PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

ItsA trocou seleção brasileira de breaking rumo aos Jogos de Paris-2024 pelo Cirque du Soleil

Um dos nomes mais conhecidos do esporte no País, atleta deixou o time nacional para ser integrante de um dos espetáculos mais famosos do mundo

16 nov 2022 - 05h10
Compartilhar
Exibir comentários

Um dos nomes mais conhecidos do breaking no Brasil decidiu seguir por outro caminho, ao menos neste momento. Nascida como Isabela Rocha e conhecido profissionalmente como ItsA, o dançarino, que se intitula um homem trans, não esconde o motivo pelo qual decidiu trocar uma vaga na seleção brasileira rumo aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 pelo Cirque du Soleil.

"Eu fiz parte da primeira seleção brasileira de breaking, que foi para Paris em um evento-teste. Eu tive uma experiência com a seleção e eu não me senti encaixado com eles. Nesta mesma época, o Soleil entrou em contato para voltar. Neste período eu estava na seleção, fui presidente da comissão de atletas de breaking, mas não me senti acolhido e não me sentia parte daquilo. Por causa disso, eu decidi ir para o Cirque du Soleil", afirmou.

ItsA é um dos destaques no cenário do breaking nacional e internacional. Com apenas 25 anos, já conquistou o nacional da modalidade e representou o Brasil em diversos campeonatos fora do país. Apesar disso, de acordo com o dançarino, a escolha por partir para o Cirque du Soleil não é difícil.

"Não foi uma decisão difícil. Eu danço porque eu amo dançar. Independentemente do lugar, eu vou dançar em qualquer lugar. O Cirque du Soleil me impulsiona, não me pressiona. Me motiva a seguir. É diferente do que acontecia nos campeonatos, em que tinha a pressão e tudo mais. Representar o Brasil é um peso enorme. No Soleil é tranquilo e eu posso ser eu", explicou.

"Na seleção eu não me sentia acolhido. No Cirque du soleil eu fui acolhido. Eu usava a dança para criar um escudo para o mundo. Hoje eu uso para mostrar as minhas fraquezas e minha sensibilidade. Eu consigo hoje dançar por mim e consigo me encontrar comigo", reforçou.

Atualmente o ItsA integra o espetáculo Bazzar que está com apresentações na cidade de São Paulo.

COMEÇO NA DANÇA

Na caminhada até o Cirque du Soleil, passando por viagens para torneios internacionais e milhares de batalhas de breaking pelo Brasil, ItsA teve um começo pouco comum. Aos 11 anos, por causa de um primo, a dança entrou na vida do jovem aspirante a dançarino.

"O ItsA se desenvolveu através da dança. A dança foi minha primeira via de escape para desenvolver a minha personalidade e a pessoa que eu sou. Desde os 11 anos, quando eu tive acesso a isso, eu sempre joguei tudo na dança e a dança me retribuiu muito bem. O breaking principalmente sempre me retribuiu", disse.

O contato mais direto com o breaking aconteceu em Belo Horizonte. Por meio de aulas do grupo Skeleton Breakers, da capital mineira, o ItsA aprendeu seus primeiros movimentos na dança.

"Quando o ItsA apareceu, com 11 anos, era franzino e ficava na dele, meio curioso. Eu me alegrava muito em ver uma pessoa como ele, jovem mas com sede de aprender. Faltava isso naquela época, então fiz questão de incentivar da melhor maneira, ensinando e desejando muito que se tornasse um grande artista. O convite para o grupo veio mais a frente, quando percebemos que ali estava um talento nato para dança. Saber que uma pessoa da Skeleton está indo longe, alcançado objetivos, vivendo da dança e participando do Cirque du Soleil é de grande alegria. Isso nos mostra que valeu a pena acreditar nele e vale a pena acreditar nos sonhos das pessoas", relembrou Gedeon Santiago, conhecido como B-boy Gê, que é o fundador da Skeleton Breakers.

Mesmo após mais de 10 anos de seu começo na dança e de hoje estar vivendo uma nova etapa em sua vida, ItsA não esconde a relação de gratidão que tem com o grupo onde deu seus primeiros passos.

"O Gê foi a pessoa que me ensinou bastante lá no início e ajudou na minha formação no breaking. A Skeleton é um coletivo que tem um líder, que é ele, mas cada um se desenvolve no que pode. Lá no grupo uma coisa complementa a outra. O que eu aprendi e me formei com eles me ajudou muito a desenvolver o que eu sou hoje no Soleil. Todas as vezes que eu estou no palco é sem nenhuma máscara. Aqui eu sou eu completamente. Não é porque eu estou longe que eu perdi as minhas raízes", finalizou.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade