Tapumes, poças de água e lama, equipamentos largados, pó nas cadeiras e fora delas, muitas áreas fechadas, cobertura incompleta. Porém, nenhum incidente significativo ocorreu com os mais de 10 mil torcedores que foram ao novo Beira-Rio pela primeira vez para ver o Internacional golear o Caxias.
O Terra acompanhou o primeiro jogo oficial do novo estádio e relata as impressões sobre o que deu certo e o que precisa mudar antes de mais um evento teste.
- Profissionais de orientação: Solícitos, educados, bem informados sobre as áreas do estádio, todos com camisetas cinza do evento-teste. Mesmo com a área restrita do estádio, o que facilita o trabalho de um orientador, todos os profissionais estavam tranquilos e bem treinados. Porém, tentaram manter a orientação de que todos os torcedores assistissem ao jogo sentados - em alguns momentos, isso causou conflito. Um torcedor se recusou a ficar sentado e passou a fazer gestos obscenos para os demais, o que acarretou na sua expulsão.
- Bares: Todos os bares de uma área da inferior estavam abertos, e as filas raramente passaram de cinco pessoas. A oferta de produtos era boa e os bares aceitavam cartões de crédito e débito.
- Banheiros: Bem equipados, com sanitários ecológicos - para diminuir o desperdício de água, com um número adequado de sanitários abertos, evitando as filas. "Parece banheiro de shopping", comentou um torcedor, enquanto tirava fotos das pias.
- Torcedores: A despeito de alguns pequenos conflitos, a maior parte deles com relação à "nova" orientação de permanecer sentado e não obstruir os corredores, os torcedores respeitaram as normas e compreenderam o fato de que nem tudo no estádio estava pronto.
- Infraestrutura de campo. A iluminação é perfeita, o gramado suportou bem o desgaste do jogo e a acústica do estádio impressionou. Até o canto dos 250 torcedores do Caxias podia ser ouvido com absoluta clareza, como se fossem muitos e estivessem bem próximos.
Cinco coisas que precisam melhorar
- Entrada dos torcedores: as filas eram quilométricas no entorno do estádio, graças à demora na liberação das catracas. A concentração em poucos portões e os torcedores que "chegaram em cima da hora" foram vistos como os principais fatores de atraso na entrada. Alguns torcedores só conseguiram entrar quando o jogo já estava com 10 minutos de jogo.
- Mobilidade no entorno: muitas máquinas, muitos portões pretos impedindo a circulação, muitas áreas repletas de lama, falta de calçamento em quase todo o entorno, sem falar na obra da Avenida Padre Cacique. Até abril, quando será feita a reinauguração oficial, o entorno do estádio precisa melhorar significativamente.
- Os preços dos bares: muitos torcedores se mostraram incomodados por pagar R$ 5 por água mineral e R$ 7 por pacotes de salgadinhos. Os valores altos também ajudaram a afastar os torcedores das áreas de consumo. "Vamos ter que adaptar os valores ao mercado", afirmou o vice do Internacional, Max Carlomagno.
- Sinal de celular: uma hora antes do início da partida, a demanda pelo sinal de internet 3G entrou em colapso. Logo depois, com operadoras diferentes, mesmo as ligações tornaram-se impossíveis.
- Regras de orientação: o trabalho dos orientadores funcionou e os torcedores, em sua maioria, respeitaram. O grande problema: não há como fiscalizar se os torcedores estão de pé o tempo todo. "Aos poucos precisamos adaptar a forma de torcer no estádio do nosso jeito, com a nossa alma", afirma a vice de administração do Inter, Diana Oliveira, admitindo que as orientações podem mudar nos próximos eventos-teste.
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Reencontro do torcedor do Internacional com o Beira-Rio, que reabriu para evento-teste e recebeu 10 mil sócios no jogo contra o Caxias, foi marcado pela emoção
Foto: Edu Andrade / Fatopress / Gazeta Press
Torcedores colorados se sentiram à vontade na "casa reformada", mas estranharam alguns pontos como a obrigação de assistir à partida sentado
Foto: Edu Andrade / Fatopress / Gazeta Press
Inter goleou o Caxias por 4 a 0 na reabertura do Beira-Rio
Foto: Ricardo Rímoli / Agência Lance
Na saída da avenida Beira-Rio, a falta de calçamento fica evidente
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Jovens torcedores do Genoma Colorado se preparam para entrar em campo
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Cenário ainda é de canteiro de obras
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Muitos acessos permaneceram fechados
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
O gramado resistiu bem ao primeiro teste
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Telões ficaram acesos por muito pouco tempo
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Portões do estádio abriram às 17h30
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Cerca de 250 torcedores do Caxias foram ao jogo
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Acesso ao edifício-garagem, com vista para o Beira-Rio, estava bloqueado
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
A tradicional capela Nossa Senhora das Vitórias, cercada por máquinas
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Na entrada dos torcedores do Caxias, um buraco gigante estava isolado
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Segurança bloqueava os acessos dos torcedores a determinadas áreas
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Pouco antes do início, metade dos torcedores não havia entrado
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Muitos torcedores ainda estavam do lado de fora
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Estádio guarda tapumes em várias áreas
Foto: Marcelo Becker/Terra
Acabamento no forro ainda está incompleto
Foto: Marcelo Becker/Terra
Filas gigantescas circundaram o estádio antes do início do jogo
Foto: Marcelo Becker/Terra
Máquinas da obra ocupam parte do pátio do estádio
Foto: Marcelo Becker/Terra
O calçamento do entorno ainda não existe
Foto: Marcelo Becker/Terra
Poças de lama ficaram no caminho dos torcedores
Foto: Marcelo Becker/Terra
Sem calçamento, muitas áreas ficaram cobertas de lama
Foto: Marcelo Becker/Terra
Torcedores demoraram para entrar, mas não houve confusão
Foto: Marcelo Becker/Terra
Filas se estendiam até a saída do complexo
Foto: Marcelo Becker/Terra
Muitas áreas ainda têm acesso restrito
Foto: Marcelo Becker/Terra
Apesar da demora, entrada dos torcedores foi tranquila
Foto: Marcelo Becker/Terra
Profissionais de orientação foram solícitos
Foto: Marcelo Becker/Terra
Banheiros limpos e ecológicos foram uma novidade para muitos torcedores
Foto: Marcelo Becker/Terra
Uma pesquisa de opinião foi colocada à disposição dos torcedores, que baseará os próximos eventos-teste
Foto: Marcelo Becker/Terra
Ansiosos por retornar ao estádio, torcedores tiravam fotos
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Poças d'água circundam o estádio
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Conforto das cadeiras agradou aos torcedores
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Com preços altos, a demanda dos bares foi pequena e bem atendida.
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Os valores assustaram alguns torcedores
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Banheiros limpos chamaram atenção dos torcedores
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Muitos torcedores, especialmente na antiga área da popular, permaneceram de pé sobre as cadeiras e nos corredores
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Beto Epifânio, 58 anos, ambulante, conhece o Beira-Rio desde a inauguração, em 1969, com Renato Gomes, 22, estagiário: duas gerações reencontrando o Beira-Rio
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Marcelo Aguirre, 40 anos (á direita), com o filho Matheus, 4.
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Pequenos torcedores que fazem parte do programa Genoma Colorado
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Daniel Fontana, 33 anos, historiador e empresário, mostra preocupação com o "novo jeito de torcer", e espera que o Inter não se distancie do seu lema de "Clube do Povo"
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Da esquerda para a direita: Vera Cubas, artista plástica, 56 anos; Ceres Carvalho, 58 e Rodrigo Marques, 30.
Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra
Da esquerda para a direita, os amigos Melissa Silva, Francys Abati e Bibiana Carvalho. Bibiana se emocionou com o estádio, mas achou que os preços dos bares estavam muito altos.