Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE
Logo do Internacional

Internacional

Favoritar Time

Piffero critica desperdício de atletas e quer Inter vencedor

Candidato da oposição à presidência do Inter lembra que jogadores como Dátolo e Ricardo Goulart foram mal aproveitados no clube e diz que sua experiência levará time a mais disputas de título

29 nov 2014 - 09h00
(atualizado às 09h02)
Compartilhar
Exibir comentários

Com a experiência de nove anos como dirigente do Internacional como principal plataforma e com uma ampla aliança entre conselheiros, Vitório Píffero encabeça a chapa de oposição na disputa pela presidência do clube com um prioridade clara: aperfeiçoar o departamento de futebol para o Inter voltar à disputa de títulos nacionais e internacionais. Em entrevista exclusiva ao Terra, o candidato se disse preparado para esta função .

“É difícil alguém que tenha mais experiência que eu na área nevrálgica do clube que é futebol e presidência”, diz o candidato ao falar de suas qualidades para o cargo, que será definido em eleições marcadas para o dia 13 de dezembro.

Uma de suas tentativas caso volte ao comando do clube - ele foi presidente de 2007 a 2010 - será não desperdiçar jogadores. Citando o bom momento de Cruzeiro e Atlético-MG na temporada, Píffero diz que muitos dos jogadores que atuam em Minas Gerais já passaram pela dupla Gre-Nal sem apresentarem o mesmo desempenho.

“Eles saíram daqui e aprenderam a jogar lá? Não, né. Estavam aqui e estavam não sendo ou bem aproveitados, ou não estavam sendo aproveitados na posição correta, ou faltou o que?”, disse. Ricardo Goulart, Dagoberto, Dátolo e Jô são exemplos de jogadores "desperdiçados" que tiveram bons momentos em Minas Gerais.

 

Histórico de Piffero
Foi vice de futebol nos anos de 2005 e 2006, quando o Inter conquistou sua primeira Libertadores e o Mundial. Ele assumiu a presidência do clube no ano seguinte onde ficou até 2010. Durante esse período o Inter venceu a Recopa Sul-Americana (2007), a Sul-Americana, (2008), Copa Dubai (2009), a Copa Suruga Bank (2009) e o bicampeonato da Libertadores (2010).

Outra vantagem, segundo Píffero, é a aliança feita com mais de 200 conselheiros do clube. "Na avaliação que eu tenho desta experiência (de presidir o Inter) garante um reforço de gente trabalhando, que são os conselheiros, que tocam o clube (...) Não estou dizendo que os outros não tenham, mas nós temos experiência e vencedora e vontade, e quantidade de trabalho”, afirma.

Ele prefere fugir de especulações que dão conta de que Abel Braga não permaneceria no time em 2015, caso ele seja eleito. “Eu não vou falar de nenhum profissional”, afirma, apesar de tecer muitos elogios ao atual comandante da equipe colorada.

Veja a entrevista completa:

Terra – O senhor acredita que existe uma inconstância nas apresentações do Internacional?

Vitório Píffero - Até umas rodadas atrás o Inter tinha ganhado dos que estavam em cima na tabela. Não vejo isso. Acho que nessas rodadas finais nós pegamos o foco de novo. Talvez a sacudida que a gente levou no Gre-Nal tenha feito isso, mas afinal de contas passamos quase o campeonato inteiro no G-4, saímos por pouquíssimas rodadas e saímos agora na reta final. Lotou estádio, acho que a torcida fez o seu papel e estamos no G-4 de novo.

Terra - Que papel a presidência pode desempenhar nesse sentido?

Vitório Píffero - Acho que está feito. Não sei se está havendo interferência no vestiário, mas sem dúvida chamar o associado, o torcedor para ajudar dentro de campo, acho que foi uma boa inciativa.

Terra – Como o senhor vê o que o Cruzeiro tem feito nesses dois últimos anos?

Vitório Píffero - O Cruzeiro está com elenco equilibrado, e se vê que tem vários jogadores não aproveitados que vieram da dupla Gre-Nal. Eles saíram daqui e aprenderam a jogar lá? Não, né. Estavam aqui e estavam não sendo ou bem aproveitados, ou não estavam sendo aproveitados na posição correta, ou faltou o que? Um enquadramento, alguma coisa assim? Eu não estou dentro do vestiário, mas vários jogadores da dupla Gre-Nal são bicampeões brasileiros pelo Cruzeiro. Mérito do Cruzeiro, e uma falha nossa que tem que ser corrigida.

Terra - Então o Inter não consegue aproveitar o talento de seu elenco?

