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Jogos Panamericanos 2011

Inspirado em amigo famoso, "Pistorius brasileiro" sonha com 3 ouros

3 nov 2011 - 11h01
(atualizado às 11h39)
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CAROL ALMEIDA

A velocidade e as próteses de carbono nas pernas foram os motivos do apelido de "Pistorius brasileiro" ao paraatleta paraense Alan Fonteles. Mas ele pretende também seguir o seu "xará" em outro sentido: conseguir o mérito de homem mais rápido do mundo e chegar a competir em modalidades paraolímpicas.

Promessa de medalhas brasileiras no Parapan de Guadalajara e na Paraolimpíada de Londres, Alan perdeu as duas pernas com nove meses de idade, por causa de uma infecção intestinal que causou uma sepsemia. Foi com próteses nas pernas que ele aprendeu a andar, a correr e sonhar com medalhas.

O interesse no atletismo veio ainda criança ao ver seus amigos nas pistas. O atleta contou que um dia chegou para a professora de educação física da escola em que estudava (Suzete, até hoje sua técnica) para pedir para começar a treinar. "Ela disse que não tinha nenhum problema e, aos poucos, foi se surpreendendo comigo e viu que ali não era só uma brincadeira".

Desde que começou no atletismo, aos nove anos, Alan não parou mais. Em 2005, quatro anos depois, começou a participar de competições estaduais e nacionais. A chegada das fibras de carbono, em fevereiro de 2008, foi um impulso ao atleta, que já em julho foi inserido nos torneios internacionais. O Mundial Juvenil em Nova Jersey (EUA) foi a primeira disputa fora do Brasil - ele conquistou ouro nos 100 m e 200 m e bronze nos 400 m.

Não demorou nada até que o velocista fosse convocado para a Paraolimpíada de Pequim, em agosto. Com apenas 15 anos, Alan voltou da China com uma medalha de prata no revezamento 4x100 m e ficou em sétimo nos 200 m. "Mesmo novo, eu já sabia da importância de uma Paraolimpíada e do propósito que tinha ali. Sabia que eu estava representando uma nação, o Brasil, e fiquei feliz de trazer um bom resultado", destacou.

A última grande conquista de Alan foi ao início deste ano, no Mundial da Nova Zelândia. Disputando com atletas de ponta de todo o mundo, ele levou o bronze nos 100 m e nos 4x100, mas queimou nos 200 m.

No momento, as atenções do velocista estão nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, que acontecem em novembro. É a primeira vez de Alan na competição: "eu nunca fui e não sei como é". Mas isso não o desanima.

"Viajo no dia 6 de novembro e a minha expectativa é ganhar nas três provas (100 m, 200 m e 400 m). Se isso acontecer, vou ficar muito feliz".A Paraolimpíada de Londres ainda está longe para Alan, mas ele já faz algumas previsões. "Estou bem ansioso para chegar bem e fazer meus resultados".

Enquanto isso, ele se mantem focado na luta do dia a dia. "Venho melhorando meus tempos cada vez mais, nunca regredindo, sempre mantendo ou melhorando. Treino todos os dias".

Amizade e inspiração em Pistorius

Alan conheceu Pistorius na Paraolimpíada de Pequim. "Corri ao lado dele no treinamento e competi na prova dos 200 m. Foi uma sensação muito boa disputar ao lado dele". O brasileiro conta que a partir daí começou uma amizade com o paraatleta mais rápido do mundo e costuma sempre trocar telefonemas e mensagens pelo Facebook.

"Ele é um exemplo. Exemplo de atleta, de vida, de tudo", destaca Alan. O velocista brasileiro, inclusive, se inspira em Pistorius para, quem sabe, começar a correr em modalidades não paraolímpicas. "Primeiro, meu objetivo é me destacar na Paraolimpíada, mas a partir daí vou traçar outra meta para chegar num Troféu Brasil e depois no Mundial".

Alan Fonteles estreia em Parapans com metas ambiciosas
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Foto: CPB / Divulgação
Fonte: Terra
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