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Libertadores

Marcado de frustrações, Atlético-MG persegue milagre por 1ª Libertadores

Contra o tricampeão Olimpia, atleticanos tentam deixar passado para trás e vencer a América com Ronaldinho, Bernard e Cuca no novo Mineirão lotado

24 jul 2013 - 07h39
(atualizado às 10h46)
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Roberto Drummond assim definiu em seus versos: “se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”. Nesta quarta-feira, no Mineirão, o Atlético-MG tentará vencer uma tempestade como uma camisa pendurada no varal. Tudo para conquistar a Copa Libertadores pela primeira vez. Tudo para dar à apaixonada massa alvinegra seu título mais importante em mais de 100 anos.

A alcunha “camisa preta e branca na tempestade” se dá por conta da vantagem absolutamente favorável do Olimpia-PAR, hoje o favorito para ficar com o título. Em Assunção, há uma semana, a equipe paraguaia abriu o placar agregado com vitória por 2 a 0 sobre um pálido Atlético. Para superá-la, o time brasileiro precisa vencer por três gols, ou então marcar dois a mais e tentar decidir na prorrogação e nos pênaltis.

<p>Dono de Copa do Mundo e Liga dos Campeões, Ronaldinho tenta sua Libertadores</p>
Dono de Copa do Mundo e Liga dos Campeões, Ronaldinho tenta sua Libertadores
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Mas o atleticano já se acostumou com esses dilemas que marcam sua história do último século e também desta Copa Libertadores. “Com a gente é tudo sofrido”, disse o treinador Cuca no Paraguai. Nos três duelos de mata-mata, o Atlético levou o primeiro gol. Pior ocorreu na semifinal contra o Newell’s Old Boys, que ganhou por 2 a 0 na Argentina. Para ir à final, foi preciso devolver o marcador e vencer os pênaltis. É a mesma missão desta quarta.

Para a grande final, porém, foi preciso encontrar um palco maior que o Estádio Independência. Foi lá que o Atlético-MG consagrou suas classificações sob o bordão de “caiu no Horto tá morto”, em menção ao bairro do estádio apto a 20 mil torcedores. O Mineirão da finalíssima deve ter 62 mil pagantes e a maior renda da história do futebol brasileiro, acima de R$ 7 milhões.

As derrotas do passado também inspiram o presente

O público total é sinal de que os atleticanos acreditam, mas também sonham com a Libertadores. Em deixar para trás as decepções do passado na competição vencida pelo rival Cruzeiro em duas ocasiões. Ao Atlético, ficam as recordações ruins de 1972 (seis jogos e nenhuma vitória), 1978 (queda com favoritismo na semifinal) e 2000 (derrota para o Corinthians nas quartas). Mas principalmente de 1981, claro.

Prováveis times para a final
Atlético-MG Olimpia
Victor Martín Silva
Michel Mazacotte
Leonardo Silva Manzur
Réver Miranda
Junior Cesar Candía
Pierre Benítez
Josué Pittoni
Diego Tardelli Aranda
Ronaldinho Alejandro Silva
Bernard Salgueiro
Bareiro

Depois de uma trepidante final do Brasileiro do ano anterior, os atleticanos se reencontraram com o Flamengo na fase de grupos da Libertadores de 81. Empatados, precisaram de um jogo extra para decidir a vaga. Revoltados com as marcações do árbitro carioca José Roberto Wright, cinco jogadores do melhor Atlético de todos os tempos foram expulsos e a partida realizada em Goiânia acabou aos 38min com vaga para o Fla. Uma das maiores polêmicas da história do futebol brasileiro.

Apesar das contas pendentes com o passado e da expectativa por um título inédito, o Atlético respirou com relativa paz nos últimos dias. Cuca, que busca sua primeira Libertadores aos 50 anos, revigorou os jogadores após a derrota no Paraguai. Tem dúvida apenas na lateral direita, mas deve escalar Michel. Há dois suspensos (Marcos Rocha e Richarlyson) e um sem condições físicas ideais (Leandro Donizete).

Tricampeão, Olimpia persegue a quarta na base do comprometimento contra a crise

Em sua sétima final, e com três títulos no currículo (1979, 90 e 2002), o Olimpia lida com sentimentos diferentes antes de reencontrar o Atlético. A ambição é vencer a quarta Libertadores para se juntar ao grupo dos cinco principais campeões da história com os argentinos Boca Juniors (6), Estudiantes (4) e Independiente (7), além do uruguaio Peñarol (5).

Ever Hugo Almeida já tem status de lenda para os fãs do Olimpia
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Foto: AFP

A comprometida equipe é comandada por Ever Hugo Almeida, campeão como goleiro em 1979 e 1990 e jogador com mais partidas na história da competição. Com essa experiência, ele comandou o terceiro melhor time da fase de grupos – o Atlético foi o primeiro – e superou intermináveis problemas extracampo.

Nesta conta, vale incluir a renúncia do ex-presidente Marcelo Recanate, cinco meses de salários atrasados, a venda do então capitão Richard Ortiz e até a detecção de um câncer no lateral uruguaio Sebastián Ariosa. Nenhum obstáculo suficiente, porém, para deter o favorito a ganhar a Libertadores.

Fonte: Terra
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