Vitório Píffero - Por exemplo, o Jô. Veio aqui, não foi aproveitado, foi mandado embora e acabou na Seleção. Lá ele está, bem teria companhias importantes para fazer festa, se fosse o caso (Uma das especulações sobre a saída do atleta foram por conta das festas que teriam prejudicado seu rendimento). Então, porque aqui não jogou e lá jogou, faltou alguma coisa aqui.

Terra - O que o você acha que faltou?

Vitório Píffero - Eu não estava dentro do vestiário para saber, mas com certeza faltou alguma coisa... não era salario atrasado, faltou alguma coisa, eu não estou no vestiário para saber.

Terra - A renovação com D´Alessandro, Aránguiz e contratação de Nilmar são os principais trunfos do seu adversário?

Vitório Píffero - São grandes contratações. E outra coisa: todo mundo acerta e todo mundo erra. Não tem uma vice ou um presidente que só erra ou só acerta. Acho que essas todas foram certas, tanto a renovação do D´Alessandro quanto trazer o Nilmar que é sempre uma boa notícia, e o próprio Aráguiz. Mas claro, erraram em outros lugares, então...

O equilíbrio entre o certo e o errado é medido pela torcida, pelo desempenho do time. Mas apoio essas contratações, sem dúvida.

<p>Campeão brasileiro pelo Cruzeiro e agora na Seleção, Ricardo Goulart pouco foi aproveitado pelo Inter</p>
Campeão brasileiro pelo Cruzeiro e agora na Seleção, Ricardo Goulart pouco foi aproveitado pelo Inter
Foto: Pedro Vilela / Getty Images
Terra - O Inter tem que apostar nessas grandes contratações? De onde devem vir outros talentos?

Vitório Píffero - Temos que integrar mais a base. Não vejo uma coisa que nós tínhamos, que é o treinamento do profissional com a base, sempre tivemos isso. Nossa base está onde? Lá em Alvorada (região metropolitana). Tudo bem, mas na segunda-feira, pega um ônibus e manda buscar e faz um trabalho, nós sempre tivemos isso.

Isso propicia que o treinador principal veja os guris, que a gurizada se entusiasme porque está sendo vista, porque está trocando experiência com os mais velhos, com os profissionais, com os que já estão no time principal. Isso é determinante para que a conclusão do aprendizado da gurizada da base.

Terra - Como você vê o trabalho do Abel Braga?

Vitório Píffero - O Abel é muito bom, é o treinador que mais títulos deu ao Internacional, um dos mais importantes que nós tivemos, uma instituição colorada. Ele é fluminense, mas é colorado também. O Abel, ninguém pode falar um vírgula, porque ele é uma instituição nossa.

Terra - Ele deve ficar em 2015?

Vitório Píffero - Eu não vou falar de nenhum profissional. A questão eleitoral é de política eleitoral e não pode virar eleitoreira, e por isso que não falo.

Terra - A Pluri Consultoria aponta a dívida do Inter em algo em torno de R$ 229 milhões. Você acha que é um valor que está dentro de um patamar aceitável para o clube?

Vitório Píffero - Acredito que dentro dessa dívida esteja os impostos e etc... Timemania somava em torno de R$ 130 milhões mais ou menos. Se é isso, soma-se outras dívida que são de R$ 100 milhões, que é bastante, mas perto de um faturamento de R$ 300 milhões, que é o que dizem que vai acontecer em 2014, não é tão significativo assim. É preocupante, aumentou bastante, mas quando assumimos, com Fernando Carvalho em 2002, eu era o vice de finança. O orçamento do clube era de R$ 22 milhões anuais. Isso era preocupante, porque não tinha fluxo de caixa, era muito preocupante, e hoje tem de R$ 150 a 300 milhões por ano, com movimentação de dinheiro suficiente para poder pagar teus compromisso e esperar uma boa venda, um momento no qual tenha uma renda extra.

 

Racha com atual direção

Vitorio Piffero rachou com o movimento do qual Giovanni Luigi faz parte em 2010 na escolha do nome que disputaria a eleição à presidência. Ele queria que o nome da disputa fosse Pedro Affatato, mas o Inter Grande, grupo do qual Fernando Carvalho faz parte, definiu que seria Luigi, provocando um racha interno. Na época, Piffero defendia a reforma do Beira-Rio com recursos próprios. Entretanto, agora em 2014, Carvalho já abriu voto para Piffero pela relação pessoal que tem como ele, mas disse que não vai fazer campanha. 

Terra - Eles (a Pluri) apontam um despesa de 70% com departamento de futebol. Você acha que o que se paga apara um atleta está em um valor muito elevado?

