor a escrever seu último livro, "Hoje Eu Venci o Câncer", publicado pela L&PM em 2018.

Nos últimos meses, David Coimbra voltou a sentir os efeitos da doença e precisou se afastar de suas funções em diferentes momentos para tratamento. No último dia 16, ele escreveu uma de suas últimas crônicas em Zero Hora sob o título "Quando quis morrer", em que narrou o cotidiano difícil de combate à doença. E, em determinado trecho, escreveu: "Agora chegamos a uma parte importante: não deixei de amar a vida. Amo viver, amo a vida e sempre amarei. Mas não estava sendo recíproco".

O jornalista deixa a mulher, Márcia, e o filho, Bernardo, de 13 anos.

Estadão
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