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Mirando a Copa, nomes da prata olímpica analisam evolução do futebol feminino

20 mar 2019 - 09h10
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Em 80 dias a bola rola no Parque dos Príncipes, em Paris, para o pontapé inicial da Copa do Mundo de futebol feminino. E com o campeonato cada vez mais perto, o brasileiro já começa a se animar e se envolver mais com a modalidade, que mesmo tão popular aqui, ainda vê de longe toda a atenção que poderia receber. E em um dos corações do futebol da cidade de São Paulo, o Pacaembu, nesta terça-feira, um evento colocou pessoas com propriedade para falar sobre o futebol feminino.

Cristiane, atual atacante do São Paulo e há 15 anos na Seleção Brasileira, Renê Simões e Roseli, que fizeram também parte da campanha histórica do time na prata olímpica de 2004, falaram sobre os caminhos que se cruzaram e a nova cara da modalidade, que ganha força nos últimos anos e se vê bem mais desenvolvida do que naquela longínqua Olimpíada da Grécia.

Desde que virou uma modalidade mais profissional, a partir do final dos anos 80, o futebol feminino vem em uma crescente que pegou um gás nos últimos anos, mas que, já nos anos 2000, ainda tinha muita coisa faltando. Presente na Seleção que foi para a primeira Copa do Mundo, ainda em teste, em 1988, Roseli fala do começo difícil e sem apoio. "O que mais precisa é ter apoio da CBF. Desde quando joguei bola, nunca tive apoio da CBF, inclusive no começo fazer viagem era difícil, usar o campo de treino, a sala de musculação, era tudo exclusivo para o masculino. Mas vejo que a gente está caminhando, hoje já existe times de base, então tendemos a crescer, já que estão abrindo muitas portas para o futebol feminino", disse à Gazeta Esportiva.

Assim como a ex-jogadora, Renê Simões também vê evolução, mas com mais otimismo. " Temos muito mais motivos para comemorar. Vejo mulheres ansiosas com tudo que está acontecendo no futebol feminino. Em 2004 eu convoquei algumas atletas para as Olimpíadas por indicação, então era um pessoal que não tinha experiência, coisa inimaginável hoje. Hoje em dia você tem vários campeonatos já estruturados. Além disso, a CBF dá vários jogos para a seleção se preparar para um Mundial, uma Olimpíada, então mudou muito", declarou o ex-treinador.

Os dois, no entanto, tiveram análises diferentes sobre o atual momento da Seleção, que vem de sete derrotas seguidas e com o comando de Vadão muito criticado. Para Renê, é só uma fase, exemplificando com uma experiência própria de testes que deram certo. "Eu comecei a Olimpíada com a Renata Costa titular, protegendo a zaga e no primeiro jogo ela machucou e eu tive uma ideia que nunca tinha tido. Abrindo a Cristiane, fiz um trio la na frente e arrumei meu time. Então isso acontece as vezes, é vida de treinador", resumiu. 

Já Roseli foi mais dura e ainda comparou com a Seleção masculina. "Se é no masculino, o treinador já teria caído há tempos. No feminino parece que alguma asa protege o Vadão. E pensando em dar uma subida, a Seleção precisa ganhar alguma coisa, porque se não, a situação fica difícil para as meninas". Pensando que o Mundial será transmitido em TV aberta pela primeira vez no país, uma má atuação da Seleção seria ruim também para a imagem do time, que tanto luta para ter maior visibilidade.

O Brasil estreia na Copa diante da Jamaica, no dia 9 de junho. O grupo também conta com Itália e Austrália.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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