Vitório Píffero - Acho que subiu muito e hoje, na minha avaliação, atingimos um pico de valorização dos profissionais. Estamos diminuindo esse valor, o que é salutar. O importante é que tem contratos mais prolongados, mas as renovações têm que ser por valores menores, as novas contratações serão por valores menores. Isso vai readequar. Não de uma hora para a outra, não em um dia, nem um ano, mas vai readequar os gastos com o futebol.

E tem que salutar uma coisa: o gasto com futebol tem que ser de pelo menos 60% do faturamento do clube. Se for de R$ 300 milhões, o gasto com futebol tem que ficar em torno de 180 (milhões). Que dividido por 12, fazendo uma conta simples, dá 15... ou seja, o tamanho da folha deve ser por aí.

Terra - Preocupam dirigentes com participação no passe de atletas?

Vitório Píffero - Não tenho conhecimento de nenhum. Acho que dirigente não pode ter participação em atleta. Seja no nosso time, seja nos outros.

Terra - O que se falou no vestiário do Inter nos últimos anos?

Vitório Píffero - Eu não estive no vestiário. Não sei te dizer. A conjugação de clube forte, torcida forte apoiando, o clube crescendo, uma comissão técnica, com jogadores, enfim,... que levem a títulos não é fácil de chegar a isso, é uma construção.

E dentro desse princípio talvez tenha faltado alguma peça para nos levar aos grandes títulos. Nós não decidimos os títulos, essa é a minha preocupação. Não é nem ganhar o titulo, nos precisamos decidir títulos. E aí tu ganha ou não ganha. O Internacional tem obrigação de participar de todos os campeonatos para ganhar, desculpe, para decidir título. Para chegar na final para ficar beliscando, incomodando.

Essa é a obrigação do dirigente, montar um grupo, um clube que tenha a dimensão de buscar a vitória, de buscar a conquista, e eventualmente ganhar ou não. A bola às vezes bate nas costas e entra, não entra, a favor ou contra... E eu não vi isso no Internacional, que não consegue chegar nesse estágio nesses últimos anos.

Inter iguala o Grêmio e conquista o bi da Libertadores
Inter iguala o Grêmio e conquista o bi da Libertadores
Foto: EFE

Terra - O Gauchão (Estadual) tem que ser encarado dessa forma?

Vitório Píffero - O Gauchão só é ruim para quem perde. Ganhou é obrigação, perdeu, bah, perdeu... é claro que tem que ganhar o Gauchão.

Terra - Tem que ir com a mesma força que vai para competições nacionais?

Vitório Píffero - Tem que fazer uma mescla, não é botar só a gurizada, mas fazer uma mescla, verificar o que está acontecendo. Daquela base que parece promissora, ou que é promissora como base, daqui a pouco veste a camisa principal, sente ou não sente, se adapta ou não se adapta, está pronto ou não esta pronto, é a hora de testar.

Terra - A lotação do Beira-Rio tem sido algo em torno de 30%. Levando em conta que existem mais de 100 mil associados, o senhor acha que esse número está baixo?

Vitório Píffero - Acho que está baixo. Acho que a ocupação do nosso estádio, com a média que passou a ser de 20 mil, era 17 mil no estádio antigo, e o novo está em 20 mil aumentou muito pouco. O fator estádio aumentou muito pouco e deveria ter aumento mais, e tem que ser feita alguma coisa.

Nós mantivemos o numero de sócios, mais de 100 mil, o que é um mérito, acho que esta ótimo. E porque só aumentou de 17 mil para 20 mil a média durante o Brasileiro? Está mal, tem alguma coisa que está mal.

Terra - O preço seria a causa disso?

Vitório Píffero - Acho que nesses dois últimos jogos, que teve um baixa no valor, nós chegamos a quase 40 mil. Dobrou. Então, tá. É o preço. Mas o estádio não é para 40 mil, é para 50 mil. Com a promoção tinha que ter chegado a 50 mil, ou perto. Com a promoção dobrou, que ótimo, caldeirão e etc., Mas acho que tem um estudo e um trabalho a ser feito.

Terra - O senhor está feliz com o contrato com a Brio (empresa criada para gerir o novo Beira-Rio)?

Vitório Píffero - É o que nós temos. Houve uma discussão muito forte no início de 2011. Em 2010 tínhamos 100% de unanimidade do conselho e era pela outra forma de construção, mas na eleiçãomudou o conselho, a forma, a gestão. Discutimos isso no conselho e a partir do momento em que o novo conselho decidiu por essa forma, está ali o estádio, você está aqui, está vendo o estádio (pela janela do escritório), está uma beleza.

