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Superação

Futebol dribla as fronteiras sociais para formar cidadãos

Projeto Um Passe Para a Educação, que atende 160 crianças em Paraisópolis, São Paulo, já é referência na zona sul paulistana

15 ago 2016 - 14h00
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Idealizado pela professora de Educação Física e Personal Trainer, Regina Queiroz, o projeto Um Passe Para a Educação, de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, surgiu com o intuito de ensinar futebol para 20 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Mas foi além e, hoje, é uma referência na ainda carente região paulistana.

A questão principal do Um Passe Para a Educação é a base educacional e o ensino de valores como o companheirismo, a disciplina, o respeito, a perseverança e o trabalho em grupo
A questão principal do Um Passe Para a Educação é a base educacional e o ensino de valores como o companheirismo, a disciplina, o respeito, a perseverança e o trabalho em grupo
Foto: Instituto Por Mais Alguém / Divulgação

Ao Terra, Ana Rosa Enriquez, fundadora da entidade Instituto Por Mais Alguém, gestora do projeto Um Passe Para a Educação, revelou os alicerces da iniciativa: “A superação é uma constante na vida de muitas crianças e adolescentes de comunidades. Existem as limitações financeiras, a criminalidade, o convívio com as drogas, poucas perspectivas de investir no estudo e o preconceito. Mas, se por um lado há dificuldades, entendo que elas geram um valor incomparável e um fortalecimento de caráter ímpar em cada vitória alcançada. E não me refiro às vitórias nos campos, mas a vitórias sobre nós mesmos. Nós somos nossas escolhas”.

O projeto beneficia seus alunos com materiais para a prática esportiva, reforço alimentar e uma quadra exclusiva para os treinos
O projeto beneficia seus alunos com materiais para a prática esportiva, reforço alimentar e uma quadra exclusiva para os treinos
Foto: Instituto Por Mais Alguém / Divulgação

A iniciativa foi criada em 2007, mas apenas em 2013 começou a fazer parte da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte, que permite que empresas direcionem até 3% do ICMS para financia-lo.

A partir de então, seus alunos foram beneficiados com materiais para a prática esportiva, reforço alimentar e uma quadra exclusiva para os treinos. Além disso, a ONG também realiza palestras educativas para familiares e leva os estudantes para competir em torneios e campeonatos.

Um Passe Para a Educação foi criado em 2007 com o intuito de ensinar futebol para 20 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social
Um Passe Para a Educação foi criado em 2007 com o intuito de ensinar futebol para 20 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social
Foto: Instituto Por Mais Alguém / Divulgação

De acordo com Ana Rosa, “a questão principal do Um Passe Para a Educação não é o rendimento esportivo, as vitórias ou a profissionalização, mas sim dar uma base educacional e o ensino de valores como o companheirismo, a disciplina, o respeito, a perseverança e o trabalho em grupo. E o esporte é um campo muito fértil para isso”.

Aluno joga pelo Fluminense

Hoje, o projeto atende 160 crianças e jovens, de 8 a 17 anos. “Essas crianças, no ‘pós-escola’ têm poucas opções construtivas, a não ser os projetos sociais e alguns espaços públicos. O esporte possibilita um grande auxilio para a formação moral e comportamental deles. Podemos ver que aqueles que participam do projeto apresentam menos agressividade, aumento da responsabilidade e da concentração, criação de objetivos para vida, maior socialização, diminuição da evasão escolar e aumento da autoconfiança”, comenta a fundadora do Instituto.

Hoje, o projeto atende 160 crianças e jovens, de 8 a 17 anos
Hoje, o projeto atende 160 crianças e jovens, de 8 a 17 anos
Foto: Instituto Por Mais Alguém / Divulgação

Um dos alunos, Hans Freitas, hoje participa do Sub 17 do Fluminense, no Rio de Janeiro. “Ele é um menino muito promissor e esperamos que ele consiga se destacar nesse cenário tão concorrido e difícil que é o futebol. Sempre se esforçou muito e merece. Até para servir de incentivo a outros meninos da comunidade”, diz Ana Rosa, orgulhosa.

Um dos alunos, Hans Freitas, hoje participa do Sub 17 do Fluminense, no Rio de Janeiro
Um dos alunos, Hans Freitas, hoje participa do Sub 17 do Fluminense, no Rio de Janeiro
Foto: Instituto Por Mais Alguém / Divulgação

Os treinos, com duração de 90 a 120 minutos, acontecem duas vezes ao dia, de segunda a sexta-feira, para dez turmas, divididas segundo faixa etária, habilidade técnica e turno escolar.

Para participar das aulas, no entanto, é necessário estar na escola e apresentar comprometimento com o grupo, não faltando aos treinos.

Deste projeto, segundo os gestores adiantaram ao Terra, surgiram outras iniciativas, como o Projeto Faça Parte, idealizado e executado por Rafaela Grabert Goldlust, em que são realizadas visitas a exposições de arte e parcerias com artistas que ministram workshops para grupos de crianças da comunidade.

Fonte: Terra
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