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Pacaembu se despede com obras de arte antes da modernização

Exposição "Arte em campo" é a última chance de visitar o estádio antes da reforma que deverá ser concluída em 2023

8 dez 2020 - 05h10
(atualizado às 07h57)
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Antes de fechar os portões para as obras de restauração e modernização, o Pacaembu vai se despedir da população de São Paulo com uma ocupação artística. Entre os dias 10 e 17 de dezembro, o local recebe o evento "Arte em campo". São esculturas e instalações que vão ocupar as quadras de tênis, ginásio poliesportivo e até a piscina. O evento será gratuito, aberto ao público, com agendamento online. É a última chance de visitar o estádio antes da reforma que deverá ser concluída em 2023.

(Foto: Divulgação/Museu do Futebol)
(Foto: Divulgação/Museu do Futebol)
Foto: Gazeta Esportiva

Essa união entre arte e esporte é uma prévia do que será o Pacaembu nos próximos anos. A iniciativa da concessionária Allegra Pacaembu, em parceria com 25 galerias de arte e 54 artistas, antecipa a "cara" que o estádio vai apresentar após sua reabertura. Além de continuar recebendo jogos de futebol, o estádio vai diversificar seu uso. "Estamos unindo os pilares de cultura, lazer e esporte que faziam parte do conceito original do complexo. Queremos expandir a oferta para a população e ampliar a utilização do estádio", afirma Eduardo Barella, CEO da Allegra Pacaembu.

Esses planos estão bem claros no projeto de modernização. A arquibancada sul, conhecida como tobogã, por exemplo, será demolida. Em seu lugar será construído um centro de convivência e de eventos. Isso significa que o evento que começa na quinta-feira é a chance de se despedir do tobogã. Embaixo da arquibancada lateral (setor de cadeiras laranja) será construída uma arena de e-sports com capacidade para 2 mil pessoas.

Essa nova vocação do Pacaembu começa a ser apresentada na quinta-feira para cerca de 300 pessoas por dia - essa é a expectativa dos organizadores. Nos sete dias de visitação, artistas contemporâneos, entre eles, Tomie Ohtake, Emanoel Araújo, Amilcar de Castro, Thomaz Farkas e Franz Weissmann, vão apresentar suas obras. São trabalhos prontos ou criados para o evento. É a visão do artista sobre o próprio espaço e também sobre o esporte. Por isso, a expressão "ocupação artística".

Na quadra de tênis, o artista plástico gaúcho José Spaniol apresenta o trabalho "Ao Leu", estrutura de colunas e mesas de madeira em diferentes níveis. "O trabalho sugere um movimento de suspensão, reunindo simultaneamente instabilidade e equilíbrio. Talvez nesse sentido exista um vínculo com a ideia de movimento no esporte", diz o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor da Unesp.

Frequentador do estádio desde criança, Spaniol conta que costumava levar seus alunos de Artes Plásticas da FAAP para desenhar no estádio entre 2002 e 2009. "O Pacaembu foi incrustado no vale, amparado pela geografia da encosta e preservando uma relação com a paisagem", diz Spaniol.

Seguindo os protocolos de prevenção à covid-19, as obras estarão distribuídas nos mais de 10.400 m² do complexo esportivo, ao ar livre ou em espaços amplos e arejados.

Estadão
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