Nadia Comaneci pede volta da "nota 10" na ginástica
26 jul2012 - 14h34
(atualizado às 21h17)
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Hoje com 50 anos, a romena Nádia Comaneci se tornou mundialmente conhecida após conquistar o primeiro "10" da história da ginástica nos Jogos Olímpicos, na edição de Montreal, em 1976. A ex-ginasta sente falta do "10 perfeito", que saiu de cena após as mudanças implementadas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) em 2006, segundo publicado no USA Today.
A mudança ocorreu após a Olimpíada de Atenas, em 2004, quando uma confusão dos árbitros deixou o sul-coreano Yang Tae-Young com a medalha de bronze, quando na verdade o atleta tinha obtido pontuação para o ouro no individual geral. Desde então, não existe uma nota máxima na ginástica, com os juízes votando uma boa execução com valores na casa de 15 e 17.
"Acho que perdemos muitos fãs porque eles não entendem o que é exatamente uma nota 15. Qual é a maior nota possível? É um pouco confuso para os torcedores. Penso que provavelmente vão encontrar um jeito de trazer de volta o '10'", comentou a cinco vezes medalhista de ouro, em evento realizado em Londres.
Nadia lembrou também da sua reação quando recebeu a então nota máxima no Fórum de Montreal. "Não tinha entendido o que aconteceu. Acho que o placar não estava preparado para uma nota 10. Estava frustrada no início porque pensava que podia fazer melhor do que uma nota 1". Equipado somente com um dígito após a casa decimal, o placar das competições marcou "1.00" para simbolizar a nota perfeita.
Estrela do esporte com apenas 14 anos de idade, a romena também não é a favor da atual restrição de idade para participar dos Jogos Olímpicos. Atualmente, atletas menores de 16 não podem se classificar para as Olimpíadas.
"Na verdade eu estava fazendo 15 anos durante a Olimpíada de 1976. Eu não acho que um ano faça uma grande diferença. É muito difícil competir a sua primeira Olimpíada com 19 ou 20 anos", sentenciou a romena, que atualmente mora nos Estados Unidos, casada com o americano Bart Conner, também ginasta.
Perguntada se a pressão é maior nos mais novos, Nadia recordou a sua própria experiência nos Jogos de Moscou, em 1980. "Ao contrário do que as pessoas pedem, não sentimos pressão quando somos jovens, porque você apenas vai e repete o que faz nos treinos. Mas com o passar dos anos você amadurece e entende a responsabilidade e o que as pessoas esperam de você. Foi o que aconteceu comigo em Moscou".
Se em Montreal a ginasta conquistou três medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze, na então capital soviética o seu desempenho foi mais modesto. "Dois ouros e duas pratas. Não acho isso tão ruim", encerrou Comaneci, que acredita que Romênia, Rússia, China e Estados Unidos devem brigar pelo pódio na competição por equipes no feminino.
Nadia Comaneci, lenda da ginástica artística, completa 50 anos neste sábado. A ginasta romena entrou para a história do esporte com apenas 14 anos ao conquistar três medalhas de ouro na Olimpíada de 1976, em Montreal
Liderada por Diego Hypólito, a equipe brasileira masculina de ginástica artística realizou, nesta quarta-feira, o treino de pódio da modalidade, onde os ginastas que disputarão medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres, apresentaram aos juízes as rotinas oficias de suas séries
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Diego Hypólito se mostrou bastante incomodado com dores no pé esquerdo, enquanto assistia aos ginastas nos outros aparelhos
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O brasileiro foi para o vestiário se trocar e depois voltou no solo, realizando uma série quase perfeita
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Nos Jogos Olímpicos de Londres, Diego só irá competir na prova de solo
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O brasileiro disse que irá guardar o movimento "Hypólito" caso se classifique para a final
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Campeão mundial e do Pan-Americano no solo em 2007, o brasileiro Diego Hypólito saiu satisfeito com o resultado
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Após a apresentação, Diego ainda conversou com o treinador e com os médicos e, apesar da boa apresentação, reclamou das dores. "Meu pé tava doendo pra c...", comentou o ginasta com o treinador
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Diego afirmou que a expressão fechada antes de entrar para a apresentação no solo era devido às dúvidas do que conseguiria fazer na exibição. "Eu estava com dor e a gente fica com receio, porque hoje é um treino que é importante você passar uma boa impressão para os árbitros", disse
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"A série foi muito satisfatória, bem melhor do que eu esperava para hoje. Ontem fiquei sem treinar porque estava com muita dor no pé. Na segunda-feira, eu já tinha sentido um pouco mais de dor no pé e eu optei com os médicos e meus treinadores que a gente ia ficar só tratando ontem. Na hora do alongamento, meu pé estava razoavelmente bom, mas depois dependendo do salto que eu faço dói um pouco mais...Hoje foi minha melhor prova desde que eu voltei a treinar", afirmou Diego
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"Você fica com receio de fazer isso ou aquilo. Tanto que eu optei por não fazer um exercício na minha quinta acrobacia. Eu saí com uma série de 16,7 pontos. Com esse salto sairia com 16,8", completou
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Ginastas de todo o mundo estiveram presentes no treino de pódio
Foto: Marcelo Pereira / Terra
A atividade serve para os juízes analizarem o grau de dificuldade das séries e definirem as notas de partida na competição
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Ginastas da China também participaram do treino na O2 Arena
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O país asiático é um dos que tem mais força na Ginástica Artística mundial
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O brasileiro Sérgio Sasaki acena antes de começar sua apresentação nesta quarta
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O brasileiro faz o treinamento nas barras paralelas
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Aos 20 anos, Sasaki quase ficou de fora da Olimpíada de Londres, após sofrer uma lesão no tornozelo e ser obrigado a fazer uma cirurgia
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Agora, porém, ele diz estar completamente recuperado, mas admite que a concorrência em sua categoria não será fácil - ele compete na prova do individual geral
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"Eu acabei de fazer uma cirurgia no tornozelo, há cinco meses, tanto que por muito eu não tive certeza que viria. (...) Então já que estamos aqui, a gente está procurando se focar ao máximo. (...) Mas o individual geral não é tão fácil assim, mas não pode deixar de dar um bom resultado", disse assim que chegou à Vila Olímpica
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"É o atleta mais talentoso que o Brasil já teve no individual geral", disse Diego Hypólito sobre Sérgio Sasaki há alguns meses
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"Tento pensar que não estamos nos Jogos Olímpicos, para não ter esse peso de que só acontecem uma vez a cada quatro anos e é a hora de fazer tudo. Tem que pensar em uma coisa de cada vez. Vamos competir e deixar acontecer", disse Sasaki, estreante em Olimpíadas
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Sasaki pratica a prova do solo, nesta quarta-feira, em Londres
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Antes de fazer as provas de barras, os atletas passam magnésio nas mãos para não escorregar
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Sasaki foi escolhido para ocupar a terceira vaga a que o Brasil tinha direito nos Jogos Olímpicos de Londres
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Em 2011, ele teve quatro lesões seguidas no pé. Competiu no Pan-americano de Guadalajara no sacrifício e mesmo assim foi o grande nome da equipe masculina na conquista da inédita medalha de ouro
Foto: Marcelo Pereira / Terra
"Claro que eu penso ser medalhista agora, mas eu vou ser medalhista com certeza lá no Rio. Eu não tenho dúvida disso. Eu acredito no meu trabalho e estou treinando por isso. Acho que isso é o mais importante, a gente poder acreditar", afirmou o atleta, há alguns dias
Foto: Marcelo Pereira / Terra
O brasileiro, que tem ascendência oriental, pratica a prova no cavalo com alças, durante o treinamento desta quarta-feira
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Ssaki é namorado da também ginasta brasileira Bruna Leal, que também vai competir em Londres
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Ele e o colega Arthur Zanetti, 22 anos, considerado uma das maiores esperanças por uma medalha de ouro no Brasil, observam um aparelho celular durante a atividade
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Arthur Zanetti é o atual vice-campeão mundial das argolas, sua especialidade