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Santos e Cosmos, de Nova York, foram os dois únicos times na carreira de Pelé

Mesmo assim, sua mudança para os Estados Unidos ocorreu quando ele já queria parar de jogar, mas a oferta financeira foi alta e morar fora o seduziu, além da ideia de ajudar um país a desenvolver o futebol

29 dez 2022 - 16h54
(atualizado às 19h07)
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Pelé vivenciou o futebol em uma época diferente, na qual as transferências eram mais raras e os jogadores demonstravam maior fidelidade às camisas que vestiam. Também havia o passe, que prendia o jogador ao clube 'para sempre'. Não à toa, ele ficou marcado na história por seus anos com o Santos. Somente no fim da carreira, quando já havia se despedido do clube paulista, Pelé aceitou convite para atuar nos Estados Unidos, no Cosmos de Nova York.

Havia muito dinheiro envolvido na mudança. Pelé já sabia o valor de sua imagem e queria tirar proveito disso. Os Estados Unidos poderiam lhe oferecer muito mais do que a fama dentro dos gramados artificiais. Também fazia parte de suas intenções morar fora e lhe agradava a ideia de ajudar, com seu nome e talento, a desenvolver o futebol num país estrangeiro.

A trajetória de Pelé no futebol começou em times amadores de Três Corações (MG), sua cidade natal, e Bauru (SP), para onde se mudou ainda na infância. Bem jovem, ele passou a atuar nas categorias de base do Bauru Atlético Clube, o BAC, e logo se destacou. De lá, foi levado para o Santos pelo técnico Waldemar de Brito. Tinha 16 anos. Ele mesmo já contou que quase fugiu do Santos tamanha a saudade que tinha da mãe. Foi pego pelo porteiro que o mandou de volta para o alojamento. Naquele tempo, os jogadores dormiam em quartos oferecidos pelo clube, muitos deles dentro da Vila Belmiro.

Não demorou para que o nome de Pelé ficasse famoso. Seu primeiro jogo pelo Santos aconteceu em 1956, ainda com 15 anos, e logo na estreia ele marcou seu primeiro gol como profissional. No total, foram 1.116 partidas com a camisa santista, nas quais marcou 1.091 vezes, recorde de gols de um jogador por um único time. Foi ele quem ajudou o clube a assumir um novo patamar no futebol mundial.

Pelé fez da Vila Belmiro seu lugar para viver e ser feliz. Até o barbeiro que cortava seu cabelo ficou famoso. Pelé atravessava a rua do estádio, se sentava na cadeira e pedia sempre o mesmo corte. Depois de uns tempos, não pedia mais. Apenas se sentava na cadeira.

Na África

O sucesso do Santos naquela época era tamanho que a equipe era frequentemente chamada para exibições fora do Brasil. Em uma dessas excursões, pela África, em 1969, a presença santista, e principalmente do Rei do Futebol, chegou a parar duas guerras. Tanto no Congo quanto na Nigéria, que viviam dias de conflitos sangrentos, os combates tiveram tréguas, mesmo que por um curto período, quando o Santos passou por lá. Entrou para a lenda do futebol que Pelé parou a guerra.

Pelé conquistou dezenas de títulos com a camisa santista, sendo que os principais deles foram dois do Mundial (1962 e 1963), dois da Libertadores (1962 e 1963), cinco da Taça Brasil (de 1961 a 1965) e um do Roberto Gomes Pedrosa (1968), além de dez do Campeonato Paulista (1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973). Na competição estadual, aliás, foi artilheiro 11 vezes, inclusive em 1958, quando marcou 58 gols e estabeleceu um recorde histórico.

Museu Pelé

No Museu Pelé, em Santos, perto da entrada da cidade, no Porto, parte dessa história é contada em fotos, objetos usados por ele e muitas informações. O local deve ser agora um dos mais procurados pelos brasileiros e estrangeiros que gostam de futebol. Pelé deixa seu legado para que nunca se esqueçam dele. Há chuteiras, camisas, flâmulas e muitas relíquias de sua vida dentro de campo.

O Rei do Futebol se despediu do Santos em 1974, em jogo diante da Ponte Preta, mas no ano seguinte aceitou um convite do Cosmos de Nova York para ajudar a desenvolver o ainda incipiente futebol nos Estados Unidos. Lá, atuou ao lado de diversos craques, como Beckenbauer e Carlos Alberto Torres, e conquistou o título da Liga Americana em 1977.

Depois de 111 partidas e 65 gols marcados nos Estados Unidos, Pelé se despediu definitivamente do futebol no dia 1º de outubro de 1977, quando estava prestes a completar 37 anos. Seu adeus foi em amistoso entre Cosmos e Santos, no qual atuou um tempo em cada equipe.

Outras camisas

Pelé jogou ainda uma partida pelo Flamengo. Em 6 de abril de 1979, o Rei, com 38 anos, atuou ao lado de Zico em um amistoso contra o Atlético-MG. O jogo foi realizado para arrecadar dinheiro para as vítimas da chuvas que atingiram Minas Gerais no começo daquele ano, deixando 246 mortos. Ele deixou o campo no intervalo.

Além disso, ele fez três apresentações pelo Vasco em 1957, quando tinha apenas 17 anos. Pelé defendeu o cruzmaltino emprestado pelo Santos em um torneio internacional realizado no Maracanã. Enfrentou o Belenenses, de Portugal, o Dínamo Zagreb, da então Iugoslávia, e o próprio Flamengo.

Pelé gostava de brincar no gol. Certa fez, quando o Santos precisou de um goleiro, ele tratou de vestir as luvas e ajudar o time. Fez isso quatro vezes sem sofrer gols. Numa delas, substituiu o grande Gylmar dos Santos Neves, expulso em uma partida contra o Grêmio no Pacaembu.

Estadão
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