Médico Gabriel Melare explica como o esporte pode transformar o desenvolvimento infantil
Pediatra falou da importância para a saúde das crianças a prática esportiva
A prática de esportes na infância vai muito além da diversão. Para o médico pediatra Gabriel Melare, ela é essencial para o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social das crianças, além de atuar na prevenção de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e dislipidemias.
- Como pediatra, vejo que a atividade física regular impacta no crescimento, no comportamento, na socialização e na saúde mental dos pequenos - afirmou.
Segundo o médico, os benefícios do esporte são amplos e se estendem tanto ao corpo quanto à mente. Do ponto de vista físico, a atividade contribui para o controle do peso, desenvolvimento motor, fortalecimento de ossos e músculos, melhora da saúde cardiovascular e aumento da aptidão física.
Já no campo mental e emocional, promove autoestima, autoconfiança, redução do estresse e da ansiedade, além de melhorar a concentração e o rendimento escolar.
- O esporte também ajuda no desenvolvimento de habilidades sociais, qualidade do sono e valores como disciplina, respeito e perseverança - completou o especialista.
O impacto do esporte vai além da saúde individual. O médico Gabriel Melare destaca que a prática esportiva influencia diretamente o desempenho escolar e o comportamento social.
- A atividade física melhora a concentração, estimula a memória e ensina a criança a lidar com frustrações e erros, desenvolvendo perseverança. Além disso, promove trabalho em equipe, respeito às regras, comunicação, inclusão e empatia - explicou.
O pediatra alerta ainda sobre os riscos de uma infância sedentária. Crianças que não se movimentam adequadamente têm maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares, além de complicações ortopédicas e hepáticas. A saúde mental também pode ser afetada, com maior predisposição a quadros depressivos, ansiedade, baixa autoestima e isolamento social.
O profissional enfatiza a importância de escolher modalidades esportivas adequadas para cada faixa etária:
- 2 a 5 anos: atividades lúdicas como natação, ginástica, dança e brincadeiras ao ar livre, focando na coordenação motora e equilíbrio.
- 6 a 9 anos: esportes coletivos e individuais leves, como futebol, futsal, artes marciais, tênis, basquete e handebol, promovendo disciplina e trabalho em equipe.
- 10 a 12 anos: modalidades que exigem raciocínio tático, cooperação e agilidade, como voleibol, basquete, atletismo, handebol e skate.
- A partir de 12 anos: esportes de maior complexidade e intensidade, incluindo musculação supervisionada, corridas, ciclismo, natação e artes marciais avançadas.
A frequência ideal de atividade física também varia conforme a idade. Crianças de 3 a 5 anos devem se manter ativas por cerca de 180 minutos ao longo do dia, com pelo menos 60 minutos de intensidade moderada a vigorosa.
Já crianças e adolescentes de 6 a 17 anos precisam de pelo menos 60 minutos diários de atividade física, incluindo exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular três vezes por semana. O médico alerta que a prática não precisa ser contínua e deve priorizar a diversão, respeitando os sinais de cansaço e evitando sobrecarga.
Além dos benefícios físicos, o esporte é um aliado poderoso na saúde emocional. Segundo o pediatra, a atividade física promove a liberação de endorfinas e neurotransmissores como serotonina e dopamina, que proporcionam sensação de bem-estar e reduzem ansiedade.
- O esporte também aumenta a autoestima ao permitir que a criança desenvolva habilidades, supere desafios, receba reconhecimento social e aprenda a lidar com erros de forma construtiva - explicou, reforçando a importância de uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física regular ou competitiva:
- Essa consulta, realizada com o pediatra ou médico do esporte, é fundamental para garantir que a criança esteja apta para o esforço e prevenir riscos à saúde.