Vitório Píffero
Vitório Píffero
Foto: Rafael Cabeleira / Divulgação
Terra - Uma vez eleito, o senhor tentaria uma renegociação?

Vitório Píffero - Seremos parceiros por 20 anos, evidentemente que vai ter que haver algum acerto, se é que já não houve. De sentar, não sei se todas as questões de operacionalidade já estão decididas ou não... se não estiverem resolvidas vamos ter que botar gente para resolver.

Terra - Como o senhor vê a questão do Bom Senso Futebol Clube?

Vitório Píffero - Acho importante. Uma pena que não tenhamos mais o Clube dos 13, que ai teríamos uma associação de jogadores, uma associação de clubes, com mais força para gerir questões de interesse na CBF, no Ministério dos Esportes, enfim, onde quer que fosse. Eu acho importante, não vejo problema nenhum em associações de classe... talvez se procure unificar o pensamento em questões que resolvam discutir, acho bom.

Terra - O Calendário é problemático?

Vitório Píffero - Ele é complicado porque obriga as equipes de ponta a terem um grupo maior, a gastarem mais, e não ter sempre em campo seus melhores. Porque ninguém consegue jogar quase 80 jogos com a competitividade que existe hoje. As que só participam não, mas as que querem chegar elas têm que ter não só 11 ou 15, tem que ter ao menos 20 jogadores fortes, e que se alguém lesionar tem que ter alguém na base para botar.

O pior do calendário é não ter jogo. Tem que saber administrar o número excessivo de jogos quando for o caso.

Terra - A questão da divisão da renda de TV, como o senhor vê?

Vitório Píffero - Nós perdermos força na implosão do Clube dos 13. O que acontece é que na negociação individual o que vale mais? É difícil. Quando se tem a união dos clubes você consegue, sem dúvida, e foi como se conseguiu exponencialmente a verba de TV. O que impede agora daqui a um ou dois anos de dizerem: ‘agora é metade’. Nada impede.

Terra - Além dos associados, existem experiências de fora que possam ser implantadas?

Vitório Píffero - Eu tentei alguma coisa, acho que o Giovani também tentou a internacionalização da marca, que é mais que uma palavra. Nós assistimos hoje na televisão ao Campeonato Espanhol, ao Campeonato Italiano em tudo que é lugar, e como podemos colocar o nosso campeonato em toda a América Latina? Como a gente faz, já que temos hoje cinco estrangeiros e como estamos explorando isso na América do Sul por exemplo? Como estamos explorando o mercados emergentes, como é o caso dos Estados Unidos que é um mercado emergente no futebol, da China, que é outro, o que nós estamos fazendo efetivamente para entrar lá? Botar escolinha? Que beleza, mas só escolinha resolve? É pouco. Tem mais mercado que isso.

Terra - Quais são sua principais qualidades para presidir o Inter?

Vitório Píffero - Primeiro porque eu tenho experiência, tenho nove anos de gestão no Internacional, um como vice de financias, quatro como vice de futebol e quatro como presidente. Então é difícil alguém que tenha mais experiência que eu na área nevrálgica do clube que é futebol e presidência.

Segundo porque fizemos uma aliança com mais de 200 conselheiros, que na minha avaliação, na avaliação que eu tenho desta experiência, que garante um reforço de gente trabalhando, que são os conselheiros que tocam o clube... gente com experiência que estava lá em 2010. Gente com outras capacidades e que se somaram a mais de 200 conselheiros e isso é muita gente apoiando a gestão, mais que apoiando, trabalhando na gestão, e acho que esse é o grande diferencial da chapa dois. Experiência e gente. Gente com vontade. Não estou dizendo que os outros não tenham, mas nós temos experiência e vencedora e vontade, e quantidade de trabalho. Acho que esse é o grande diferencial.

Terra - Uma vez eleito, qual seria a primeira coisa a ser feita?

Vitório Píffero - A primeira coisa é futebol. Nós vamos estar na Libertadores ao que tudo indica, o que falta é mais uma vitória, temos dois jogos, a torcida vai empurrar nesse ultimo jogo contra o Palmeiras, como fez nesses últimos dois. O Palmeiras também precisa da vitória, vai ser um jogo, se dúvida, muito eletrizante, mas nós estamos em casa e vamos ter 40, 50 mil pessoas. Então, a primeira coisa que teremos que fazer é adequar o time para a Libertadores.

Terra - Com o bonde andando?

Vitório Píffero - Acontece sempre. Mas temos um embrião do grupo, bons jogadores, podemos trazer eventualmente um aqui outro ali, que podem começar a vir no começo de janeiro, para formar esse grupo, enfim...

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade