Pan-Americano 2023: dentista e até piloto de helicóptero estão competindo pelo Brasil
Alguns atletas brasileiros do Pan-Americano do Chile ganham a vida em outras profissões e têm o esporte como hobbie
O investimento do Brasil no esporte ainda não é o bastante para que os atletas consigam se sustentar apenas de suas modalidades. Por esse motivo, alguns esportistas precisam se desdobrar para conseguir competir. Uma das estratégias é ter outra profissão, como ocorre com competidores que representam o País nos Jogos Pan-Americanos do Chile
Entre os 635 atletas da delegação brasileira, há dentista, cozinheiro e até piloto de helicóptero. Apesar de alguns terem o esporte como atividade principal, para outros as modalidades são hobbie. Mas nem por isso eles fazem feio na competição.
Veja a seguir as profissões dos atletas brasileiros nos Jogos Pan 2023.
Felipe Neves
O brasileiro Felipe Neves foi medalha de bronze na prova de Slalom do Esqui Aquático. Felipe é formado em Engenharia, mas trabalha como piloto de helicóptero.
O atleta nasceu em uma família ligada à aviação, mas sempre quis trabalhar em fazenda e por isso escolheu a faculdade de Engenharia Agronômica. Mas um voo de helicóptero, em 2008, fez tudo mudar. Após sua formação, realizou seu primeiro voo em 2015.
Salomon Koba
Salomon faz parte da seleção brasileira de beisebol, que chegou a uma final inédita. O time acabou derrotado, mas conquistou uma medalha de prata pela primeira vez.
O atleta trabalha como dentista em um consultório na Avenida Paulista, em São Paulo.
Naoki Takano
Também atleta da seleção brasileira de beisebol, Naoki Takano é cozinheiro e sócio de um restaurante japonês voltado à cultura do beisebol, no bairro da Liberdade, em São Paulo.
Raphael Barbosa (Marrom)
Marrom, como é chamado, também é da seleção brasileira de beisebol. Em entrevista de preparação para o Pan, disse que tira do próprio bolso a verba para treinar, viajar e competir. Ele trabalha como soldador em uma fábrica de ração.
Osvaldo Carvalho
Também atleta da seleção de beisebol, Osvaldo tem 22 anos e não ganha a vida com o esporte. Ele trabalha como servente de pedreiro em uma concessionária de estradas.
Derlayne Dias Roque
Derlayne é atleta brasileira do BMX, professora universitária e doutora em Geociências pela UnB. Ela também é formada em Engenharia Ambiental. Em entrevista concedida em 2019, ela revelou as dificuldades em se manter no esporte.
"Eu não tenho patrocínio, não tenho como ir do meu bolso para um campeonato. Se a gente não tiver esse apoio da CBC, do COB, fica muito complicado para fazer o esporte acontecer. A Olimpíada já é no ano que vem. Se pegar o ranking internacional do BMX, tem países que participam de muitos campeonatos já há bastante tempo, tudo isso já vem somando pontos e a gente está atrasado, cada vez mais", lamentou.