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Jogos Pan-Americanos

"Irmãs Williams" driblam dificuldades e brilham no badminton

15 jul 2015 - 08h10
(atualizado às 09h14)
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“Independente de onde você vem ou de onde você está: o que vale é seu caráter. É aonde você quer chegar, e não onde as pessoas falam que você pode chegar. Eu quis estar aqui, quero mais e quero estar lá na frente. É por isso lutamos”. O discurso pertence a jovem jogadora de badminton Luana Vicente, dito logo após conquistar uma vaga na final dos Jogos Pan-Americanos de Toronto ao lado de sua irmã mais velha, Lohaynny, uma marca nunca alcançada por mulheres brasileiras.

Conhecidas como “irmãs Williams”, em alusão as tenistas americanas Serena e Venus, elas cresceram na favela da Chacrinha, zona oeste do Rio de Janeiro, onde superaram desde quadras sem condições de jogo até o tráfico de drogas para seguir em frente no esporte.

Brasileiros comentam final histórica no badminton:

Mas se engana se você pensa que os problemas ficaram no passado. Agora, apesar de terem um centro de treinamento nos padrões internacionais, elas sofrem com o mesmo problema que boa parte dos atletas olímpicos do País: a falta de apoio.

Lohaynne e Luana Vicente repetiram o bom desempenho da dupla masculina
Lohaynne e Luana Vicente repetiram o bom desempenho da dupla masculina
Foto: Osmar Portilho / Terra

Mesmo após provar ano após ano uma grande evolução, a dupla não possui patrocínio, vive de recursos do Bolsa Atleta e de um salário do clube, o que, segundo elas, é muito pouco para quem sonha em chegar ao nível olímpico.

“Queríamos até pedir ajuda, um patrocínio. Temos só o patrocínio da Yonex, que é da Seleção e eles dão roupa, tênis, raquete... Mas financeira não temos. Temos o Bolsa Atleta e o salário do clube. Para quem sonha com Olimpíada ainda falta muito. Tem muitos torneios que ainda precisamos pagar do bolso, já que a Confederação Brasileira só nos garante dez campeonatos por ano. Para fazer um bom ano olímpico precisamos de 20 a 25 torneios. Não tem férias, nem Natal. Precisamos de mais”, desabafou Lohaynny.

Brasileiras avançaram à final do badminton em Toronto
Brasileiras avançaram à final do badminton em Toronto
Foto: Osmar Portilho / Terra

As competições servem para dar mais experiência para Lohaynny e Luana, que possuem apenas 19 e 21 anos, respectivamente. “São muitos anos de trabalho para se conseguir uma medalha olímpica. Até podemos chegar aos Jogos de 2016, mas vai demorar um pouco para ganhar medalha. Precisamos de mais bagagem, ou seja, jogar e treinar com os melhores para aprender cada vez mais para conseguir uma medalha olímpica”, completou Lohaynny.

Pan: Brasileiras do badminton querem tietar irmãs Williams :

Apesar de todos os problemas encontrados, elas não perdem o bom humor e brincam com o fato de serem comparadas as tenistas americanas. “Gostamos muito delas, principalmente da Serena. Dizem que nos parecemos com elas. Gostamos de tênis também. Adoro ver ela jogando, acompanho ela pelo Instagram...”, disse Lohaynny.

Se a medalha ainda pode ser um sonho distante para ser realizado no Rio, um outro parece mais próximo: tietar as tenistas americanas. “Se nos classificarmos para a Olimpíada acho que o primeiro objetivo é tirar uma foto com elas”, finalizou Luana, esbanjando bom humor.

Brasileiras sonham em encontrar Serena e Venus Williams
Brasileiras sonham em encontrar Serena e Venus Williams
Foto: Streeter Lecka / Getty Images
Fonte: Terra
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